29.12.06

O Guia Cético para assistir a “What the Bleep do We Know?” - Parte 2

Na primeira parte deste Guia, apresentei as pessoas por trás da realização do documentário "What the Bleep do We Know?" (Quem Somos Nós?). Mostrei que os produtores, os três diretores e até alguns dos cientistas convidados fazem parte de uma exótica (e lucrativa) seita americana (na verdade me abstive de mostrar o quão exótica e lucrativa ela é -- você ficaria espantado).

Agora na segunda parte analisarei a primeira meia hora do filme mostrando onde o filme erra ao tentar combinar ciência e misticismo, embalando os dois na agradável linguagem da auto-ajuda.

Por favor me desculpem o longo post. Empolgado, acabei produzindo muito mais material do que seria adequado para um blog. E olha que nem tudo o que escrevi está aqui; na edição final mantive apenas o resumo da ópera e deixei a versão completa para ser publicada mais tarde no Projeto Ockham. Espero que a mesma curiosidade que motivou o leitor a ir ao cinema buscar respostas para Quem Somos Nós, mantenha seu interesse até o final do texto. Ao menos, talvez você descubra Quem Não Somos Nós.

Então vamos ao Guia Cético para assistir a “What the Bleep do We Know?” -- A Ciência Contra-Ataca.


0:04:47


Cada idade, cada geração tem suas premissas pré-construídas. Que o mundo é plano, ou que o mundo é redondo, etc. Existem centenas de postulados, coisas que aceitamos como certas, que podem ou não ser verdadeiras. É claro que na grande maioria dos casos, historicamente, estas coisas não são verdadeiras. Assim, presumivelmente, se a história serve de guia, muita coisa que aceitamos como certas simplesmente não são verdadeiras.

Ao afirmar que não se pode assumir nenhum conhecimento como definitivo o filme prepara o caminho para a visão alternativa do mundo que será apresentada a seguir. É um truque velho.

O problema deste argumento está no conceito de “conhecimento verdadeiro”. Para a ciência um conhecimento é “verdadeiro” enquanto for capaz de explicar os fenômenos observados na natureza, nada mais.

Por exemplo, muita gente pensa que os antigos eram estúpidos porque acreditavam que o Sol girava em torno da Terra. Na verdade o modelo geocêntrico permitiu que os navegadores se orientassem com uma precisão boa o bastante durante muitos séculos e na prática era menos complicado que o modelo heliocêntrico que o substituiu mais tarde. Foi só quando dados astronômicos mais precisos puderam ser obtidos que o geocêntrismo pôde finalmente dar lugar ao seu sucessor. Já a Terra pôde ser considerada plana pelo tempo em que isso permitiu aos homens orientar-se em seu reduzido universo, que usualmente limitava-se até onde a vista conseguisse alcançar. Quando o mundo se ampliou, com a invenção da bússola e do telescópio e a conquista de novos continentes, foi preciso admitir que a Terra não era plana, exatamente como hoje, na era dos satélites espaciais, somos obrigados a admitir que ela tampouco é esférica (chame-a de “pêra” se quiser).

Da mesma maneira a física clássica não se tornou inválida de uma hora para outra, como um paradigma com data de validade vencida. A física de Newton trouxe avanços impressionantes para a ciência e foi bem sucedida em prever inúmeros fenômenos -- os mais notáveis deles provavelmente foram os descobrimentos dos planetas Urano e Netuno, além de ter fornecido uma explicação satisfatória para o fenômeno do eletromagnetismo. Mas chegou o momento em que a física clássica não podia mais explicar certas observações experimentais à respeito dos átomos e precisou ser, no que diz respeito à este universo, substítuida. Assim mesmo ela permanece perfeitamente válida para quase todos os aspectos da vida cotidiana.

Mas mais importante do que isso é o fato de que sabemos sim algumas coisas com certeza. Quando um paciente com câncer é diagnosticado através de um exame de ressonância magnética e depois tratado com sucesso em um aparelho de radioterapia é porque sabemos bastante sobre os elementos químicos e as partículas atômicas; se você está usando um microcomputador para ler este blog é porque alguém precisou saber bastante coisa sobre a física quântica para construir o microprocessador que o equipa; e quando levamos o homem à Lua o fizemos porque sabíamos bastante sobre a gravitação de Newton, o eletromagnetismo de Maxwell e toda uma lista enorme de conhecimentos bem estabelecidos. Todas estas coisas são muito mais do que suposições ou modismos de uma era ou de uma geração.


0:11:24


Esta câmera está vendo muito mais ao meu redor... do que há aqui... porque ela não faz objeções e nem julgamentos. O único filme que está sendo exibido no cérebro é o que temos a habilidade de ver. Assim, será possível que nossos olhos, nossas câmeras, veja mais do que nosso cérebro tenha habilidade de ver, de conscientemente projetar?

