O Guia Cético para assistir a “What the Bleep do We Know?” - Parte 3
Na primeira parte desta trilogia apresentei as pessoas -- e o espírito -- responsáveis pelo polêmico documentário "What a Bleep Do We Know". Na segunda parte analisei a primeira metade do filme e apontei alguns dos erros que ele comete ao usar a Física Quântica para justificar as crenças místicas da seita Ramtha. Nesta terceira parte analiso o restante do filme e concluo tentando entender os motivos que levaram "Quem Somos Nós" a se tornar tão popular.
Vamos então ao tão aguardado Guia Cético para assistir a “What the Bleep do We Know?” - O Retorno de Ramtha.
0:33:34
Como num filme de David Lynch, um tipo sinistro sai da multidão e, encarando Amanda fixamente, diz:
Então chegamos a Masaru Emoto.
Masaru Emoto, formado em Relações Internacionais no Japão, PhD em medicina alternativa na Índia, autor do livro "Messages From Water", acredita que a água reage às emoções ao redor dela: quando exposta à emoções positivas, a água se congela formando cristais belos e ordenados, mas se exposta a sentimentos considerados (por Emoto) como negativos sua estrutura cristaliza-se de maneira feia e desorganizada.
Além disso Emoto acredita que a água tratada com palavras amáveis e orações em vez de cloro e flúor, pode matar a sede mais eficientemente, melhorar a circulação sanguínea e o regular o metabolismo. Por isso inventou a revolucionária Água Indigo, uma água “geometricamente perfeita”, que promete as maravilhas acima e muitas outras pelo preço de um perfume francês: U$ 35,00 a garrafinha de 230 ml.
Tudo isso eu já escrevi há algum tempo atrás quando dediquei um post a Masaru Emoto. Na época eu não imaginava o papel central que as idéias de Emoto tinham em "What a Bleep Do We Know" (veremos isso adiante) e nem tinha a noção da enorme popularidade que ele alcançaria, catapultado pelo sucesso do filme.
Como vimos naquele post, o maior -- mas não o único -- impedimento para tentar levar Emoto à sério é que ele não usa testes duplo-cego. Duplo cego é um procedimento que visa evitar qualquer parcialidade do pesquisador, voluntária ou não. Como quando estão estudando a eficência de uma nova droga e os médicos misturam entre as pílulas reais algumas pílulas falsas, chamadas de placebo, de maneira que nem o médico nem o paciente sabem, de antemão, quem está tomando o quê. Um teste duplo-cego é simplesmente uma maneira de se testar uma alegação com a máxima honestidade. É por isso que é usada pelos pesquisadores que querem convencer a comunidade científica de seus resultados mais do que apenas ganhar dinheiro com eles.
Pois Emoto não só não realiza testes duplo-cego como já respondeu em uma entrevista recente que “não entende muito bem esse negócio de duplo-cego”! Em vez da inconveniente imprevisibilidade de um teste duplo-cego Emoto prefere contratar assistentes com um "acurado senso estético", que possam fotografar os cristais em um ambiente livre de pressões. Isto quer dizer que quando um assistente de Emoto fotografa um cristal de água, ele sabe tanto o que aconteceu à água, quanto o que acontecerá a ele se não fotografar o resultado que Emoto espera. Como numa única gota d'água pode haver milhares de microscópicos cristais se formando, sempre será possível encontrar cristais bonitos e feios, dependendo de como se procure.
O mágico James Randi já ofereceu 1 milhão de dólares a Emoto caso ele reproduzisse seus resultados usando uma metologia realmente científica. Não é surpresa que Emoto tenha recusado: alguém que vende água por quase R$ 100,00 o copinho não deve estar precisando de dinheiro não é?
Voltemos ao filme: a narradora nos diz que a “água é o mais receptivo dos quatro elementos”. Ora, a idéia de que o mundo é formado por 4 elementos -- fogo, água, terra e ar – remonta à Aristóteles e tem a ver com a química moderna tanto quanto colocar sanguessugas sobre talhos na pele de um paciente tem a ver com a medicina moderna. E alguém aí sabe o que pode ser um “elemento receptivo”? um doce para quem encontrar esta propriedade química na tabela periódica.
Existe ainda outra idéia falsa camuflada neste trecho do filme: a premissa de que tudo o que afeta a água afeta igualmente o nosso corpo, já que ele formado em grande parte por esse líquido. Os astrólogos, por exemplo, amam com paixão esta idéia: ora, se a Lua tem tamanha influência sobre as marés, como poderia não influenciar também nosso corpo? justificam-se. (Acontece que a força gravitacional, que causa as marés, é pequena demais para ser percebida a não ser que grandes massas estejam envolvidas, como é o caso entre a Lua e os oceanos. É por isso que, assim como o nível do seu copo de cerveja -- que também é composto em grande parte de água -- não sobe de acordo com a fase da lua, o nosso corpo tampouco sofre a ação de nenhuma espécie de "maré corporal", ou algo do gênero). É esta a falácia que o filme apresenta quando o tal sinistro personagem pergunta: “Faz você pensar não é? Se os pensamentos podem fazer isso na água imagine o que podem fazer conosco...”.
E o mais grave: as experiências de Emoto são feitas com água congelada e felizmente nós não temos água congelada no nosso corpo. Resta supor que a água prediposta a se solidificar de maneira esteticamente agradável é mais saudável do que a água microscopicamente feia. No entanto, note que nenhuma relação entre saúde e beleza foi estabelecida pelo filme. Quando o tal personagem misterioso diz “Se os pensamentos podem fazer isso na água imagine o que podem fazer conosco...” ele espera que o espectador preencha esta lacuna lógica com pura imaginação, não com fatos. Quando colabora, o espectador não percebe que está sendo vítima do que, em inglês, se dá o nome de "wishfull thinking", que em portugês não dá para traduzir muito melhor do que "crença movida pelo desejo".
A propósito, a não ser que você seja o Bob Esponja você não é formado por 90% de água. A percentagem correta do líquido nos seres humanos é de pouco menos de 80% nos recém nascidos, 60% em homens adultos e 55% nas mulheres.
0:36:31
Aqui o filme leva ao extremo a idéia do pensamento positivo, afirmando que uma pessoa pode literalmente levitar sobre a água desde que aceite com todas as forças do seu ser que pode fazer isso.
Michael Ledwith não está no filme para falar de ciência. Como ex-padre, o papel de Ledwith em "What a Bleep Do We Know" é de Consultor para Assuntos Religiosos: sua pequena participação se resume a este trecho enaltecendo o pensamento positivo e outras rápidas passagens em que divaga sobre a natureza de Deus. No entanto sua aparição revela uma das maiores estratégias de "What a Bleep Do We Know": inserir calculadamente os assuntos esotéricos e as opiniões puramente pessoais em meio às discussões "científicas" para dar ao pacote todo uma aparente cientificidade e criar a ilusão de que estes temas estão entrelaçados. Foi desta maneira que "What a Bleep Do We Know"conseguiu ser aclamado como um "documentário de física quântica" falando tão pouco sobre física.
0:51:02
Mais ou menos a partir dos 40 minutos "What a Bleep Do We Know" dá uma virada. A Física Quântica, que vinha sendo o tema principal do filme, é substituída pela Neurociência e só volta a ser citada bem no finalzinho. A partir deste ponto o quiroprático Joe Dispenza toma as rédeas e conduz o documentário praticamente sozinho com raras intercalações de seus companheiros de seita. Com isso a ciência -- que já era rala -- vai ficando ainda mais diluída em meio a extrapolações morais, discussões religiosas e sermões sobre como viver a vida. Finalmente, como se removesse um véu de sobre a última camada do filme, Joe revela o que "What a Bleep Do We Know" realmente é: um documentário de auto-ajuda.
Com a palavra, Joe Dispenza:
O filme mostra as lembranças ruins de Amanda disparando em seu cérebro uma autêntica tempestade de raios (o que faz o termo "brainstorm" deixar se ser apenas uma figura de linguagem).
Mas o cenário de uma planície de massa cinzenta açoitada por uma tempestade de relâmpagos entre nuvens de neurônios, embora empreste à cena a dramaticidade que o filme busca, é -- surpresa! -- bastante incorreta. Os estímulos nervosos não são transmitidos através de arcos voltaicos como relâmpagos e sim quimicamente através de substâncias chamadas de neurotransmissores.
0:52:17
Joe Dispenza novamente:
Estudos mostram que a mesma área do cérebro é ativada quando você vê uma maça e quando pensa em uma maça. Isso parece ser confirmado pela nossa experiência, uma vez que a lembrança de uma suculenta maçã geralmente dispara nossas células salivares tanto quanto a visão de uma. Mas será que isso significa que o cérebro não sabe a diferença entre uma maça de verdade e a lembrança de uma maçã? Não, isso não é verdade.
Estudos mostram que embora as mesmas áreas do cérebro sejam ativadas, esta atividade é muito menor quando imaginamos uma coisa do que quando olhamos para esta coisa, sendo que esta atividade é tão menos intensa quanto menos vívida for a lembrança. Ou seja, existe uma diferença quantitativa nas áreas ativadas no nosso cérebro quando imaginamos algo e quando o vivenciamos. E isso faz toda a diferença.
0:55:39
E assim, sem mais nem menos, o físico John Hagelin aparece em cena por menos de 3 segundos, para dizer:
Logo em seguida, Joe continua:
Como vimos, os sinais nervosos não são transmitidos através de arcos voltaicos como o que acende o gás do seu fogão, e sim através de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores. Uma das categorias de substâncias que agem como neurotransmissores são os peptídeos, que nada mais são do que proteínas pequenas.
Acontece que sintetizar neutransmissores não é somente uma questão de fé ou de treinamento como o filme parece sugerir (ainda que não o diga explicitamente). O que na verdade é uma pena, senão várias doenças poderiam ser curadas apenas com tratamento psicológico ou com o consumo de material de auto-ajuda. Casos clínicos de depressão, doença associada a baixos níveis de neurotrasmissores como a serotonina, curar-se-iam simplesmente com doses controladas do vídeo de "Everybody is Free (to Wear Sunscreen)"; o Mal de Parkinson, relacionado ao menos parcialmente a uma disfunção no peptídeo amilóide beta, poderia ser curado simplesmente com sessões de análise em um bom psicoterapeuta e a diabetes, outro mal associado a deficiência na síntese de uma substância geralmente considerada um peptídeo -- a insulina -- poderia ser curada com livros do Paulo Coelho. Doloroso, mas não tanto quanto conviver com a doença.
Por fim o filme erra mais uma vez ao afirmar que o corpo sintetiza os 20 aminoácidos usados para montar os peptídeos. Nosso corpo é capaz de sintetizar apenas 12 aminoácidos; os outros 8 precisam ser consumidos na alimentação (nossa farmácia corporal pode ser sofisticada, mas não é autosuficiente).
1:00:12
Candice Pert afirma que as células nervosas do nosso corpo são criaturas conscientes "do ponto de vista do observador" e que o ser humano é na verdade a soma da consciência dessas minúsculas gelatinosas criaturinhas com uma infeliz tendência a se tornarem viciadas em peptídeos.
O conceito de consciência é vasto e possui pelo menos uma dúzia de definições diferentes, todas exigindo de algum jeito a habilidade de perceber à si mesmo. Acho que todos concordamos que afirmar que uma célula está ciente de sua própria existência é ir um pouco longe demais em qualquer direção.
Este ponto também demarca o início do trecho mais insuportável de "Quem Somos Nós": quando o filme inventa a categoria de "comédia new age pastelão", com direito até a um inacreditável musical com pedestais de soro fisiológico.
1:15:00
Logo em seguida Joe Dispenza retoma o bastão e prossegue:
Ou seja, Candice Pert diz que o bombardeio constante diminui a quantidade de receptores das células, enquanto Joe Dispenza afirma que isso aumenta a quantidade de receptores. Um dos dois tem que estar errado.
De um jeito ou de outro o raciocínio de Joe é inválido: as células do sistema nervoso não se dividem através de mitose, ou seja, não se reproduzem formando células filhas que herdam as características genéticas da mãe.
01:18:00
Eis que o professor Willian Tiller aparece em cena dizendo nada mais do que...