Aqui Ramtha, o espírito lemuriano canalizado pela médium, afirma que um equipamento eletrônico pode ver mais do que um homem porque não é capaz de julgar aquilo que vê. Isso é mais ou menos como dizer que os homens daltônicos escolhem ver menos cores (ou que tem alguma objeção ao amplo espectro de tons de rosa, por exemplo).

Ramtha não diz o que há mais para ser visto por nosso cérebro pré-conceituoso mas considerando que estamos diante de uma mulher cujo sotaque vem de um guerreiro de um continente mítico hospedado em seu corpo, podemos supor que se trata de algo espiritual. Neste caso estamos fora do domínio da ciência.

Note-se que aqui se estabelece pela primeira vez uma das idéias fundamentais deste filme: a de que o mundo como o conhecemos pode ser fisicamente moldado pelas nossas crenças pessoais. Veremos mais sobre isso adiante.

Logo em seguida outra mulher continua:


Bem, o modo como nosso cérebro é construído... nós somente vemos o que acreditamos ser possível. Hmm... nós comparamos padrões que já... uh... existem em nós mesmos atraves de condicionamento.


Esta é a mesma hipótese que deu origem ao clássico adesivo de carro “duende, vê quem acredita”. Ela prossegue:


Assim, uma história maravilhosa que acredito ser verdadeira, é que quando os índios, os índios nativo-americanos das ilhas do Caribe, viram os navios de Colombo... eles não podiam vê-los realmente. Porque eles eram tão... diferentes de qualquer coisa que eles tinham visto antes, que eles não podiam vê-los.

Assim contada, a história poderia passar como apenas um causo ou uma parábola. No entanto logo em seguida a história ganha ares oficiais quando dramatizada sob a locução de um dos cientistas do filme (pela voz, provavelmente Joe Dispenza, o quiroprático membro da seita Ramtha):


Quando a armada de Colombo chegou à América, nenhum dos nativos podia ver os navios, mesmo que eles estivessem no horizonte. A razão porque eles nunca viram os navios é porque eles não tinham conhecimento em seus cérebros que navios (no original "Clipper Ships") existiam. Logo o pagé começou a notar as marolas no oceano mas ainda não via os navios... mas ele começou a se perguntar o que causava as marolas. Assim, cada dia ele olhava e olhava e olhava. Até que um dia viu os navios e contou a todos os outros que os navios estavam lá. Como todos confiavam nele, foram capazes de ver os navios também.

Não há o menor traço de veracidade nesta história. Não há registros escritos por Colombo nem tradições orais das tribos indígenas que habitavam a América de que qualquer coisa assim jamais tenha acontecido com navios, armas de fogo, instrumentos metálicos, ou qualquer outra tecnologia nunca antes vista pelos nativos. Não há tampouco registros nos relatos dos modernos conquistadores do século XIX que chegaram à África, ao Alasca, à Amazônia ou em outros territórios onde habitavam civilizações tecnologicamente mais atrasadas, de que qualquer coisa assim jamais tenha acontecido.

Esta é uma história inventada, provavelmente dentro da seita Ramtha, para impressionar discípulos pouco espertos. E que história absurda! Imaginem um beduíno do deserto que nunca viu nada além de camelos em toda a sua vida de repente deparando-se com homens brancos flutuando à meia altura do solo e deixando velozmente atrás de si uma nuvem de areia! E os animais? Eles também precisaram se acostumar com as tecnologias do homem moderno antes de serem capazes de vê-las? Quanto tempo um chimpanzé precisou olhar para uma banana frita invisível antes de poder realmente comê-la?

A propósito, os navios de que Ramtha fala (Clipper Ships) só foram inventados no século XIX. Talvez por isso ninguém podia vê-los...


0:21:06

O garotinho -- uma espécie de Mini-Me do Morpheus de Matrix -- lança a bola com força sobre Amanda.

- Machuca! Amanda diz.
- Ela nunca te tocou

- Tá bom...

- E ela não é sólida. A bola é quase completamente vazia.

Aqui temos três afirmações: (1) a bola não tocou Amanda; (2) a bola não é sólida e (3) a bola é vazia, em sua quase totalidade. Das três, somente a afirmação (3) é verdadeira.

O átomo é cerca de 100.000 vezes maior do que o seu núcleo. Isso quer dizer que se o átomo fosse um grande auditório vazio, seu núcleo, onde estão os prótons e os neutrons, seria um pontinho do tamanho da cabeça de um alfinete, bem no centro. Agora imagine todo este enorme auditório completamente vazio, com alguns outros pontinhos ainda menores do que uma cabeça de alfinete rodopiando por todo este espaço. É um verdadeiro latifúndio atômico.

Mas só porque há um bocado de espaço vazio no interior da matéria que constitui a bola de basquete isso não quer dizer que ela não seja sólida. Os átomos, com toda aquela imensidão vazia, estão ligados entre si por forças combinadas de atração e de repulsão, como imãs muito fortes. O que define o estado físico da matéria é basicamente a intensidade destas forças atômicas. Em um líquido as forças entre os átomos são muito tênues, por isso é tão fácil que você mergulhe sua mão na água, afastando os outros átomos do seu caminho. Em um gás os átomos estão ainda mais fracamente ligados fazendo com que sejam capazes de ziguezaguear livremente por grandes distâncias. Já em um corpo sólido os átomos ocupam posições estáveis, bem definidas, muito próximos uns dos outros e fortemente ligados entre si. Por isso é muito mais difícil tirar do lugar um átomo de uma bola de basquete do que da água ou do ar.

Concluindo, dizer que uma bola não é sólida somente porque os átomos que a constituem possuem um monte de espaços vazios é quase a mesma coisa que dizer que ela não é sólida porque é oca. É falso.

A seguir mais sobre a primeira alegação.


0:21:22


Nós pensamos no espaço como vazio e na matéria como sólida. Mas na verdade essencialmente não existe nada na matéria. Ela é completamente insubstancial. Dê uma olhada em um átomo. Nós pensamos nele como em uma bola dura. Então dizemos: "Oh bem, não na verdade. Ele é como um pequeno ponto de matéria muito densa cercado por uma nuvem de probabilidade, saltando para dentro e para fora da existência". Mas acontece que nem isso é correto. Mesmo o núcleo, que pensamos ser tão denso, salta para dentro e para fora da existência da mesma maneira que fazem os átomos. A coisa mais sólida que podemos dizer sobre toda essa matéria insubstancial é que ela é mais como um pensamento -- é como um bit concentrado de informação.

Outro físico entra em cena e diz:

O que constitui as coisas não são mais coisas, mas ideias, conceitos, informações.

Os átomos são os tijolos da matéria. Mas o filme vem mostrando que esses tijolos são insubstanciais, constituídos de partículas minúsculas em um espaço enorme quase totalmente vazio. Que tipo de casa seria aquela construída com tijolos etéreos dispostos a vários metros uns dos outros que nem ao menos se tocam!? Mas a casa existe, nós a vemos e ela não é de fumaça. A conclusão, sugere o filme num salto lógico enorme e desonesto, é que não são os tijolos em si que sustentam a casa mas pensamentos, idéias, informação.

(Veja como o filme empurra o expectador na direção da crença de que os pensamentos são capazes de moldar a matéria. É importante identificar o exato momento em que isso acontece.)

Mas tijolos são tijolos e átomos são átomos. Um tijolo não sofre nenhuma força de outro tijolo distante a não ser uma fraquíssima e completamente desprezível força gravitacional. Já na escala atômica um átomo exerce sobre seus vizinhos uma forte força de natureza eletromagnética. Estas forças são como as vigas invisíveis (ou molas rígidas como preferem os físicos) da estrutura molecular que mantém o edifício da matéria em pé. Quando queremos derrubar este edifício não o fazemos com a força do pensamento e sim quebrando as vigas atômicas, fornecendo a elas energia, como calor por exemplo. É assim que o gelo se transforma em água.

Continuando com o filme, finalmente o jovem Morpheus volta à cena:

É como eu disse, a bola nunca te tocou.

O narrador toma a palavra e emenda:


Os elétrons constroem uma carga... e empurram os outros elétrons, assim ninguém toca ninguém.

Aqui o filme faz um enorme esforço para confundir o expectador

Só porque no nível subatômico os átomos não se tocam isso não quer dizer que as coisas não se tocam aqui em cima. Ocorre apenas que o que chamamos de tocar aqui é diferente de “tocar” na escala atômica. É apenas uma questão de linguagem.

No mundo macroscópico tocar significa entrar em contato, encostar. Mas no mundo atômico os átomos raramente “encostam” um no outro; eles apenas se repelem quando ficam muito próximos. Pense nisso como se os átomos estivessem ligados por molas invisíveis muito duras; quanto mais próximo um átomo fica de outro mais a mola o empurra de volta (em certas circunstâncias os núcleos de dois atómos podem realmente encostar um no outro até se fundir, como acontece no interior das estrelas e na bomba de hidrogênio).

Note que toda esta discussão sobre como a bola não é sólida e como ela não toca no que encosta é apenas uma maneira de levar o espectador a concluir que a realidade física é bastante diferente do que lhe diz a intuição, preparando o terreno para que ele possa aceitar as idéias metafísicas que virão, que igualmente desafiam o bom-senso.


0:24:22

Uma partícula, na qual pensamos como uma coisa sólida, existe num estado chamado "superposição", uma onda espalhada de localizações possíveis. No instante em que você olha... ela imediatamente surge em uma única localização.

Enquanto o narrador explica o que é a superposição quântica um monte de bolas de basquete surge ao mesmo tempo na quadra. Amanda então se vira e todas, excepto uma, desaparecem. Aqui o filme comete (de novo) o pecadilho de comparar uma partícula subatômica a um corpo massivo. O porquê do erro veremos adiante.

Em seguida outro físico pega o bastão e prossegue conduzindo o pensamento:

A superposição quântica implica que uma partícula pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. É um conceito bizarro e um dos mais importantes do mundo quântico.