Este é um perfeito exemplo de como os diretores de "What a Bleep Do We Know" editaram o filme mais interessados no efeito dramático do que no conteúdo. Descolado de qualquer contexto este trecho não quer dizer bulhufas; na sequência serve apenas como escada para uma gag infame: comparar o tamanho do universo com o tamanho com que Amanda imagina a si mesma diante do espelho, na cena seguinte.
01:18:19
Aos berros Amanda ataca sua imagem no espelho com um tubo de pasta de dente, até ficar esgotada. Neste momento um gota d'água chama sua atenção e isso traz a lembrança daquele personagem misterioso do metrô dizendo: "Faz você pensar não é? Se os pensamentos podem fazer isso com a água imagine o que podem fazer conosco...".
Aparentemente Amanda decide colocar em prática a teoria de Emoto pois passa a desenhar por toda a sua pele iloveyous circundados por coraçõezinhos encaracolados, da mesma maneira que Emoto escrevia nos rótulos das suas garrafas d'água. A música vai caminhando para um ápice triunfal ao mesmo tempo que Joe Dispenza desfila em off o mais longo e emocionado discurso de auto-ajuda até então. Algum tempo depois Amanda mergulha numa banheira, purificando-se, e a água ganha o foco, remetendo a Emoto novamente.
É interessante notar como depois de tanto tempo explorando as estranhezas da física quântica e a química do cérebro, nem quantuns nem peptídeos receberam o crédito pela transformação de Amanda, e sim o que parecia ser um tema periférico: a água sentimental de Masaru Emoto.
01:25:51
Ramtha revela que a Terra é o único planeta habitado da Via Láctea, algo que aparentemente já era sabido na Lemúria há 35.000 anos atrás.
Errr... mas e daí? Estima-se que existam cerca de 125 bilhões de galáxias como a Via Láctea no universo, isso ainda nos deixa com outras 124.999.999.999 galáxias para procurarmos por vida inteligente. Aliás se o espírito sabe algo que não sabemos por que não nos diz de uma vez para qual galáxia apontar nossos rádiotelescópios?
01:28:52
Se eu precisasse extrair um único trecho de "What a Bleep Do We Know" para caracterizá-lo, eu escolheria este.
Aqui Joe, que se estabeleceu como o verdadeiro guru de "What a Bleep Do We Know", deixa aos espectadores um pequeno, mas emocionado, tutorial de auto ajuda que mistura espiritualidade disfarçada de física quântica, oração disfarçada de pensamento positivo e Deus disfarçado de Observador.
Acho que nenhum outro trecho sintetiza tão bem como este a macarronada místico-religiosa disfarçada de ciência e embalada como guia prático de auto-ajuda que "What a Bleep Do We Know" de fato é.
1:31:33
Isto é dito em off por Willian Tiller, PhD, professor do departamento de Ciência dos Materiais da Universidade de Stanford. (Como eu já fui aluno, e mais tarde professor, do mesmo departamento que Tiller, só que em outra respeitada instituição, este trecho é o meu favorito em todo o filme)
Acredite em mim, você não ia querer viver num mundo onde as propriedades dos materiais fossem afetadas pela consciência das pessoas ao redor deles. Viajar de avião, por exemplo, seria muito mais perigoso se a resistência do aço pudesse ser afetada pela consciência dos passageiros -- imagine as aeromoças sendo obrigadas a dizer: "senhores passageiros, a partir de agora não são mais permitidos telefones celulares, aparelhos eletrônicos nem pensamentos infelizes". Blecautes seriam muito mais comuns se, além dos incêndios, os pensamentos da população vivendo próxima às torres de alta-tensão também pudessem afetar a resistividade elétrica do cobre; e eu não quero nem pensar no que aconteceria com as propriedades químicas do urânio se uma pessoa com problemas conjugais fosse admitida em uma usina nuclear.
1:38:19
Esta é a cena em que Amanda -- a nova Amanda, purificada por sua jornada -- decide que não precisa mais de seus remédios e os joga no lixo.
Enquanto advoga o pensamento positivo e incentiva as pessoas a adotarem uma atitude de vida mais pró-ativa e responsável, ainda que baseando-se em conceitos distorcidos de física e biologia, "What a Bleep Do We Know" é relativamente inofensivo -- e até inspirador -- para o espectador com um handicap crítico. Mas no momento em que sugere que alguém pode se tornar "o cientista de sua vida" e abandonar por conta própria sua medicação, o filme comete seu pecado mais grave.
Existem doenças cujos sintomas vão e vem ciclicamente, assim como existem doenças cujos sintomas podem ser temporariamente aliviados por analgésicos naturais liberados pelo nosso organismo em momentos de euforia (como após um bom filme de auto-ajuda). Interromper um tratamento por causa de uma fugaz sensação de alívio é temerário; inspirar alguém a fazê-lo é irresponsável. Alguns antibióticos, por exemplo, não podem ser interrompidos no meio do tratamento sob o risco de que a doença retorne agravada. E há medicamentos que se interrompidos bruscamente causam mais complicações do que uma simples recaída.
Créditos Finais
Há uma piada que diz que o paraíso é um lugar onde a polícia é inglesa, os cozinheiros são franceses, os mecânicos são alemães, os amantes são italianos e tudo é organizado pelos suíços, enquanto o inferno é um lugar onde a polícia é alemã, os cozinheiros são ingleses, os mecânicos franceses e os amantes são suiços, sendo tudo organizado pelos italianos.
Quando chegam os créditos de "Quem Somos Nós" e as credenciais dos cabeças falantes são reveladas o obsevador atento fica com a sensação que passou os útlimos 90 minutos numa espécie de inferno europeu. Em vez de físicos falando de física, médicos falando de medicina e padres falando de Deus, o espectador descobre que passou a maior parte do tempo ouvindo físicos falando sobre Deus, um quiroprático e um médico (ainda graduando em Física) falando sobre física, um físico falando sobre medicina, um padre falando sobre pensamento positivo e uma ex-dona de casa, atualmente líder de uma seita, falando sobre Deus, moral, ética e vida em outros planetas. Tudo isso amalgamado por uma edição maliciosa que alternou new-age e ciência como se fossem farinha do mesmo saco, isolando e tirando de contexto as frases de uma para concluir os pensamentos de outra.
Epílogo
Chegamos finalmente ao desfecho de "O Guia Cético para assistir a 'What the Bleep do We Know?'”. Ao longo desta trilogia acompanhamos Amanda por sua jornada à "toca do coelho" para encontrar as respostas para "quem somos nós", "de onde viemos" e "para onde vamos". Depois de dolorosos 90 minutos em que não vimos nem respostas nem coelho, somos obrigados a concluir que essa péssima analogia se deve a "What a Bleep Do We Know" ter manipulado o espectador, acenando com ciência em uma mão enquanto com a outra tirava da cartola algo completamente diferente.
Sim, "Quem Somos Nós" é um filme que engana deliberadamente quem o assiste porque oferece a ele um suposto encontro entre ciência e espiritualidade mas em vez disso entrega um frankenstein torto e desconexo de ciência de desenho animado, pseudociência e auto-ajuda, que a maior parte do público leigo não está equipada para identificar. Assistir a "Quem Somos Nós" esperando ver um casamento entre ciência e espiritualidade é como observar alguém tentando encaixar cubos e tetraedos em orifícios circulares; para encaixar-se às crenças esotéricas de seus idealizadores, cada simples fato científico usado em "Quem Somos Nós" precisou ser vergado, torcido e marretado com força.
Os mais enganados foram aqueles que foram ao cinema esperando ver em "Quem Somos Nós" um documentário de ciência de verdade. Destes, alguns reconheceram o engodo -- a maioria antes dos primeiros 15 minutos de filme -- mas outros estão até agora deslumbrados, como se tivessem visto o "Cosmos" da sua geração. É bem verdade que há um aspecto positivo nisso: para muita gente "Quem Somos Nós" significou o despertar por um interesse genuíno pela ciência, ainda que de forma enviesada. Com sorte estas pessoas logo estarão buscando mais informações sobre universos paralelos, viagens pelo tempo, antimatéria e outras estranhezas apaixonantes da física em fontes verdadeiramente confiáveis, como o livro "O Universo Elegante" de Brian Greene (cujo documentário, conduzido pelo próprio Greene, pode ser encontrado na sua rede P2P favorita com legendas em português de portugal) ou "Alice no País do Quantum" de Robert Gilmore (que vai mais fundo na metáfora de Lewis Carrol do que só chupá-la de Matrix). É mais ou menos como despertar o gosto pela leitura lendo Paulo Coelho para um dia chegar a gostar de Umberto Eco.
Mas houve aqueles que reconheceram em "What The Bleep Do We Know" o que ele é realmente: um poderoso documentário de auto-ajuda. Para estes a falta de rigor científico de "Quem Somos Nós" não é o fim do mundo. Ora... que se dane que "Quem Somos Nós" traga um bando de cientistas sem credibilidade discutindo questões fundamentais do universo em takes de 15 segundos que parecem ter sido editados aleatoriamente pelo esquilo frenético de "Os Sem Floresta", uma senhora com sotaque engraçado e ar teatral encenando monólogos que quase nunca fazem muito sentido e muitos, muitos erros... Para uma legião de cultuadores o que importa é que "Quem Somos Nós" traz uma mensagem motivadora, positiva, "alto astral", que devolve às pessoas que o assistem o sentimento de que elas estão no controle de suas vidas e não ao capricho do acaso ou da misteriosa vontade divina, cuja escrita é mais torta do que gostariam.
O efeito é tão inebriante que alguns são até mesmo capazes de aceitar com muita naturalidade lições de física transmitidas pelo espírito de um guerreiro que viveu num continente mítico, falando através da líder de uma seita bizarra. Na verdade, para estas pessoas tanto faz se quem lhes fala diz ser um cientista, uma dona de casa, um fantasma lemuriano ou um smurf, desde que a mensagem seja emocionalmente agradável.
Se você é uma dessas pessoas, tudo bem. Esqueça a ciência de mentirinha de Ramtha e mergulhe de cabeça na mensagem bacana do filme. Sim, pense positivo, lembre-se dos elogios que você recebe, esqueça os insultos, guarde suas velhas cartas de amor, jogue fora seus velhos extratos bancários, use filtro solar... e tudo o mais. Qualquer artíficio mental que lhe permita internalizar a busca pela felicidade deve ser bem vindo, receba ele o nome de "pensamento positivo", "Deus", "Observador" ou "campo quântico".
Assim mesmo há algumas coisas que você não deveria fazer, mesmo tendo gostado muito de "What a Bleep Do We Know". Por exemplo, você não deveria tentar andar sobre a água em lugares fundos, sobretudo se não souber nadar. Lembre-se de sempre praticar o pensamento positivo em bacias, chafarizes e na beira da praia. E nunca jogue seus remédios no lixo por conta própria. Só quem deve interromper seu tratamento é o seu médico. Sem acompanhamento médico um quadro simples pode evoluir para uma situação crítica e se a coisa chegar a este ponto... bem, aí você vai ter que apostar todo o seu pensamento positivo na única técnica milenar que já se mostrou capaz de adiar a morte: a ciência.
The End.
Vamos então ao tão aguardado Guia Cético para assistir a “What the Bleep do We Know?” - O Retorno de Ramtha.
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A exibição do metrô vem do Japão e do Sr. Masaru Emoto. Masaru Emoto tornou-se tremendamente interessado na estrutura molecular da água e no que a afeta. A água é o mais receptivo dos quatro elementos. Mr Emoto pensou que talvez ela pudesse responder a eventos não físicos. Assim ele realizou uma série de estudos, aplicando estímulos mentais e fotografando-a em um microscópio de campo escuro.
A primeira figura é uma foto de água da represa de Fujiwara. E esta figura é a mesma água após receber uma benção de um monge budista. Agora, na próxima sequência Emoto imprimiu palavras nas garrafas de água destilada e as deixou da noite para o dia. A primeira figura é uma fotografia de água destilada -- só a essência de si mesma. As fotografias sequintes são diferentes: a primeira é o "Chi do Amor", a seguinte é "Obrigado". E você pode ver onde isso foi escrito aqui. (...) A ciência sobre como isso efetivamente afeta as moléculas é desconhecida, excepto para as moléculas da água evidentemente... E isso é realmente fascinante quando se tem em mente que 90% dos nossos corpos é formado de água.