A superposição quântica é não só uma das características mais importantes do mundo quântico, mas também a que suscita as discussões filosóficas mais acaloradas. É bom entendê-la já que ela será usada de maneira recorrente durante o filme.

Na física quântica o elétron não é visto como um ponto material, tal qual uma minúscula bola de bilhar, e sim como uma entidade matemática chamada “função de onda”. Esta função de onda representa a probabilidade de se encontrar o elétron em uma determinada posição do espaço. Pense na função de onda como se ela fosse uma nuvem, só que uma nuvem de probabilidade; onde a nuvem é mais densa é mais provável encontrar um elétron, onde ela é mais tênue a probabilidade de que haja ali um elétron é muito pequena. O problema é que a função de onda leva a uma consequência muito interessante que é a possibilidade – teórica – de que um objeto permaneça em dois estados simultaneamente.

Para entender o que isso significa imagine que uma carta de baralho está perfeitamente equilibrada sobre uma ponta. A física clássica nos diz que na ausência de qualquer infuência externa a carta ficaria equilibrada para sempre. Já a física quântica nos diz que a carta caíria imediatamente, para a direita e para a esquerda ao mesmo tempo. Este bizarro resultado é chamado de superposição quântica.

Mas se isso é verdade por quê ninguém nunca viu uma carta ao mesmo tempo com a face para cima e para baixo? Uma das explicações propostas para o enigma, proposta na década de 20 com o nome de interpretação de Copenhagen, é que quando um observador vê a carta pela primeira vez ele força a natureza a escolher entre um dos estados quânticos possíveis. A natureza então escolhe aleatoriamente entre os estados “carta com face para cima” e “carta com face para baixo”. Isso é chamado de colapso da função de onda e é o nascedouro de todo o papo sobre consciência no qual se baseia "Quem Somos Nós?".

O único problema é que, segundo a mecânica quântica, a função de onda não deveria sofrer nenhum colapso! Na verdade o colapso da função de onda é apenas uma maneira pragmática de explicar por que nunca observarmos a superposição quântica no dia a dia; ela não é uma decorrência natural da mecânica quântica; ela é um postulado, uma carteada filosófica, um puxadinho que os físicos fizeram na teoria quântica para poderem aplicá-la com sucesso sem precisar antes concluir o arcabouço filosófico que desse conta de suas estranhezas.

Até hoje a superposição quântica nunca foi observada em objetos maiores do que algumas dezenas de átomos e há bons motivos para acreditar por que nunca será, conforme veremos. Por isso a analogia das bolas de basquete que Morpheuzinho quica com a força do pensamento é tão enganosa.


0:25:50

Uma voz pergunta...


Como pode um sistema ou um objeto estar em dois lugares ao mesmo tempo?

E outro responde imediatamente:


(...) Nós todos temos o hábito de pensar que tudo ao nosso redor já é uma coisa... que existe independente da nossa escolha. Nós temos que banir esse hábito de pensar. Em vez disso você tem que aceitar que mesmo o mundo material ao nosso redor, as cadeiras, as mesas, as salas, o carpete, mesmo a câmera, tudo isso não são nada mais que movimentos possíveis da nossa consciência. Eu estou escolhendo o tempo todo entre esses movimentos... para fazer com que a experiência real se manifeste. Este é o único pensamento radical que você precisa, mas ele é tão radical, tão difícil... porque nossa tendência é aceitar o mundo como se ele já estivesse lá, independente da minha experiência. Ele não está! A física quântica é tão clara a respeito disso. Em vez de pensar nas coisas como coisas, temos que pensar nelas como possibilidades da consciência

Agora as coisas ficam sérias e o filme mostra suas garras esotéricas.

Você se lembra do salto lógico que aconteceu aos 21 minutos de filme, quando o narrador sugeriu que a matéria era formada de pensamentos? Aqui ocorre outro destes saltos, na mesma direção. Num instante o filme está falando de física quântica e no seguinte postula que o mundo é literalmente moldado pelos nossos pensamentos, sem estabelecer nenhuma ponte entre essas duas idéias.

Segundo esta idéia toda a realidade física é construída por nossos pensamentos. Como se vivessemos na Matrix, mas sem nenhum computador criando a realidade a não ser nossa própria consciência.

As pessoas que admiram este filme pelo seu lado mais auto-ajuda costumam tomar esta afirmação de maneira frouxa, quase metaforicamente. É como se o filme estivesse defendendo apenas uma postura mental positiva, do que tipo que faz com que você persiga um sonho, consiga um disputado emprego, se relacione melhor com sua família, arranje uma namorada bonita, esse tipo de coisa. Não é isso! O que o filme repete incessamentemente é que você pode construir fisicamente a realidade com a força do pensamento. Isso significa levitar bolas de basquete (como Morpheuzinho), estar em dois lugares ao mesmo tempo (outra das de Morpheuzinho), curar doenças de todo o tipo (como Amanda descobrirá ao final do filme), aprender kung-fu num piscar de olhos e outras coisas do tipo "there is no spoon".