Como num filme de David Lynch, um tipo sinistro sai da multidão e, encarando Amanda fixamente, diz:
Faz você pensar não é? Se os pensamentos podem fazer isso com a água imagine o que podem fazer conosco...
Então chegamos a Masaru Emoto.
Masaru Emoto, formado em Relações Internacionais no Japão, PhD em medicina alternativa na Índia, autor do livro "Messages From Water", acredita que a água reage às emoções ao redor dela: quando exposta à emoções positivas, a água se congela formando cristais belos e ordenados, mas se exposta a sentimentos considerados (por Emoto) como negativos sua estrutura cristaliza-se de maneira feia e desorganizada.
Além disso Emoto acredita que a água tratada com palavras amáveis e orações em vez de cloro e flúor, pode matar a sede mais eficientemente, melhorar a circulação sanguínea e o regular o metabolismo. Por isso inventou a revolucionária Água Indigo, uma água “geometricamente perfeita”, que promete as maravilhas acima e muitas outras pelo preço de um perfume francês: U$ 35,00 a garrafinha de 230 ml.
Tudo isso eu já escrevi há algum tempo atrás quando dediquei um post a Masaru Emoto. Na época eu não imaginava o papel central que as idéias de Emoto tinham em "What a Bleep Do We Know" (veremos isso adiante) e nem tinha a noção da enorme popularidade que ele alcançaria, catapultado pelo sucesso do filme.
Como vimos naquele post, o maior -- mas não o único -- impedimento para tentar levar Emoto à sério é que ele não usa testes duplo-cego. Duplo cego é um procedimento que visa evitar qualquer parcialidade do pesquisador, voluntária ou não. Como quando estão estudando a eficência de uma nova droga e os médicos misturam entre as pílulas reais algumas pílulas falsas, chamadas de placebo, de maneira que nem o médico nem o paciente sabem, de antemão, quem está tomando o quê. Um teste duplo-cego é simplesmente uma maneira de se testar uma alegação com a máxima honestidade. É por isso que é usada pelos pesquisadores que querem convencer a comunidade científica de seus resultados mais do que apenas ganhar dinheiro com eles.
Pois Emoto não só não realiza testes duplo-cego como já respondeu em uma entrevista recente que “não entende muito bem esse negócio de duplo-cego”! Em vez da inconveniente imprevisibilidade de um teste duplo-cego Emoto prefere contratar assistentes com um "acurado senso estético", que possam fotografar os cristais em um ambiente livre de pressões. Isto quer dizer que quando um assistente de Emoto fotografa um cristal de água, ele sabe tanto o que aconteceu à água, quanto o que acontecerá a ele se não fotografar o resultado que Emoto espera. Como numa única gota d'água pode haver milhares de microscópicos cristais se formando, sempre será possível encontrar cristais bonitos e feios, dependendo de como se procure.
O mágico James Randi já ofereceu 1 milhão de dólares a Emoto caso ele reproduzisse seus resultados usando uma metologia realmente científica. Não é surpresa que Emoto tenha recusado: alguém que vende água por quase R$ 100,00 o copinho não deve estar precisando de dinheiro não é?
Voltemos ao filme: a narradora nos diz que a “água é o mais receptivo dos quatro elementos”. Ora, a idéia de que o mundo é formado por 4 elementos -- fogo, água, terra e ar – remonta à Aristóteles e tem a ver com a química moderna tanto quanto colocar sanguessugas sobre talhos na pele de um paciente tem a ver com a medicina moderna. E alguém aí sabe o que pode ser um “elemento receptivo”? um doce para quem encontrar esta propriedade química na tabela periódica.
Existe ainda outra idéia falsa camuflada neste trecho do filme: a premissa de que tudo o que afeta a água afeta igualmente o nosso corpo, já que ele formado em grande parte por esse líquido. Os astrólogos, por exemplo, amam com paixão esta idéia: ora, se a Lua tem tamanha influência sobre as marés, como poderia não influenciar também nosso corpo? justificam-se. (Acontece que a força gravitacional, que causa as marés, é pequena demais para ser percebida a não ser que grandes massas estejam envolvidas, como é o caso entre a Lua e os oceanos. É por isso que, assim como o nível do seu copo de cerveja -- que também é composto em grande parte de água -- não sobe de acordo com a fase da lua, o nosso corpo tampouco sofre a ação de nenhuma espécie de "maré corporal", ou algo do gênero). É esta a falácia que o filme apresenta quando o tal sinistro personagem pergunta: “Faz você pensar não é? Se os pensamentos podem fazer isso na água imagine o que podem fazer conosco...”.
E o mais grave: as experiências de Emoto são feitas com água congelada e felizmente nós não temos água congelada no nosso corpo. Resta supor que a água prediposta a se solidificar de maneira esteticamente agradável é mais saudável do que a água microscopicamente feia. No entanto, note que nenhuma relação entre saúde e beleza foi estabelecida pelo filme. Quando o tal personagem misterioso diz “Se os pensamentos podem fazer isso na água imagine o que podem fazer conosco...” ele espera que o espectador preencha esta lacuna lógica com pura imaginação, não com fatos. Quando colabora, o espectador não percebe que está sendo vítima do que, em inglês, se dá o nome de "wishfull thinking", que em portugês não dá para traduzir muito melhor do que "crença movida pelo desejo".
A propósito, a não ser que você seja o Bob Esponja você não é formado por 90% de água. A percentagem correta do líquido nos seres humanos é de pouco menos de 80% nos recém nascidos, 60% em homens adultos e 55% nas mulheres.
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Se você aceitar com todas as forças do seu ser que você pode andar sobre a água, o que acontecerá? Sim, você vai andar! Mas você sabe, é como, uh, é como o pensamento positivo funciona. É uma idéia maravilhosa o pensamento positivo, mas o que ele normalmente significa é que nós temos um pequeno lampejo de pensamento positivo encoberto por toda uma massa de pensamento negativo. Logo, o pensamento positivo nunca é pensamento positivo mesmo, é só o pensamento negativo que temos mascarado...
Aqui o filme leva ao extremo a idéia do pensamento positivo, afirmando que uma pessoa pode literalmente levitar sobre a água desde que aceite com todas as forças do seu ser que pode fazer isso.
Michael Ledwith não está no filme para falar de ciência. Como ex-padre, o papel de Ledwith em "What a Bleep Do We Know" é de Consultor para Assuntos Religiosos: sua pequena participação se resume a este trecho enaltecendo o pensamento positivo e outras rápidas passagens em que divaga sobre a natureza de Deus. No entanto sua aparição revela uma das maiores estratégias de "What a Bleep Do We Know": inserir calculadamente os assuntos esotéricos e as opiniões puramente pessoais em meio às discussões "científicas" para dar ao pacote todo uma aparente cientificidade e criar a ilusão de que estes temas estão entrelaçados. Foi desta maneira que "What a Bleep Do We Know"conseguiu ser aclamado como um "documentário de física quântica" falando tão pouco sobre física.
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Mais ou menos a partir dos 40 minutos "What a Bleep Do We Know" dá uma virada. A Física Quântica, que vinha sendo o tema principal do filme, é substituída pela Neurociência e só volta a ser citada bem no finalzinho. A partir deste ponto o quiroprático Joe Dispenza toma as rédeas e conduz o documentário praticamente sozinho com raras intercalações de seus companheiros de seita. Com isso a ciência -- que já era rala -- vai ficando ainda mais diluída em meio a extrapolações morais, discussões religiosas e sermões sobre como viver a vida. Finalmente, como se removesse um véu de sobre a última camada do filme, Joe revela o que "What a Bleep Do We Know" realmente é: um documentário de auto-ajuda.
Com a palavra, Joe Dispenza:
O cérebro, quando dispara seus pensamentos, é como uma planície sob um temporal. E o emaranhado de sinapses são como o céu entre... a tempestade e a Terra. Você vê esta nuvem negra no céu e você vê os impulsos elétricos se movendo por eles e então você vê eles atingirem o solo. O cérebro se parece com uma tempestade, quando formulando um pensamento coerente. Mas ninguém vê um pensamento, o que se vê é uma tempestade açoitando diferentes quadrantes do cérebro. Estas áreas devem estar respondendo à imagens holográficas -- raiva, assassinato, ódio, compaixão, amor.
O filme mostra as lembranças ruins de Amanda disparando em seu cérebro uma autêntica tempestade de raios (o que faz o termo "brainstorm" deixar se ser apenas uma figura de linguagem).
Mas o cenário de uma planície de massa cinzenta açoitada por uma tempestade de relâmpagos entre nuvens de neurônios, embora empreste à cena a dramaticidade que o filme busca, é -- surpresa! -- bastante incorreta. Os estímulos nervosos não são transmitidos através de arcos voltaicos como relâmpagos e sim quimicamente através de substâncias chamadas de neurotransmissores.
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Joe Dispenza novamente:
O cérebro não sabe a diferença entre o que ele vê no ambiente e o que ele lembra. Porque os mesma rede neural é ativada.
Estudos mostram que a mesma área do cérebro é ativada quando você vê uma maça e quando pensa em uma maça. Isso parece ser confirmado pela nossa experiência, uma vez que a lembrança de uma suculenta maçã geralmente dispara nossas células salivares tanto quanto a visão de uma. Mas será que isso significa que o cérebro não sabe a diferença entre uma maça de verdade e a lembrança de uma maçã? Não, isso não é verdade.
Estudos mostram que embora as mesmas áreas do cérebro sejam ativadas, esta atividade é muito menor quando imaginamos uma coisa do que quando olhamos para esta coisa, sendo que esta atividade é tão menos intensa quanto menos vívida for a lembrança. Ou seja, existe uma diferença quantitativa nas áreas ativadas no nosso cérebro quando imaginamos algo e quando o vivenciamos. E isso faz toda a diferença.
0:55:39
E assim, sem mais nem menos, o físico John Hagelin aparece em cena por menos de 3 segundos, para dizer:
A mais sofisticada fármacia do universo está aqui.
Logo em seguida, Joe continua:
Existe uma parte do cérebro chamada de hipotálamo... o hipotálamo é como uma mini fábrica e é o lugar onde são montadas certas substâncias químicas que correspondem a certas emoções que vivenciamos. E estas substâncias em particular são chamadas de peptídeos. Eles são pequenas cadeias de amino-ácidos. O corpo é basicamente uma unidade de carbono... que constrói 20 diferentes aminoácidos para formular sua estrutura física. O corpo é uma máquina de produzir proteínas. No hipotálamo nós pegamos estas pequenas cadeias de aminoácidos chamadas peptídeos e os montamos em certos neuropeptídeos ou neurohormônios que correspondem aos nossos estados emocionais que experimentamos no dia a dia. Assim há substâncias para raiva e há substâncias para tristeza e há substâncias para vitimização e para luxúria. Há substâncias químicas para cada emoção que experimentamos. E no momento em que vivemos aquela emoção o hipotálamo imediatamente monta o peptídeo correspondente e o libera na corrente sanguínea. Nesta hora o peptídeo encontra o caminho até as diferentes partes do corpo. Agora, cada célula do nosso corpo possui estes receptores do lado de fora...
Como vimos, os sinais nervosos não são transmitidos através de arcos voltaicos como o que acende o gás do seu fogão, e sim através de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores. Uma das categorias de substâncias que agem como neurotransmissores são os peptídeos, que nada mais são do que proteínas pequenas.
Acontece que sintetizar neutransmissores não é somente uma questão de fé ou de treinamento como o filme parece sugerir (ainda que não o diga explicitamente). O que na verdade é uma pena, senão várias doenças poderiam ser curadas apenas com tratamento psicológico ou com o consumo de material de auto-ajuda. Casos clínicos de depressão, doença associada a baixos níveis de neurotrasmissores como a serotonina, curar-se-iam simplesmente com doses controladas do vídeo de "Everybody is Free (to Wear Sunscreen)"; o Mal de Parkinson, relacionado ao menos parcialmente a uma disfunção no peptídeo amilóide beta, poderia ser curado simplesmente com sessões de análise em um bom psicoterapeuta e a diabetes, outro mal associado a deficiência na síntese de uma substância geralmente considerada um peptídeo -- a insulina -- poderia ser curada com livros do Paulo Coelho. Doloroso, mas não tanto quanto conviver com a doença.
Por fim o filme erra mais uma vez ao afirmar que o corpo sintetiza os 20 aminoácidos usados para montar os peptídeos. Nosso corpo é capaz de sintetizar apenas 12 aminoácidos; os outros 8 precisam ser consumidos na alimentação (nossa farmácia corporal pode ser sofisticada, mas não é autosuficiente).
1:00:12
Cada célula está definitivamente viva e cada célula tem uma consicência, particularmente se definirmos consciência como o ponto de vista de um observador. Sempre existe a perspectiva da célula. Na verdade, a célula é a menor unidade de consciência do corpo.
Candice Pert afirma que as células nervosas do nosso corpo são criaturas conscientes "do ponto de vista do observador" e que o ser humano é na verdade a soma da consciência dessas minúsculas gelatinosas criaturinhas com uma infeliz tendência a se tornarem viciadas em peptídeos.
O conceito de consciência é vasto e possui pelo menos uma dúzia de definições diferentes, todas exigindo de algum jeito a habilidade de perceber à si mesmo. Acho que todos concordamos que afirmar que uma célula está ciente de sua própria existência é ir um pouco longe demais em qualquer direção.
Este ponto também demarca o início do trecho mais insuportável de "Quem Somos Nós": quando o filme inventa a categoria de "comédia new age pastelão", com direito até a um inacreditável musical com pedestais de soro fisiológico.
1:15:00
Nossa mente literalmente cria nosso corpo. (...) Uma das coisas sobre os receptores é que eles mudam sua sensibilidade. Se o receptor para uma certa droga, ou fluido interno está sendo constantemente bombardeado por um longo período de tempo, com alta intensidade, ele vai literalmente se tornar menor. Haverá menos deles. Assim, a mesma quantidade da substância, ou do fluido interno, causará uma resposta muito menor.
Logo em seguida Joe Dispenza retoma o bastão e prossegue:
Se nós bombardeamos a célula com a mesma atitude e a mesma substância química diariamente, quando aquela célula decide se dividir, quando ela produz uma célula filha, esta possuirá mais receptores para aquele neuropeptídeo particular e menos receptores para vitaminas, minerais e nutrientes.
Ou seja, Candice Pert diz que o bombardeio constante diminui a quantidade de receptores das células, enquanto Joe Dispenza afirma que isso aumenta a quantidade de receptores. Um dos dois tem que estar errado.
De um jeito ou de outro o raciocínio de Joe é inválido: as células do sistema nervoso não se dividem através de mitose, ou seja, não se reproduzem formando células filhas que herdam as características genéticas da mãe.
01:18:00
Eis que o professor Willian Tiller aparece em cena dizendo nada mais do que...
Ok, pessoal, é hora de um ajuste de curso na trajetória ao longo do caminho de nossa aventura. E este ajuste de curso é o movimento para um novo paradigma, uma expansão do antigo -- tal qual o universo é maior do que pensamos que era em nossa modelagem, e é sempre maior do que pensamos que é.
Este é um perfeito exemplo de como os diretores de "What a Bleep Do We Know" editaram o filme mais interessados no efeito dramático do que no conteúdo. Descolado de qualquer contexto este trecho não quer dizer bulhufas; na sequência serve apenas como escada para uma gag infame: comparar o tamanho do universo com o tamanho com que Amanda imagina a si mesma diante do espelho, na cena seguinte.
01:18:19
Eu te odeio!
Aos berros Amanda ataca sua imagem no espelho com um tubo de pasta de dente, até ficar esgotada. Neste momento um gota d'água chama sua atenção e isso traz a lembrança daquele personagem misterioso do metrô dizendo: "Faz você pensar não é? Se os pensamentos podem fazer isso com a água imagine o que podem fazer conosco...".
Aparentemente Amanda decide colocar em prática a teoria de Emoto pois passa a desenhar por toda a sua pele iloveyous circundados por coraçõezinhos encaracolados, da mesma maneira que Emoto escrevia nos rótulos das suas garrafas d'água. A música vai caminhando para um ápice triunfal ao mesmo tempo que Joe Dispenza desfila em off o mais longo e emocionado discurso de auto-ajuda até então. Algum tempo depois Amanda mergulha numa banheira, purificando-se, e a água ganha o foco, remetendo a Emoto novamente.
É interessante notar como depois de tanto tempo explorando as estranhezas da física quântica e a química do cérebro, nem quantuns nem peptídeos receberam o crédito pela transformação de Amanda, e sim o que parecia ser um tema periférico: a água sentimental de Masaru Emoto.
01:25:51
[Ramtha] Qual o único planeta da Via Láctea habitado? imerso em uma enorme dominação religiosa? Você sabe o porque disso? Porque as pessoas tem idéias erradas sobre o que é certo e errado.
Ramtha revela que a Terra é o único planeta habitado da Via Láctea, algo que aparentemente já era sabido na Lemúria há 35.000 anos atrás.
Errr... mas e daí? Estima-se que existam cerca de 125 bilhões de galáxias como a Via Láctea no universo, isso ainda nos deixa com outras 124.999.999.999 galáxias para procurarmos por vida inteligente. Aliás se o espírito sabe algo que não sabemos por que não nos diz de uma vez para qual galáxia apontar nossos rádiotelescópios?
01:28:52
Se nós estamos conscientemente projetando nosso destino e se somos conscientes, de um ponto de vista espiritual, e aceitamos a idéia de que nossos pensamentos afetam a realidade, ou afetam nossa vida -- porque realidade é igual à vida -- então eu tenho este pequeno pacto que uso ao criar meu dia:
Eu digo: "Eu estou usando este tempo para criar meu dia e eu estou afetando meu campo quântico. Agora, se o observador está realmente me observando durante todo o tempo em que faço isso... e há um aspecto espiritual em mim mesmo, então me dê um sinal de que você prestou atenção a todas estas coisas que criei, e me as traga de uma maneira que eu não esteja esperando. Assim eu ficarei tão surpreso com a minha habilidade de ser capaz de vivenciar estas coisas que não terei dúvidas de que elas vieram de você"
Se eu precisasse extrair um único trecho de "What a Bleep Do We Know" para caracterizá-lo, eu escolheria este.
Aqui Joe, que se estabeleceu como o verdadeiro guru de "What a Bleep Do We Know", deixa aos espectadores um pequeno, mas emocionado, tutorial de auto ajuda que mistura espiritualidade disfarçada de física quântica, oração disfarçada de pensamento positivo e Deus disfarçado de Observador.
Acho que nenhum outro trecho sintetiza tão bem como este a macarronada místico-religiosa disfarçada de ciência e embalada como guia prático de auto-ajuda que "What a Bleep Do We Know" de fato é.
1:31:33
Sua consciência influência os outros ao seu redor. Influencia as propriedades dos materiais. Influencia seu futuro. Você está co-criando seu futuro.
Isto é dito em off por Willian Tiller, PhD, professor do departamento de Ciência dos Materiais da Universidade de Stanford. (Como eu já fui aluno, e mais tarde professor, do mesmo departamento que Tiller, só que em outra respeitada instituição, este trecho é o meu favorito em todo o filme)
Acredite em mim, você não ia querer viver num mundo onde as propriedades dos materiais fossem afetadas pela consciência das pessoas ao redor deles. Viajar de avião, por exemplo, seria muito mais perigoso se a resistência do aço pudesse ser afetada pela consciência dos passageiros -- imagine as aeromoças sendo obrigadas a dizer: "senhores passageiros, a partir de agora não são mais permitidos telefones celulares, aparelhos eletrônicos nem pensamentos infelizes". Blecautes seriam muito mais comuns se, além dos incêndios, os pensamentos da população vivendo próxima às torres de alta-tensão também pudessem afetar a resistividade elétrica do cobre; e eu não quero nem pensar no que aconteceria com as propriedades químicas do urânio se uma pessoa com problemas conjugais fosse admitida em uma usina nuclear.
1:38:19
[continuando o trecho anterior] Como medimos os efeitos? Vivemos a vida e vemos se alguma coisa mudou. E se ela tiver mudado então nós nos tornamos os cientistas da nossa vida... o que é o motivo pelo qual estamos aqui.
Esta é a cena em que Amanda -- a nova Amanda, purificada por sua jornada -- decide que não precisa mais de seus remédios e os joga no lixo.
Enquanto advoga o pensamento positivo e incentiva as pessoas a adotarem uma atitude de vida mais pró-ativa e responsável, ainda que baseando-se em conceitos distorcidos de física e biologia, "What a Bleep Do We Know" é relativamente inofensivo -- e até inspirador -- para o espectador com um handicap crítico. Mas no momento em que sugere que alguém pode se tornar "o cientista de sua vida" e abandonar por conta própria sua medicação, o filme comete seu pecado mais grave.
Existem doenças cujos sintomas vão e vem ciclicamente, assim como existem doenças cujos sintomas podem ser temporariamente aliviados por analgésicos naturais liberados pelo nosso organismo em momentos de euforia (como após um bom filme de auto-ajuda). Interromper um tratamento por causa de uma fugaz sensação de alívio é temerário; inspirar alguém a fazê-lo é irresponsável. Alguns antibióticos, por exemplo, não podem ser interrompidos no meio do tratamento sob o risco de que a doença retorne agravada. E há medicamentos que se interrompidos bruscamente causam mais complicações do que uma simples recaída.
Créditos Finais
Há uma piada que diz que o paraíso é um lugar onde a polícia é inglesa, os cozinheiros são franceses, os mecânicos são alemães, os amantes são italianos e tudo é organizado pelos suíços, enquanto o inferno é um lugar onde a polícia é alemã, os cozinheiros são ingleses, os mecânicos franceses e os amantes são suiços, sendo tudo organizado pelos italianos.
Quando chegam os créditos de "Quem Somos Nós" e as credenciais dos cabeças falantes são reveladas o obsevador atento fica com a sensação que passou os útlimos 90 minutos numa espécie de inferno europeu. Em vez de físicos falando de física, médicos falando de medicina e padres falando de Deus, o espectador descobre que passou a maior parte do tempo ouvindo físicos falando sobre Deus, um quiroprático e um médico (ainda graduando em Física) falando sobre física, um físico falando sobre medicina, um padre falando sobre pensamento positivo e uma ex-dona de casa, atualmente líder de uma seita, falando sobre Deus, moral, ética e vida em outros planetas. Tudo isso amalgamado por uma edição maliciosa que alternou new-age e ciência como se fossem farinha do mesmo saco, isolando e tirando de contexto as frases de uma para concluir os pensamentos de outra.
Epílogo
Chegamos finalmente ao desfecho de "O Guia Cético para assistir a 'What the Bleep do We Know?'”. Ao longo desta trilogia acompanhamos Amanda por sua jornada à "toca do coelho" para encontrar as respostas para "quem somos nós", "de onde viemos" e "para onde vamos". Depois de dolorosos 90 minutos em que não vimos nem respostas nem coelho, somos obrigados a concluir que essa péssima analogia se deve a "What a Bleep Do We Know" ter manipulado o espectador, acenando com ciência em uma mão enquanto com a outra tirava da cartola algo completamente diferente.
Sim, "Quem Somos Nós" é um filme que engana deliberadamente quem o assiste porque oferece a ele um suposto encontro entre ciência e espiritualidade mas em vez disso entrega um frankenstein torto e desconexo de ciência de desenho animado, pseudociência e auto-ajuda, que a maior parte do público leigo não está equipada para identificar. Assistir a "Quem Somos Nós" esperando ver um casamento entre ciência e espiritualidade é como observar alguém tentando encaixar cubos e tetraedos em orifícios circulares; para encaixar-se às crenças esotéricas de seus idealizadores, cada simples fato científico usado em "Quem Somos Nós" precisou ser vergado, torcido e marretado com força.