Antes de mais nada a física quântica nada diz sobre isso e qualquer extrapolação do mundo atômico para o mundo macroscópico é um exercício falacioso. Além disso, por detrás do agradável conceito de que o mundo é fisicamente configurado pela força do pensamento se esconde uma egoísta e terrível idéia: a de que o sofrimento não passa de um hábito de pensamento. Você diria a um portador de uma doença degenerativa como o Mal de Alzeimer, que sua condição é uma escolha? Você diria a um portador da síndrome de Down que seus pensamentos determinam sua deficiência mental? que sua condição, impressa em seus genes, é um mero hábito de pensar? Em que momento uma pessoa que nasceu cega optou por não enxergar o mundo?


0:27:10


Você pode ver em diversos laboratórios ao redor dos EUA, objetos grandes o bastante para serem vistos à olho nú...

Aqui há um vísivel corte entre esta frase e a que se segue.


...e elas estão em dois lugares ao mesmo tempo. Você pode tirar uma fotografia daquilo. (...) "E daí?" você diria, "eu vejo duas coisas aqui". Não, não! não são duas coisas, é uma coisa só. Uma coisa só em dois lugares simultaneamente!


Experiências recentes realmente mostraram que fótons e pequenos agrupamentos de átomos podem estar em dois lugares ao mesmo tempo. Isso é de fato impressionante e confirma esplêndidamente a teoria quântica. Contudo até o presente momento nenhuma experiência foi feita mostrando objetos visíveis a olho nú em dois lugares ao mesmo tempo. Nem mesmo objetos muito maiores do que átomos, mas ainda assim microscópicos, como vírus, foram observados em dois lugares ao mesmo tempo. Isso é simplesmente falso. (Na defesa do médico, o filme foi editado de maneira a dar a impressão de que a experiência mencionada foi realizada com corpos visíveis a olho nú, mas provavelmente não era a isso que ele se referia.)

Há explicações perfeitamente naturais para porque a superposição quântica não funciona para objetos muito maiores do que o átomo. Mas vamos deixar esta explicação para daqui a pouco.


0:28:37


Física quântica calcula somente possibilidades... mas se aceitarmos isso, então a questão que surge imediatamente é: quem, o quê, escolhe entre todas as possibilidades... para determinar a experiência real? Nós diretamente vemos que a consciência precisa estar envolvida. O observador não pode ser ignorado.

A questão aqui está relacionada aos trechos anteriores e finalmente podemos encerrá-la.

A experiência da carta de baralho sugere que é preciso a ação de um observador para que o estado da carta seja definido. Mas e na experiência cotidiana? Quem faz o tempo todo o papel de observador?

A resposta é que não há necessidade de observador. Os físicos descobriram que a teoria quântica dava origem a um comportamento que denominaram não-coerência. Segundo a teoria da não-coerência uma superposição quântica só pode existir enquanto permanece secreta para o mundo. No instante em que uma única mólecula de ar zanzando pelo ambiente, ou um único fóton dos quaquilhões que compõem um raio de luz, esbarram na carta, o estado da carta passa a ser conhecido; não há mais espaço para a indeterminação. Este ínfimo contato com o resto do universo é tudo o que basta para que a superposição se revele. Em outras palavras, a própria natureza faz o papel de observador.

Isso explica porque não se vê pessoas em dois lugares ao mesmo tempo, gatos suspensos entre a vida e a morte e outras superposições quânticas por aí. É praticamente impossível isolar um corpo macroscópico de toda e qualquer influência externa. Basta que uma fortuita molécula de ar esbarre no objeto para fazer com que uma estado quântico torne-se não-coerente, isto é, fique idêntico a um estado clássico.

A teoria da não-coerência foi proposta pela primeira vez em 1952 pelo físico David Bohm mas foi ignorada no início. Só bem mais tarde, no início dos anos 80, a teoria foi retomada e finalmente, em 1996, foi comprovada experimentalmente. Hoje ela é aceita pela maioria dos físicos no lugar da interpretação de Copenhagen.


0:31:35

Em Washington, a chamada "capital mundial dos homicídios" houve um grande experimento no verão de 1992... onde 4000 voluntários vieram de vários países para meditar coletivamente por longos períodos de tempo durante o dia. Foi predito que com um grupo deste tamanho o número de crimes violentos caíria em 18%, como definido pelo FBI naquele verão. (...) Ao final, o departamento de polícia tornou-se colaborador e autor do estudo, pois os resultados demonstraram que fato a criminalidade diminuiu 18%.


O que o físico John Hagelin não disse no filme é que o crime diminuiu 18% em relação ao que ele previu que subiria se os meditadores não tivessem meditado.