Os mais enganados foram aqueles que foram ao cinema esperando ver em "Quem Somos Nós" um documentário de ciência de verdade. Destes, alguns reconheceram o engodo -- a maioria antes dos primeiros 15 minutos de filme -- mas outros estão até agora deslumbrados, como se tivessem visto o "Cosmos" da sua geração. É bem verdade que há um aspecto positivo nisso: para muita gente "Quem Somos Nós" significou o despertar por um interesse genuíno pela ciência, ainda que de forma enviesada. Com sorte estas pessoas logo estarão buscando mais informações sobre universos paralelos, viagens pelo tempo, antimatéria e outras estranhezas apaixonantes da física em fontes verdadeiramente confiáveis, como o livro "O Universo Elegante" de Brian Greene (cujo documentário, conduzido pelo próprio Greene, pode ser encontrado na sua rede P2P favorita com legendas em português de portugal) ou "Alice no País do Quantum" de Robert Gilmore (que vai mais fundo na metáfora de Lewis Carrol do que só chupá-la de Matrix). É mais ou menos como despertar o gosto pela leitura lendo Paulo Coelho para um dia chegar a gostar de Umberto Eco.
Mas houve aqueles que reconheceram em "What The Bleep Do We Know" o que ele é realmente: um poderoso documentário de auto-ajuda. Para estes a falta de rigor científico de "Quem Somos Nós" não é o fim do mundo. Ora... que se dane que "Quem Somos Nós" traga um bando de cientistas sem credibilidade discutindo questões fundamentais do universo em takes de 15 segundos que parecem ter sido editados aleatoriamente pelo esquilo frenético de "Os Sem Floresta", uma senhora com sotaque engraçado e ar teatral encenando monólogos que quase nunca fazem muito sentido e muitos, muitos erros... Para uma legião de cultuadores o que importa é que "Quem Somos Nós" traz uma mensagem motivadora, positiva, "alto astral", que devolve às pessoas que o assistem o sentimento de que elas estão no controle de suas vidas e não ao capricho do acaso ou da misteriosa vontade divina, cuja escrita é mais torta do que gostariam.
O efeito é tão inebriante que alguns são até mesmo capazes de aceitar com muita naturalidade lições de física transmitidas pelo espírito de um guerreiro que viveu num continente mítico, falando através da líder de uma seita bizarra. Na verdade, para estas pessoas tanto faz se quem lhes fala diz ser um cientista, uma dona de casa, um fantasma lemuriano ou um smurf, desde que a mensagem seja emocionalmente agradável.
Se você é uma dessas pessoas, tudo bem. Esqueça a ciência de mentirinha de Ramtha e mergulhe de cabeça na mensagem bacana do filme. Sim, pense positivo, lembre-se dos elogios que você recebe, esqueça os insultos, guarde suas velhas cartas de amor, jogue fora seus velhos extratos bancários, use filtro solar... e tudo o mais. Qualquer artíficio mental que lhe permita internalizar a busca pela felicidade deve ser bem vindo, receba ele o nome de "pensamento positivo", "Deus", "Observador" ou "campo quântico".
Assim mesmo há algumas coisas que você não deveria fazer, mesmo tendo gostado muito de "What a Bleep Do We Know". Por exemplo, você não deveria tentar andar sobre a água em lugares fundos, sobretudo se não souber nadar. Lembre-se de sempre praticar o pensamento positivo em bacias, chafarizes e na beira da praia. E nunca jogue seus remédios no lixo por conta própria. Só quem deve interromper seu tratamento é o seu médico. Sem acompanhamento médico um quadro simples pode evoluir para uma situação crítica e se a coisa chegar a este ponto... bem, aí você vai ter que apostar todo o seu pensamento positivo na única técnica milenar que já se mostrou capaz de adiar a morte: a ciência.
The End.
97 Comments:
É isso Alexandre. Missão cumprida!
Foi um dos textos mais difíceis que já escrevi (as três partes), mas valeu a pena.
Muuuito bom! Parabéns pelos textos :D
Excelente guia, Widson! Parabéns pelo trabalho valoroso de desmontar a pseudociência presente no filme.
realmente um trabalho impressionante! tu já viu algum material semelhante em inglês? faria o maior sucesso nos Diggs da vida e ia pralguma Wired com certeza.
aproveito pra te convidar pra conhecer a verbeat - www.verbeat.org, que dá apoio a projetos digitais criativos. vamos trocar idéias! :)
abraços!
Finalmente!!!
Mas valeu a pena a espera. O texto ficou ótimo, e já guardei o Guia Cético completo para meu arquivo.
[]s!
Excelente trabalho, artigos assim deveriam ser mais comuns pela internet. Esse assunto já foi discutido no Digg e em vários lugares. Se não me engano existem 2 versões desse filme, um mais recente.
De qualquer maneira, esse filme é uma piada. Eu comecei a assistir sem saber do que se tratava. Depois dos primeiros 30 minutos eu já estava com vontade de jogar o DVD pela janela. É uma das piores histórias que já vi e com as explicações mais primitivas que já vi. Um gibi da Disney é mais criativo do que isso.
Se alguém tem esse lixo, jogue fora.
Quem somos nós? se trata de um dos mais indecentes engodos místicos dos últimos anos e esse "guia cético" deveria vir impresso no encarte do filme. O trecho em que a moça joga fora seus remédios me faz lembrar de atitudes irresponsáveis de certos pastores evangélicos perante uma multidão ingênua e desesperada.
O trecho em que a moça joga fora seus remédios me faz lembrar de atitudes irresponsáveis de certos pastores evangélicos perante uma multidão ingênua e desesperada.
É mesmo Rodrigo. Eu tinha escrito um parágrafo sobre isso mas apaguei na edição final porque achei que o texto já estava grande demais.
Widson
Cara, parabéns sobre o artigo. O que você escreveu foi a melhor crítica sobre o filme que já vi em qualquer lugar, seja em sites e revistas brasileiros ou estrangeiros.
Excelente texto!!!
Uma dúvida: você tem recebido muitos comentários odiosos ou ameaçadores?
Pergunto porque lá no Baú, toda a hora aparece um nervosinho (e olha que a gente só fala de joguinhos...)
Por que levar essas coisas pro lado pessoal? Onde foi parar o senso crítico das pessoas?
Excelente texto!!!
Uma dúvida: você tem recebido muitos comentários odiosos ou ameaçadores?
Valeu Ron.
Na segunda parte algumas pessoas pegaram mais pesado, mas não foi nada demais.
A reação mais exacerbada que eu já tive diante de alguma coisa que eu escrevi veio do Prof. Calazans, depois do meu artigo detonando as mensagens subliminares no Projeto Ockham.
Widson
Caro Widson, meus parabéns esfuziantes pelo excelente artigo! Precisa ser impresso, encadernado e distribuído por toda parte, para que não se perca. É uma preciosidade para aqueles (serão poucos?) que prezam o raciocínio crítico, o bom senso e a honestidade.
Mamma mia! Mas que trabalho maravilhoso e edificante (tanto que daqui a pouco dá pra mudar o nome do site pra "Cimento Ockham")!
E eu que ficava me perguntando porque a água do doutor Emoto só apresentava propriedades mágicas quando congelada e vista no microscópio...será que se por acaso as energias positivas se materializassem através da mudança de cor ou imediata ebulição as pessoas desconfiariam que era fraude??
Sou fã desse site!
Oi Widson. Ótimo. Já contribui (modestamente)nos comentários da segunda parte para criticar o filme e seus propósitos infames. Li também teu artigo sobre a invasão da pseudociência nas Universidades. Estou pensando iniciar alguma coisa para combater isso na minha (uma das públicas paulistas). Gostaria entrar em contato contigo. Aguardo teu retorno.
Abraço,
Roelf
Sensacional, Widson!
Parabéns!
Pedro Lemos
PS.: Há um verbete desse filme na Wikipedia .. Seria interessante adicionares um link para o teu guia.
Que bom que voltou a escrever!
Parabéns pela conclusão do texto, ficou realmente ótimo!
Espero que de agora em diante você não suma, seus textos são realmente muito bons!
O Dragão sai do coma, heeeeeeeee!
Só corrige lá a parte do "monte budista" porque eu fiquei pensando monte budista de que? :D
Abacarei de ler o artigo em casa daí parabenizo, mas por enquanto achei BEM legal.
"discutindo questões fundamentais do universo em takes de 15 segundos que parecem ter sido editados aleatoriamente pelo esquilo frenético de ´Os Sem Floresta´" Chorei um pouquinho de tanto rir. Mas vc esqueceu de falar que o esquilo devia ter tomado nitroglicerina quando editou as sequencias.
Meticuloso! Vai a fundo mesmo. Deve ter dado muito mais trabalho do que fazer o próprio filme, amigo. Juntando os três artigos você tem um pequeno livro.
Tenho uma proposta: gosto tanto do dragão que queria saber se não quer colocá-lo sem custo em meu servidor onde armazeno o www.tecnocientista.info. Você pode comprar o domínio dragaodagaragem.com por apenas R$25 por ano e é isso. Acabou. Fácil e indolor. Pense e me escreva através do site (ou do meu email se ainda tiver).
welcome back.
Sou seu fã, velhinho!!!
Um amigo espirita me emprestou o DVD de "Quem somos nós" e eu o assisti à medida em que lia seu texto. Muito obrigado. Grande trabalho!!!
Parabéns pelo excelente texto.
Seria possível uma análise do filme do Capra também? - Mindwalk (Ponto de Mutação)
Texto excelente, diria até magnifico.Necessário acima de tudo, pois em um mundo desestabilizado, devemos começar mostrando onde esta o desequilibrio, para depois coinstruirmos o melhor.Indubitavelmente esse filme é noscivo, pois leva as pessoas a teorias espúrias e, se mal compreendidas, perigosas.
Artigo impressionante, pena ser tão melancólica a volta ao estado 'ser humano comum'. Talvez você consiga ajudar, visto o brilhantismo no artigo...
Quem diabos somos nós então? E por exemplo, porque pensar positivo se os pensamentos não afetam a realidade?
Obrigado!
Quem diabos somos nós então? E por exemplo, porque pensar positivo se os pensamentos não afetam a realidade?
Mas quem disse que os pensamentos não afetam a realidade? É claro que afetam! Não tenha dúvida que pensar positivo vai fazer você se relacionar melhor em casa e no trabalho, vai fazer você traçar e perseguir com mais obstinação seus objetivos de vida, pode até fazê-lo ficar mais bem "apessoado", na medida em que vai levá-lo a cuidar mais do seu corpo, da alimentação etc.
O que o pensamento positivo não vai fazer é transformar fisicamente a realidade. Ou seja, você não vai ganhar na loteria apenas pensando nisso com muita força, nem vai conseguir curar a si e outras pessoas apenas desejando isso do fundo do coração.
Widson
Parabéns pelo trabalho. É realmente um texto de utilidade pública.
Tony
Parabéns e obrigada por divulgar seu texto. Pena que perspectivas assim são tão menos populares do que aquelas defendidas pelo filme.
Karina.
algo que foi esquecido...
a mulher explica que sentimos por que sintetizamos peptídeos que são distribuidos pelas células do corpo.
OK
mas.. é assim que funciona o sistema endôcrino e quando um orgão libera um hormônio (exatamente como ela descreveu)
por que neu o hipotálamo que ela tanto gosta, produzir um hormônio da neuro-hipófise como a oxitonina.. só que vamos chamalo de alegria...
ok...
meu time ganha o campeonato de futebol. Claro que minhas células que assistiam o jogo ja tinha produzido toda a alegria e agora solta no sangue que percorrerá todo o circuito até as células alvo... agora.. quais são as células alvo da alegria? E eu vou sentí-la onde? no rim? pancreas? e o mais importante, vai demorar no mínimo 3 minutos para ficar alegre com a vitória. que beleza..
Parabéns, Widson. É o melhor artigo que li sobre o filme.
Abraço.
Meus parabéns pelo texto, e obrigado. Como disse em meu blog, eu ouvi de um professor da minha universidade diversos elogios ao filme. De início me pareceu charlatanismo total, mas como veio de alguém como ele, fui me informar mais, e aí achei o seu site.
A crítica detalhada e esmiuçada me poupou o trabalho de ir vê-lo, o que faria para poder tirar minha própria conclusão.
Ao ver a fala do Dr. Emoto, (que pelo nome, deve ser Emo), eu fiquei me perguntando What a beep é um evento não físico???
Já adicionei seu blog aos meus favoritos, parabéns novamente.
Parabéns pelo texto e pelo blog. Tenho apenas uma ressalva, quando dizes: "Ora, a idéia de que o mundo é formado por 4 elementos -- fogo, água, terra e ar – remonta à Aristóteles e tem a ver com a química moderna tanto quanto colocar sanguessugas sobre talhos na pele de um paciente tem a ver com a medicina moderna."
Na verdade o uso de sanguessugas medicinais (Hirudo medicinalis), criadas em laboratório especialmente para esse fim, faz parte da medicina moderna. Elas são usadas para evitar trombose venosa, especialmente após reimplantes de membros amputados e em reconstruções microcirúrgicas com retalhos livres (onde há o transplante de tecido ósseo, muscular e/ou cutâneo do próprio paciente de uma região para outra). A sanguessuga libera, através de suas glândulas salivares, uma substância anticoagulante chamada hirudina. A hirudina é o mais potente e específico inibidor da trombina conhecido atualmente. Ela liga-se à trombina com alta afinidade e especificidade, formando um complexo não covalente irreversível e, com isso, inibindo todas as funções proteolíticas da trombina.
Não há laboratório habilitado produzindo as sanguessugas medicinais no Brasil, embora o uso delas seja muito comum, dentro das indicações acima, nos EUA.
Assim, acredito que seja melhor alterar a sentença do texto do blog, para que não concordes involuntariamente com a atualidade do princípio dos 4 elementos.
Um abraço,
Dr. Luiz Carlos Severo
Na verdade o uso de sanguessugas medicinais (Hirudo medicinalis), criadas em laboratório especialmente para esse fim, faz parte da medicina moderna. Elas são usadas para evitar trombose venosa, especialmente após reimplantes de membros amputados e em...
Realmente fiquei impressionado de sanguessugas ainda serem usadas na medicina moderna como anticoagulantes.
Você está certo, tenho que mudar o texto, embora é claro minha intenção era falar da técnica da sangria, com a qual os médicos medievais esperavam curar todas as doenças.
Sensacionais os "créditos finais"! hahahahaha
A sua resenha do Quem Somo Nós é fantásica, uma contribuição relevante no meio de tanta porcaria. Gostaria de sugerir uma resenha acerca do O Segredo. Vale a pena!
O Guia aparta, com um golpe só, a infeliz tentativa de se criar o que seria um "Dr. Paulo Coelho"...
Ao autor: só resta os parabéns!
"Paulo, Paulo, porque me persegues?"
Fico me perguntando se vc não foi um dos judeus que condenaram Jesus, Ele com tantas novas idéias.... Claro que não, vc tbém não acredita em reencarnação, não é científico. Abra sua mente!
gostaria de saber quantos artigos científicos publicados em revistas qualis "a" o autor possui, quantos livros publicados, já que rebate com tanta propriedade autoridades MUNDIAIS no assunto.
...e bota MUNDIAIS nisso!
A cidadã precisou encarnar um espírito da Lemúria p/ gravar o "filme".
essa parte do filme tbém discordo, mas isso não invalida as autoridades participantes do filme e suas respectivas notoriedades, embora o autor do blog, não sei com que embasamento científico, não dá credibilidade.
...e bota MUNDIAIS nisso!
A cidadã precisou encarnar um espírito da Lemúria p/ gravar o "filme".
hahahaha, muito bom Lucas. As autoridades desse filme desafiam espaço e tempo!!
Widson
o autor do blog continua sem mostrar suas credenciais.............
Se a discussão sobre "What a Bleep Do We Know" se resolvesse numa mera guerra de credenciais, como num jogo de Super Trunfo, seria muito mais fácil detonar esse filme. Pois quem diz que os cientistas do filme são uns pulhas não sou apenas eu, mas praticamente toda a comunidade científica mundial, que lá fora se preocupa mais com o prejuízo à educação trazido por esse filme do aqui no Brasil. Faça uma pesquisa básica em inglês e você vai descobrir.
Mas se ainda assim quiser descobrir quem sou eu, faça uma busca no Google.
Widson Porto Reis
Gostaria de saber por que, num texto tão looooongo, cheio de fotos e citações, não há nenhumas destas dos físicos Amit Goswami e Fred Alan Wolf. Por que o autor do blog não aproveitou nada do que estes Doutores disseram? (Nem que fosse para criticar!) Por quê???
Meu palpite é que o blogueiro fez um apanhado de idéias de sites/blogs estrangeiros, traduziu e mesclou com as idéias pré-concebidas de sua cosmovisão.
Se isto for verdade, era de bom alvitre dar os devidos créditos a quem teria pensado no lugar do "autor" do texto, em português.
Realmente muitas igrejas cristãs americanas estão impressionadas com o sucesso do filme. E vc também não alcançou o por quê.
Detalhe: O fato de J.Z. Knight ficar mais rica ou não - isto não me importa. O que mais importa é que o filme serve de introdução para pensarmos num mundo mais amplo do que este como nos foi ensinado.
Este comentário foi removido pelo autor.
Olá.
Excelente texto! Assim como os outros. É incrível como as pessoas acreditam nisso e seguem como "filosofia de vida". Tenho um conhecido que há meses atrás assistiu e esse filme e diz que sua vida mudou totalmente. Está até pensando em fazer física para ver se consegue encontrar Deus. Como dito por outros, "O Segredo" é outra palhaçada do gênero. Dias atrás fui obrigada a assistir este filme pelo meu professor de química que inclusive pontuou as melhores interpretações sobre o filme. É realmente interessante como as pessoas gostam de acreditar em qualquer coisa para acharem que não estão sozinhas no mundo.
Teus textos são realmente ótimos. É sempre agradável lê-los.
Parabéns!
Ananda
Gostaria de saber por que, num texto tão looooongo, cheio de fotos e citações, não há nenhumas destas dos físicos Amit Goswami e Fred Alan Wolf. Por que o autor do blog não aproveitou nada do que estes Doutores disseram?
Meu palpite é que o blogueiro fez um apanhado de idéias de sites/blogs estrangeiros, traduziu e mesclou com as idéias pré-concebidas de sua cosmovisão.
Se isto for verdade, era de bom alvitre dar os devidos créditos a quem teria pensado no lugar do "autor" do texto, em português.
Já o MEU palpite é que você não leu o texto, só olhou as figuras...
Widson
Excelente texto! Assim como os outros. (...)
Como dito por outros, "O Segredo" é outra palhaçada do gênero. Dias atrás fui obrigada a assistir este filme pelo meu professor de química que inclusive pontuou as melhores interpretações sobre o filme.
Obrigado Ananda. O Segredo é o próximo da minha lista.
Widson
vc, widson , é um cético idiota. espero que qdo precisar, num fique, ai meu Deus, me ajude. vá se virar sozinho.
Você, autor deste texto, não é um autor cético, pois só vejo críticas destrutivas e até sem fundamentos..
Não lí nem 1/6 do texto e já desisti pra não perder meu tempo.
Post em internet e papel em livros aceitam tudo.
Apontem algum trecho da crítica do blogueiro (em umas das 3 partes) onde os Doutores Goswami e Fred A. Wolf disseram bobagens???
Se sim, quem os está dizendo? Qual a qualificação dos possíveis detratores destes 2 físicos?
nenhuma qualificação janio, o cara é um idiota
Olá. Estava pesquisando um assunto na net e me deparei com o blog de vocês. Muito bem escrito e fundamentado no que diz respeito ao filme. Tenho uma pergunta: como explicar vários casos de pessoas com cêncer e outras doenças que se "curaram sem explicação médica" através de técnicas como pensamento positivo, alimentação adequada, assistindo comédias, etc? Temos inúmeros casos desse tipo.
Abraço
Tália
Ótimo trabalho!
Parabéns pelos textos, Widson.
No aguardo pelos seus comentários sobre "O Segredo" (mas, esse é mais fácil de desmistificar, né?).
Um abraço!
Mais fácil é, mas é muuuuuito mais chato...
Valeu pela força
Widson
Muito bom. Foi através do seu post que eu consegui extrair a verdade sobre esse documentário. Como vc falou, fui "enganado" por ele, e estava desconfiado disso...
Uma coisa que gostaria de saber mais a respeito é sobre as experiências com os geradores de números randômicos, aquilo é verdade ?
E também aquele negócio de APENAS se existir algum observador, o elétron comporta-se como corpo, e se não tiver ninguém assistindo, ele se comporta como onda. Essa foi a parte que mais "me convenceu", gostaria muito de saber mais sobre isso. Se vc puder me mandar um email eu ficaria muito agradecido!
Oi Wladston,
Não me lembro deles comentarem sobre o gerador de números aleatórios no filme... é na versão extendida?
Mas pode ficar tranquilo que as duas coisas são mentiras das brabas. Sobre os números aleatórios eu pretendo comentar na segunda parte do Guia Cético para Assitir o Segredo.
Valeu!!
Widson
Jânio: meu email é abotelhos@gmail.com, se você estiver interessado me escreva pois eu fiz uma monografia resultante dum curso de física e tecnologia moderna que se resume a uma critica sobre o livro "A Física da Alma". O Dr. Goswami não merece respeito... Ele se graduou e pós graduou em física com pouquíssimo louvor e todos os elogios de contra capa para ele foram feito por médiuns e visionários; ele é contratado para dar aulas de teologia numa universidade america e seu curso é vazio e extra curricular... Enfim, o que ele diz é bobagem e tenho um trabalho caso você esteja interessado. O Dr. Fred Alan Wolf é pior ainda, um dos idealizadores de "O Segredo"... Escreve muitoooos livros de auto ajuda que ajudam ele mais do que os outros, ficou milionário também e foi um dos idealizadores do filme... Enfim, vale a pena dar uma olhada no site dele para rir ou chorar...
Widson, parabéns pelo trabalho. Eu fiz um trabalho intitulado "Eu Sei quem sou" fazendo uma crítica às teorias do Dr. Amit Goswami, mas fico feliz de ver alguém fazendo pinceladas sobre todas as teorias do filme que, pelo amor de deus, precisam ser criticadas. Parabéns pelo texto e saiba que está fazendo sucesso e ficando famoso: me foi indicado por um professor.
Abraço.
Oi André,
Valeu mesmo pelos comentários e pelas informações novas. Eu gostaria muito de ver sua monografia e de conversar mais com você. Quem sabe você não se interessa em me ajudar a revitalizar o Projeto Ockham?
Grande abraço
Widson
não posso fazer muito mais do que concordar e elogiar, como todos acima fizeram.
perfeito misto de humor, argumentos lógicos e científicos e conclusões realmente sensatas.
achei uma enciclopediazinha pros meus interesses, considerando que um adolescente se inicia muito melhor de uma forma que 'divirta' mais, né? hahaha
beeijos, parabéns!
Claro e objetivo. Não faz você pensar?
Parabéns pelo texto. Vou recomendar para algumas pessoas conhecidas...
Sem querer polemizar, mas vejo alguns méritos no filme: livrar-se dos remédios deve ser visto como uma metáfora, pois vivemos num mundo com "remédios" para todas as "doenças" (pagando, claro), sem falar nas religiôes que tutelam seus seguidores. Isto é ruim para o planeta e para a vida como um todo. Estou falando, obviamente, do efeito que estas produzem no cidadão "comum". Despertar a auto-consciência já é lucro, num mundo de tutelados por políticos, pastores, padres, papas e afins.
A própria ciência já afirmou coisas absurdas e (ainda bem) está permanentemente se corrigindo. Pior do que as pseudo-ciências são as religiões,as que não aceitam a reencarnação, prestam um desserviço: o seguidor não tem que voltar para um planeta que ajudou a destruir. As que prometem salvação tiram a responsabilidade do indivíduo e a transferem para um ente superior. Uma coisa é certa pessoas desagradáveis e imorais se atraem mutuamente, ex: congresso nacional...foi evidentemente uma piada (ainda que verdadeira).
A ser verdadeiro o conceito de emaranhado e o comportamentos dos elétrons (ora ondas,ora partículas)
muita coisa ainda está por explicar. Recomendo o documentário "Einstein: A equação da vida e da morte", onde o gênio da física, ele próprio não acreditava ser possível tornar realidade a equação E=MC².
Faltou ao filme citar dois gênios, ao meu ver,os criadores da PNL que mostra como os paradigmas pessoais influenciam os resultados: Richard Blander e John Grinder. O fato da PNL ter se voltado para a área corporativa não tira seus méritos, mas é na área terapêutica que ela é revolucionária. Recomendo "Sapos em Príncipes", e tirem suas próprias conclusões. À propósito: sou ateu.