Funciona assim: Hagelin prevê, através de um modelo que considera, além de estatísticas pregressas da criminalidade, dados como a temperatura e flutuações no campo magnético da Terra, que a criminalidade subirá, digamos, 30% no verão. Mas enquanto o grupo de meditadores recita seus mantras, em vez de 30% a criminalidade aumenta apenas 15%. Desta maneira Hagelin pode dizer que a criminalidade foi 50% menor do que ele previu que seria.

No final das contas o que interessa para os moradores da cidade de Washington é que, com meditadores ou sem meditadores, no ano de 1992 a criminalidade lá atingiu o terceiro valor mais alto de sua história (quando consideradas as taxas de homicídio).

Não é a toa que uma pesquisa deste gabarito tenha merecido o prêmio igNobel, uma paródia do prêmio Nobel...


Leia a terceira e última parte>>

143 Comments:

Anonymous Anônimo said...

com efeito, wilson ... não necessitamos da relatividade para mandar um homem à lua ... assim como não precisamos da quântica para explicar as reações de uma bola de basquete ... para isso a velha física newtoniada ainda dá conta do recado.

estou curioso pelos comentários sobre massaru emoto e seus gostos musicais!

parabéns mais uma vez!

2:51 AM  
Blogger Andre Lucato said...

Widson, parabéns. Não vejo a hora de curtir o resto da análise. Não nos deixe esperando tanto!
Só uma coisa. O filme fala de New York ou Washington? Todas essas políticas foram realmente utilizadas em New York, mas pela citação o "cientista" refere-se a Washington.

Abraço.

10:01 AM  
Anonymous Anônimo said...

minha primeira visita ao blog e estou espantado! excelente tematica e, melhor, esse review comentado sobre o Quem Somos Nós está implacavel! meus parabens aos idealizadores do blog

5:49 PM  
Blogger Unknown said...

Aguardando ansiosamente o artigo completo no site. Obrigado!

6:40 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Valeu pela força pessoal!

André, obrigado pela dica. Realmente eu confundi as cidades de Washington e New York.

Pesquisando um pouco mais descobri que o tal estudo é ainda mais furado que minha vã filosofia (e o livro Freaknomics) me faziam suspeitar!

8:06 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro Widson, sou um grande fã de seus trabalhos e quero louvar este maravilhoso post e desejar-lhe um 2007 incrível! Pessoas como você são uma grande esperança para o mundo....

Não vejo a hora de continuar lendo o review do "What the bleep". Lembro de rir até doer a barriga nos primeiros 20 minutos do filme, mas depois o nível absurdo dos "argumentos" ficou tão pesado que perdeu a graça.

Às vezes nem sei de onde você retira forças para agüentar rever essa porcaria!!

Abraços!!

10:03 PM  
Blogger Thiago F Pappacena said...

Vi no Orkut e não pude deixar de lhe mostrar:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=4836180&tid=2507137015343803613&na=4
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=16277591045100688762

Tem conhecimento sobre o conteúdo desta palestra? :P

Abraços,
Thiago F Pappacena

11:55 PM  
Blogger Francisco Vinicius said...

Passarei longe do filme. Não demore para atualizar.

5:18 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Thiago, não ouvi falar nada à respeito desta palestra, mas como o palestrante é um físico e o tema parece ser "desmistificar o filme", deve ser boa coisa.

Eu mesmo fui convidado para dizer algumas palavras na UFRGS sobre esse filme, quando ele foi exibido numa sessão para estudantes e professores, mas não pude comparecer. Foi isso em primeiro lugar que me motivou a escrever esse Guia.

Widson

5:20 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Caro Widson, sou um grande fã de seus trabalhos e quero louvar este maravilhoso post e desejar-lhe um 2007 incrível! Pessoas como você são uma grande esperança para o mundo....

Não vejo a hora de continuar lendo o review do "What the bleep". Lembro de rir até doer a barriga nos primeiros 20 minutos do filme, mas depois o nível absurdo dos "argumentos" ficou tão pesado que perdeu a graça.

Às vezes nem sei de onde você retira forças para agüentar rever essa porcaria!!


Obrigado pela gentileza. A força para aguentar baboseiras como What a Bleep vem de comentários com o seu. Valeu!

Widson

5:24 PM  
Anonymous Anônimo said...

Meus parabens pelo excelente conteudo do site, principalmente a magistral ironia cética. Bom ano novo.

9:25 PM  
Anonymous Anônimo said...

Bom na realidade é prepotencia(e um tanto de estupidez) dos demais relacionar Fisica Quantica(admirável ciência) com a Psique Humana.Na realidade há outros campos que estudam tal assunto, e acredito estar sendo muito bem esclarecido sem a Fisica Quantica, mas demonstrado por metodos mais confiaveis(na realidade bastante confiaveis) por filosofos e psicologos competentes(e cabe a eles e nao a fisicos a dissecação da Psique Humana)!Obrigado, Feliz Ano novo!

9:58 PM  
Blogger Bruno Leão said...

Parabéns Widson. Esse filme agora parece pior do que pensei. Também faço questão de passar longe dele agora.
Um abraço.