Olá a todos.
Primeiro gostaria de cumprimentar o Widson pela excelente iniciativa. Como professor de física posso dizer que você está prestando um excelente serviço a nós, pois este filme realmente conseguiu atingir um grande público e apesar de achar que existe sempre uma contribuição quando um filme aborda algo científico, creio que este filme mais atrapalha do que ajuda.
Fui assistir ao filme depois dos comentários de vários alunos e da indicação de um amigo biólogo. Fui com outro amigo biólogo e ficamos horrorizados com o que vimos. Primeiro que como filme é uma droga, não se decidiram a fazer um documentário ou uma ficção, o filme acaba não sendo nem uma coisa nem outra. Segundo que há diversos erros conceituais (alguns deles muito bem apontados pelo Widson) tanto de física como de biologia.
Mas lendo comentário de várias pessoas, algumas dizendo: “Qual o problema se o filme apenas aponta coisas positivas?”
Minha resposta não é sobre o perigo de alguém jogar os remédios fora. O problema é mais profundo, abordagens como esta contribuem para aumentar o analfabetismo científico, pois distorcem a ciência com um intuito claro de dar veracidade a hipóteses no mínimo duvidosas. Achar que a ciência possa dar as respostas para tudo, ou crer em verdades absolutas é ignorância pura, mas viver também num universo de faz de contas, onde quase tudo é possível não contribui em nada para a nossa evolução social. Muito pelo contrário, a falta de ceticismo e senso crítico é que torna possíveis tantas injustiças sociais.
A propósito fui o orientador do André que escreveu o comentário anterior falando sobre o Amit Goswami (resposta ao jânio). Acrescento que li um livro dele intitulado “ O universo autoconsciente” recomendado por um colega médico. Fica claro como ele consegue passar suas hipóteses como se fossem verdades científicas. Ele torna meras especulações de fenômenos quânticos nas mais novas descobertas científicas de todos os tempos.
Muito interessante mesmo a críticas e os contrapontos. Estou fazendo um trabalho para a faculdade, no qual devo questionar o filme e suas conclusões e pessoas envolvidas, e adoraria poder usar seu trabalho como base ideológica. Por fim, gostaria de expor a última frase da introdução que fiz, que pode sintetizar o porquê do tamanho sucesso que o "fime" fez.
"É possível que nossas mentes, ávidas por respostas, se entreguem a crenças que muitas vezes se apoiam em determinadas conclusões não por fazerem jus ou não a uma verdade consensual, mas sim por afogarem nossa lúdica esperança em argumentos que conseguem confortar tão crescente e desequilibrada busca que ronda a humanidade."
Primeiramente,meus parabéns pelo texto. Tb fui uma das pessoas q quase caíram na falácia do filme, mas fiquei com uma pulga atrás da orelha, fui pesquisar mais na net e achei esse seu blog. Fantástico, muito obrigada. Li todos os comentários postados e vi q a discussão saiu do filme propriamente dito para o conceito de ciência, seus limites e possibilidades.
Um dos comentários q mais gostei foi o de alguém q falou "O coração é um órgão que sofre influências de vários outros órgãos (cérebro, rins, etc.) que por sua vez sofrem a influência do cérebro, que por sua vez sofre a influência do engarrafamento na Avenida Paulista." Não me lembro quem escreveu isso mas pra mim foi brilhante pq enumera várias áreas do conhecimento, que não precisam travar disputas entre si:a biologia, a física, a neurologia, a psicologia e a sociologia(Sou estudante de psicologia e atéia, só p esclarecer).
Tb vi em outro comentário algo q estudei em algumas disciplinas do meu curso: o método científico experimental não necessariamente explica tudo, como se pensava na modernidade (pelo menos n explica muito p as ciências humanas). A psicologia por muitos anos tentou adequar-se ao método científico mas hoje em dia sabe-se q mesmo q ela não seja considerada estritamente uma ciência nem estritamente filosofia (assim como outras áreas do conhecimento, principalmente em humanas), oq se considera importante é q há um corpo teórico lógico, válido, reconhecido, q tem seu próprio método (análise qualitativa, entrevistas,etc - p/ mais informações procurem por livros de Minayo) e longe de considerar as baboseiras esotéricas.
Bem, ao menos a psicologia séria n explica q "duendes",por exemplo, são entidades de outro mundo mas sim em alucinações;a própria medicina psicossomática explica o efeito placebo da fé, q n se deve a nenhum deus q cura, pois o placebo só funciona em quem acredita nele (e se fosse mesmo um deus, deveria curar mesmo os descrentes n é?).
Enfim, falei demais, obrigada novamente Widson, e gostaria de tirar uma dúvida, caso vc possa me responder: ao final do filme David Albert dá aquela entrevista mostrando sua indignação e coloca o pós-estruturalismo no mesmo balaio desses esoterismos, vc saberia me explicar o porque? É q tenho professores q falam sobre o pós-estruturalismo como uma teoria séria, então n entendi bem oq o David Albert quis dizer...
Olá todos! Bem realmente marcante essa massa de críticas ao referido documemtário. Engraçado é ver o semblante das pessoas ao se depararem com tamanha façanha. Pena que as pessoas não caçam fontes a fundo como a amiga afirma, e com isso são manipuladas pela jogada camuflada da equipe.
"Alguém ai pode me passar um pouco de pensamento positivo a distância, eh que preciso de uns incentivos pra comprar aquele carro dos mues sonhos... aff!! Que tosco essa jogada rítimica.
Eh isso ai widson, estamos nessa e gostaria de parabenizá-lo também pelos minutos que aqui gastei, que me fizeram bem e ao qual aproveitei mais, do que assistir ao "DOCUMENTÁRIO DESCRITO" SR
ABRAÇOS AMIGO!
Cesar Augusto- Bahia
Da primeira vez que assiti esse documentário eu realmente achei ótimo. Ciência acessível, um pouco de auto-ajudo e algumas boas sacadas inteligentes.
Mas duas coisas me incomodaram (e muito) desde a primeira vez. Primeiro: O que diabo era a loira gorda (a que incorpora o tal espírito) e a história da "água emocional". Um amigo chegou a dizer que era o mesmo princípio da homeopatia. Achei meio estranho.
Na segunda vez que assisti eu reparei mais nos detalhes, como a a loira ser uma líder da seita que havia produzido o filme e que vários consultores que participaram não eram nem de longe cientistas. Depois eu resolvi ler mais sobre física quântica e percebi muitas, mas muitas, incorreções e distorções. Seu texto foi a pá de cal. Muito obrigado !!!
Olá Widson!!!!
Obrigado por esse trabalhão todo nos três textos.
Eu adoro o filme e já assisti várias vezes. Pretendo assistir mais algumas ainda.
Não havia parado pra pensar em todos esses detalhes que você escreveu, sobre as, digamos, asneiras científicas do filme e sobre a tal seita que teve os ganhos alavancados pelo mesmo. Mas é como aquela revista: "pequenas igrejas, grandes negócios".
Não pensei em nada disso porque abstraí todos esses pontos. Não entendo nada de física quântica, peptídeos e tal e coisa e coisa e tale. então encarei o filme como uma divertida mensagem positiva, de alto astral. Vi até alguns ecos (foi o que considerei mais importante)nos ensinamentos de Buda, de Gurdjieff e do Sufismo (com certeza, uma cópia).
O restante, eu realmente abstraí, porque talvez não signifique perigo pra mim ou o que eu não concorde, eu simplesmente deleto.
Mas achei importante o que você falou. Chamou minha atenção para o fato de que tenham pessoas ainda com cérebro de geléia (intelectualidade, pensamento crítico e maturidade emocional ainda poucos ou inexistentes) que sejam contaminadas justamente por essas coisas que eu abstraí. Em meus assuntos sobre esse filme, percebi que não posso indicá-lo para qualquer um, ou pelo menos se indicar, indico também a leitura desses três textos.
Valeu véio!!!
Grande abraço!!!!
Zeno
Excelente texto. Muito bom mesmo.
Há muito tempo eu queria ler algo assim.
Quando ví há muito tempo "Quem Somos Nós", fiquei decepcionadíssimo. Quem mo havia indicado foi uma tia minha, que já foi budista, católica, espírita, e hoje acredita basicamente em uma mistura dos três com pitadas generosas de pseudociência e misticismo.
Fui assistí-lo empolgado, crente que se trataria de um filme de fato sobre física quântica e ciência em geral. Me decepcionei muitíssimo, cheguei a ficar com raiva. E se eu soubesse de tudo o que lí nesse texto - por exemplo, eu não sabia da seita de Ramtha - teria certamente ficado ainda mais incomodado.
Mas todo o desapontamento que tive ao ver o filme está agora compensado pelo grande prazer que tive ao ler este guia.
Se algo me será motivo de pensamento positivo, não será o filme. Será, sem dúvida, este artigo.
Você ainda aceita mais um "parabéns"? Que tal um trabalho deste nível para "o segredo"? Maravilhosa tua contribuição para o combate da PATIFARIA! Parabéns mais uma vez!!!
Parabéns!
Gostei muito do texto.
Penso que nos dias de hoje as pessoas querem explicações mágicas e que as isentem de esforço.
É óbvio que pensamentos positivos, determinação e força de vontade podem mudar a vida de uma pessoa, mas por uma simples questão de causa-e-conseqüência. Quanto mais me concentro nos meus objetivos e me esforço, mais resultados obtenho. Não é necessário atuar psicologicamente nos átomos nem tentar andar sobre a água para isso...
Massa d+ seus comentarios e bem pertinentes, contudo achei cetico de mais, é como ler sem nenhuma interpretacao, a biblia para um ateu, nada literalmente nada, faz sentido, temos q interpretar. Voce nao pode dizer a nivel macroscopico q algo nao pode ocupar dois lugares no espaco ao mesmo tempo so porque a ciencia ainda nao conseguiu provar issu, provamos somente a nivel atomico portanto so issu é verdade, devemos espandir a mente e pensar nas possibilidades. Com tanto cetisismo perde-se o barato do filme que é realmente "viajar" nas possibilidades, possibilidades que existem pelo simples fato de a ciencia nao ser um conhecimento estatico,possibilidade d realmente fazer nosso futuro e do poder da mente. Tb acho errado estimular pessoas a abandonarem por si proprias seus remedio, pode ser perigoso, mais o que podemos fazer se as grandes multinacionais do mundo criam doencas e remedios que nao existem para venderem mais remedios, tem gente se especializando para criar doencas, para dar nome a qualquer dorzinha de cabeça que tenhamos por causa de um dia de muito estress. Achei otima a atitude de jogar fora o remedio, pq com certeza tomamos mais do que realmente precisamos e realmente uma pessoa pode se curar com a mente, porem com muitas variaveis, nao acho q pensamento positivo va trazer melhorar em um quadro de alzaimer, primeiro pq neuronios nao se reproduzem e segundo pela caractristica genetica da doenca, mais acho perfeitamente plausivel alguem curar-se de uma gripe e varias outras enfermidades somente pensando positivo. Inclusive é a medicina da fé, do budismo, xamanismo e varias outras.
Muito boa sua analise do filme em tela, mas... Tudo bem, que não devemos levar em consideração as informações científicas erradas apresentada no filme. Tudo bem, o filme é de auto-ajuda. Contudo, qual ajuda vc. propõe às pessoas? Mandar as pessoas estudarem? Num mundo em que a economia é feita de ilusão, um intelectual morreria de fome e de solidão, não acha?
"o Mal de Parkinson, relacionado ao menos parcialmente a uma disfunção no peptídeo amilóide beta"
O mal de Parkinson é causado por uma queda na produção de dopamina. A proteína beta-amilóide é causa do mal de Alzheimer.
Mas o texto está de parabéns! Só não sei se vale a pena gastar tanto esforço intelectual para desmentir algo que pessoas com um par de neurônios deveriam saber que é balela pura. Talvez valha mais a pena empregar seu tempo discutindo assuntos e idéias mais refinadas.
Por outro lado, talvez valha a pena iluminar um pouco algumas pessoas que se enganaram pelo filme, talvez você tenha tirado um futuro pesquisador sério de uma vida dedicada a baboseiras new age!