2:10 PM  
Anonymous Anônimo said...

Olá, como vai? Parabéns pelo blog e pela análise deste filme (que ainda não ví) que deve ter estar dando um trabalhão! :-)

Bom, eu não ví o filme (e perdí a vontade de ver pelo seu relato), mas gostaria de fazer alguns comentários, se me permite :-)

"Existem centenas de postulados, coisas que aceitamos como certas, que podem ou não ser verdadeiras.". Eu só concordo com este trecho que você transcreveu. Só que eles usam este fato para desmerecer a ciência e abrir espaço para uma sequência de bobagens pseudo-científicas.

A ciência tem limite: A capacidade do nosso cérebro. Nos parece que o universo tem uma lógica que entendemos e, por isso, cremos que um dia o decifraremos por completo. Mas isso pode não ser verdade e, talvez, nunca conseguiremos entender a realidade. Como já lí em algum lugar, estamos como leigos assistindo um jogo de xadrez observando os movimentos das peças e, usando o método científico, tentando decifrar a regra geral do jogo. Até que aparece um "roque" e estraga tudo :-) Só que nós também fazemos parte do sistema, o que dificulta mais ainda o estudo da física quântica.

Se, por outro lado, o universo for mais simples e um dia a ciência explicar tudo, poderemos nos considerar deuses! Poderíamos criar dispositivos para, por exemplo, manipular o espaço-tempo (ou outras dimensões descobertas), criar ou desintegrar matéria, etc, e não invocar energias ocultas que surgem do nada, simplesmente "mentalizando", só porque temos vontade.

Eu já lí muitas teorias pseudo-científicas, de gente tentando explicar conceitos religiosos cientificamente... TODAS tinham erros, alguns sutis e outros até absurdos. Estas explicações normalmente começam com um Copy and Paste de um trecho de algum livro científico de física ou biologia e, por mal entendimento ou má fé mesmo, terminam com uma conclusão absurda.

Um dia me deram um livro, que era a sensação do momento entre os espíritas, que dizia explicar cientificamente onde estava o espírito no nosso corpo. O livro começa com conceitos de química e biologia para preencher espaço e dar um "ar científico" e no clímax da "obra" o autor "concluia" que o espírito estava, justamente, no espaço entre os elétrons e o núcleo do átomo. O cara simplesmente achou um "espaço vazio" e jogou o espírito lá arbitrariamente. Não lembro o nome deste livro, lembro que tinha uma capa azul com uma silhueta de um homem pontilhada.

Em alguns casos, creio que nem o próprio autor percebe o erro e desenvolve um monte de teorias, até corretas, mas em cima deste erro. Uma vez eu lí um texto de um criacionista recheada de conceitos de física que tentava mostrar que a teoria da evolução do Darwin violava a termodinâmica. A pessoa que escreveu não entendeu o conceito de entropia e escreveu bobagem. Ele dizia que como o universo está sempre aumentando a desordem, um ser vivo estaria violando esta lei, pois gera ordem. Só que a segunda lei da termodinâmica só faz sentido em um sistema fechado e o único sistema fechado seria o universo (ou nem este), tudo contido nele é um sistema aberto, ou seja, sofre influência de tudo.


Bom, deixa eu parar por aqui, desculpe-me o comentário enorme! :-)

Um abraço,
Jeff (jeff@jeff.com.br)

10:14 PM  
Anonymous Anônimo said...

o mais inxplicavel do universo é que ele é explicavel(albert einstein)

12:14 PM  
Blogger Unknown said...

Eu já "ouví" Einstein dizer que "sem Deus, o universo não é explicável satisfatoriamente", não que é explicável. Mas se ele disse isso, foi prepotente. Enquanto não se explica, não pode-se dizer que conseguiremos explicá-lo.

1:27 PM  
Anonymous Anônimo said...

...Bom, acredito que ele pretendia dizer que até onde sabemos e pesquisamos ele se mostrou explicavel e satisfatorio, e não pretendia anunciar-se o dono da verdade

11:14 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sempre que leio "espírito lemuriano" não consigo deixar de imaginar uma criaturinha peluda de cauda listrada!

11:40 AM  
Anonymous Anônimo said...

Olá
O carinha lá da primeira foto (físico?) tem na mente o conceito de verdade absoluta, ou é verdadeiro ou não é. Com ele não há "degradês". O quanto eram verdadeiros ou falsos os postulados que ele se refere?.A Terra é redonda.. mas o quanto ela é redonda e o quanto é um esferóide oblato?.Ah! meu santo Asimov livrai-me desses dogmáticos religiosos he,he.

7:50 AM  
Anonymous Anônimo said...