Texto de altíssima qualidade. Mais um mito desmascarado, está de parabéns pelo trabalho.
Já sou fã do "Dragão", continuem nesse trabalho honesto..
MYTHBUSTER!!
Outra coisa: Esse A Lopes que comentou é anão e gay(bichona mesmo).. Conheço ele de outros carnavais!!!
Abraço a todos
Parabens...primeiro por ter conseguido assistir a esta coleção de asneiras. confesso que tentei assistir para escrever uma critica e dormi nas duas vezes, era muita asneira para o meu pobre caminhãozinho. Então, voce ter conseguido assistir e fazer esta critica é otimo. Parabens
simplesmente incrivel seu texto, mas ele me sera muito util tbm. Ja quando vi achei ele desprezivel e nada cientifico, sou muito critico com tudo e sempre soube que um dia isso seria util.
ótimo trabalho, meus parabens
Oi Widson. Muito bom seu trabalho. Não pude deixar de comentar após ler principalmente esta parte:
"É bem verdade que há um aspecto positivo nisso: para muita gente "Quem Somos Nós" significou o despertar por um interesse genuíno pela ciência, ainda que de forma enviesada. Com sorte estas pessoas logo estarão buscando mais informações sobre universos paralelos, viagens pelo tempo, antimatéria e outras estranhezas apaixonantes da física em fontes verdadeiramente confiáveis, como o livro "O Universo Elegante" de Brian Greene (cujo documentário, conduzido pelo próprio Greene, pode ser encontrado na sua rede P2P favorita com legendas em português de portugal) ou "Alice no País do Quantum" de Robert Gilmore (que vai mais fundo na metáfora de Lewis Carrol do que só chupá-la de Matrix). É mais ou menos como despertar o gosto pela leitura lendo Paulo Coelho para um dia chegar a gostar de Umberto Eco."
Olhei para o rodape do meu computador e ainda estava lá aberto em pdf os livros "Alice no país do quantum e a Dança do universo de Marcelo Gleiser. Na realidade, o que escreveu, ocorreu comigo. Obrigado.
Parabéns pelas belas palavras Wilson, o filme pode ter exagerado ao misturar estudos difentes e assim, confundir a cabeça de alguns. Porém, nós sabemos que por mais inteligentes e críticos que sejamos, aqui e agora - ops-, não teremos mais do que meras especulações sobre quem está agindo certo ou errado - não só ética ou moralmente -, dá no mesmo. Isso implica em dizer que no fundo você está apenas indexando ideias alheias para falar de suas verdades. Sou Biólogo e educador e, venho aprendendo que o fato de algo não ser científico não desmerece seu valor.
E a propósito: o cérebro sim, mostra-nos que a lembrança e o visto pelos olhos podem ser iguais. O sonho é um fato. OU você sempre sabe discernir e dizer, opa esse não é real.
Sensacional! Agora que já vi o filme, vou me levantar e sabendo que meus átomos são só espaço vou atravessar a parede.... :-)
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Tô zuando. Ótimo texto.
.
Abraços.
Wilson, por favor, poderia colocar a bibliografia das suas pesquisas. Obrigado.
Muito bom mesmo. Já li este texto faz uns 2 anos, e continuo o indicando para amigos que vem conversar comigo convencidos em algum grau pela idéia new-age do filme.
Parabéns mais uma vez pelo excelente texto!
Fabuloso. Isso transborda os limites da ciência e passa a ser um narrativa muito bem conduzida como contra-argumento. Um trabalho fenomenal da internet brasileira. Parabéns.
Muito bom!!
Parabéns!
Cara, foi a melhor resenha que eu já li!
Além de ir para o Proj. Ockham, devia ir para o Adoro Cinema e outras coisinhas a mais, tipo iMDB...
Brincadeira.
Fui forçado - dada a qualidade do texto, da paciência de médico legista e do distanciamento crítico que notei - a assinar esse comentário. E também para dizer que tenho uma historinha. Meu profeesor de filosofia (que acumula a função do de religião também) mostrou esse vídeo à classe e ficou com uma cara de concordância que me espantou, pois eu não vi NADA de certo naquele vídeo. Nenhum ponto se ligava a outro, existiam erros crassos que fariam sábios se revirar nos seus caixões, e o depoimento daqueles doidões - incluindo uma cópia descarada da Shirley Mclaine não me convenciam. E pra mim não convenceriam ninguém sensato. Não sei como meu professor conseguiu ver algo de coerente naquela barafunda de babaquices. O estranho é que a maioria da sala meio que concordou - e é chato ser um dos únicos espíritos renitentes numa turma de 40. O vídeo "viral" (eu sei que a expressão não é adequada, mas não achei outra) tem um estilo de manipulação impagável. Só para se ter uma ideia eu não consegui expor direito o meu ponto de vista naquele dia porque ouvi tanta besteira vinda daquele DVD que aquilo me aturdiu um pouco. Parabéns, grande. Você conseguiu tirar da minha boca tudo aquilo que eu não consegui dizer.
"Gostaria de saber por que, num texto tão looooongo, cheio de fotos e citações, não há nenhumas destas dos físicos Amit Goswami e Fred Alan Wolf. Por que o autor do blog não aproveitou nada do que estes Doutores disseram?
Meu palpite é que o blogueiro fez um apanhado de idéias de sites/blogs estrangeiros, traduziu e mesclou com as idéias pré-concebidas de sua cosmovisão.
Se isto for verdade, era de bom alvitre dar os devidos créditos a quem teria pensado no lugar do "autor" do texto, em português.
Já o MEU palpite é que você não leu o texto, só olhou as figuras...
Widson"
Devo admitir, eu ri muito com isso...
Parabéns. Excelente abordagem.
cara vc e unanimidade!!
e seu senso cetico e o melhor!!
parabens!!
sem duvidas sua analise esta impecavel!!
Bem, eu gostei muito do filme. Achei muito criativo. É uma pena que tenha essas falhas que você inteligentemente apontou. Acho também lamentável que ele tenha seguido uma linha tão mística. Seria perfeitamente possível fazer um material correlacionando à Física Quântica à nossa vida sem tanto ilusionismo. Mas foi uma tentativa boa. Só teria que melhorar.
Nós temos uma nuvem de infinitas possibilidades de realizar coisas. Nós "colapsamos" a que temos condição, dentro das nossas limitações (o que a gente acredita ou não, nossa estrutura emocional, etc). O que seria converter energia em matéria na nossa escala (métrica, quântica, etc)? Seria quando o uma idéia é posta em pratica e se transforma em um objeto, um texto, uma casa, uma nave espacial. E o nosso "vício" em determinadas emoções? Dá pra negar? Enfim, eu acho que esse filme merecia ser refeito, tendo o Windsor como responsável pela parte científica. RSRS
Eu até queria falar mais, mas to sem tempo. Só queria registrar que o maior presente que eu ganhei nessa minha pesquisa foi descobrir o "Projeto Ockham". Parabéns Windsor.
Sérgio.
Eita.. digitei o nome do mestre errado.
Parabéns, Windson.
Sérgio.
Bem, apesar deste blog estar abandonado, apenas corrigindo uma postagem anterior:
O que seria converter UMA ONDA (não energia) em matéria na nossa escala (métrica, quântica, etc)? Seria quando o uma idéia é posta em pratica e se transforma em um objeto, um texto, uma casa, uma nave espacial.
Sérgio.
Olá,
Excelente texto eu nem ouvi falar sobre o documentário em questão (só as paraodias no youtube) mas li porque geralmente é tudo a mesma coisa, Pseudo-ciência.
Agora fiquei em dúvida sobre a Teoria quantica que diz que determinadas situações são escolhidas ao entrar em contato com forças externas. No experimento da fenda dupla não há contato com nada que não seja o olhar do observador logo esta teoria é falha não ?
Abraço.
[quote]Na verdade, para estas pessoas tanto faz se quem lhes fala diz ser um cientista, uma dona de casa, um fantasma lemuriano ou um smurf, desde que a mensagem seja emocionalmente agradável.[/quote]
Nessa frase vc resumiu com maestria uma idéia q há anos eu venho jogando na cara dessas pessoas.
É o eu chamo de historinhas bonitinhas. Místicos naum tem compromisso algum com a Verdade, apenas com a própria conveniência. Eles naum dão a mínima se oq tá sendo dito pra eles é verdade ou pura mentira, naum importam com fontes e muito menos com a origem da informação. Se a informação bater de frente com alguma convicção já estabelecina neles (ou seja, se houver preconceito), eles rejeitam ela e ainda levam pro lado pessoal atacando a pessoa q a a apresentou.
Agora, se a idéia apresentada puder ser linkada a alguma q eles já possuem e tem afinidade, eles vão imediatamente concordar, elogiar o interlocutor, muitas vezes fazer doações a ele, e ainda passar a servir como representante de vendas, divulgando a idéia pros amigos e tentando convencer eles q akilo é válido.
Por exemplo, se uma pessoa é convencida por alguém q há doenças sendo criadas em laboratórios (idéia q talvez tenha originado do hoax q "a Norton" desenvolve virus pra depois vender antivirus), qqr pessoa q aparecer dizendo ter a cura pra alguma doença vai imediatamente ganhar a credibilidade do pobre coitado/cretino, apenas por dizer q cura sem precisar mostrar prova alguma.
Naum há como naum constantar q pessoas assim carecem de intelecto e são perigosamente influenciáveis. Com a popularização da Net então, basta um meliante iniciar a circulação dum hoax e sem muito mais esforço ele fica famoso mundialmente. É daí q vem o tal "autoridade mundial" q alguém falou num comment aí. O raciocínio dessas pessoas são como o das crianças frente a brinquedos: se o marcketeiro fracassar naum há oq faça o brinquedo fazer sucesso, mas qd o marcketing dá certo a criança naum para de dar birra até os pais comprar o brinquedo pra ela.
Oq me assusta é q até alguns anos atrás as tecnicas de convencimento eram bem simplórias e só faziam mesmo efeitos sobre a ralé intelectual da sociedade. Mas ultimanente eles vem aperfeiçoando as tecnicas, mistirando verdades e fatos comprovados com besteirol inventado na cara dura. Nesse filme vemos isso claramente, com direito até a cientista tendo as falas manipuladas pra parecer concordar com os místicos.
Mas ao mesmo tempo vejo com muita curiosidade como esses gurus de fundo de quintal malham a Ciência como padres dando seus sermões, mas ao mesmo tempo usam cientistas e artigos pra embasar suas lorotas. Isso é um grande mérito pra Ciência e pros pesquisadores, pq até mesmo os místicos contrários à Ciência se curvam a ela e vêem ela com credibilidade, apenas naum dão o braço a torcer e ao mesmo tempo ficam se roendo de inveja por naum serem capazes de produzir conhecimento com tanta qualidade e maestria.
Sendo o filme uma pseudociência, esse texto nada mais é do que uma Hiper pseudociência! (Como se existisse escala para isso.)
Chega a ser irritante ver a quantidade de pessoas que esse post atingiu, e todo tempo perdido pelo autor para cair nos mesmo "erros" básicos do filme.
Não sei quem passa mais informações equivocadas, o filme, ou o post!
Excelente o texto, sobre a crítica ao "Culto" ao Pensamento Positivo, recomendo SORRIA: como a promoção incansável do pensamento positivo enfraqueceu a América, de Barbara Ehrenreich.
Simplesmente esclarecedor, belo trabalho...
Parabéns, ótimo texto (os três textos são ótimos). Muito obrigado! Assisti no youtube, de fato achei meio confuso, tentei procurar outras referencias na net e achei o seu texto. Me ajudou a jogar fora um monte de lixo que vi e ouvi nesse documentário. Parabéns e obrigado!
Gostaria de dizer mais: Eu não sabia essa história do espírito, fiquei surpreso. Além disso, notei que nunca aparecia o nome da pessoa que falava e as qualificações dela, mas acabei sendo "distraído" e não me preocupei muito com isso. Achava que eram todos cientistas e físicos e tal... Mais um vez tenho que lhe agradecer pelo esclarecimento.
Parabéns pela pesquisa e pelo texto que coloca de forma clara, objetiva e respeitosa os fatos como eles são.
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