Oi,
Estou lendo o post aos poucos (ele é bem grande e estou com pouco tempo no momento) e até agora estou adorando!
Vc realmente está caprichando, hem!
Até agora, achei apenas uma coisa negativa para comentar. Vou citá-lo:
"(...)a Terra pôde ser considerada plana pelo tempo em que isso permitiu aos homens orientar-se em seu reduzido universo. Quando o mundo se ampliou, com a invenção da bússola e do telescópio e a conquista de novos continentes, foi preciso admitir que a Terra não era plana (...)"
Cláudio Ptolomeu (século II d.C.) afirmava que a Terra tinha um formato esférico. Parece que ele se baseou em tradições anteriores (Aristóteles?). Então não seria muito adequado situar isto como algo que dependeu da invenção da bússola, do telescópio ou da conquista de novos continentes.
Um abraço,
Tony

3:44 PM  
Anonymous Anônimo said...

Dúvida:(não que faça tanta diferença, mas...)
Afinal, o "Ramtha" é da Lemúria ou da Atlântida?
"mulher cujo sotaque vem de um atlante-americano"
Tony

4:12 PM  
Anonymous Anônimo said...

Não poderia deixar de comentar:
"os navios de que Ramtha fala (Clipper Ships) só foram inventados no século XIX. Talvez por isso ninguém podia vê-los..."
Demais!
Tony

8:53 AM  
Anonymous Anônimo said...

mal posso esperar pela parte final, publique a hora restante inteira por favor... obrigado e parabens!

3:31 PM  
Blogger Madame Papillon said...

"THE SECRET" SERIA UMA SEQUÊNCIA DE "QUEM SOMOS NÓS" ?

4:10 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Oi Tony,

Realmente Ramtha parece ser Lemuriano, embora eu já tenha visto referências em que ele vem da Atlântida. Como os dois mitos são farinha do mesmo saco, não me preocupei muito em buscar a verdadeira origem do espírito que orienta a médium...

Quanto ao formato da Terra realmente o sgregos já sabiam que a Terra era redonda. Eu deveria saber isso pois escrevi um artigo a respeito (O Mito da Terra Plana).

Assim mesmo acho que podemos considerar com segurança que foi a expansão marítima do século 15 que calou essa verdade na mentalidade popular.

9:25 PM  
Anonymous Anônimo said...

Widson, seguindo seu exemplo, vou dividir meu comentario em duas partes.

1. CREDIBILIDADE

No seu primeiro post, vc diz que não devemos prestar atenção ao conteúdo do filme, pois quem o apresenta não merece credibilidade. Ok.. isso eh a mesma coisa que dizer que alguém sem credibilidade seja incapaz de dizer a verdade, ou que um aluno que sempre tirou notas baixas, jamais possa tirar uma nota boa, certo?

Eu discordo totalmente disso, mas já que estamos jogando no seu tabuleiro, vou deixar que vc apresente sua credibilidade nos dizendo onde e quando conseguiu seu PhD em física, quais trabalhos, teses ou livros de sua autoria sobre física quântica já foram publicados e o motivo pelo qual vc sozinho merece mais credibilidade do que os cientistas William Tiller (PhD), Amit Goswami (PhD), John Hagelin (PhD), Fred Alan Wolf (PhD), Dr. David Albert, Dr. Masaru Emoto, Stuart Hameroff (MD), Dr. Jeffrey Satinover, Andrew B. Newberg (MD), Dr. Daniel Monti, Dr. Joseph Dispenza, Dr. Candace Pert, juntos! Pois se vc conseguir talvez eu preste atenção ao que vc tem a dizer. Não eh exatamente esse o ponto de seu primeiro post?

Cada um desses cientistas teve pelo menos um trabalho notável aclamado pela sociedade científica, alguns deles vários, e eh justamente a somatória desses trabalhos individuais que cria o ARGUMENTO do filme.

Muitos deles já escreveram mais do que meis dúzia de livros sobre o assunto sozinhos. Aliás, o filme eh bem mamão com açucar, perfeito para pessoas de intelecto mediano, que costumam ir ao cinema mas nunca leem livros começarem a pensar sobre o assunto. Os livros trazem o assunto de forma bem mais completa e complicada, algo que seria demais para uma pessoa comum entender. Vc tb já leu todos esse livros? Ou pelo menos os livros do Dr. Amit Goswami?


2. ARGUMENTO

Agora sim, já que vc disse que essas pessoas não merecem credibilidade e que o argumento deles não merece ser levado em consideração, talvez vc tenha uma nova tése para nós apresentar, algo que revolucione o pensamento científico e que possa explicar a não-localidade quântica, ou pelo menos mostrar exatamente o porque ela não se aplica as tradições exotéricas.

Sua vez.....
Obrigado.

12:13 PM  
Blogger Luiz Felipe Muniz said...

Prezado Widson,

preliminarmente, para ganhar tempo, devo ressaltar que concordo com todos os pontos expressos no comentário anterior do "Guilherme".

A sua tentativa de desqualificar absolutamente o filme parece conseguir algum êxito momentâneo, mas o que verdadeiramente salta aos olhos é a sua necessidade de afirmação do "Método Científico" Cartesiano que hoje em dia não mais atende a inumeráveis demandas mundo afora.

Sem cair nos detalhes de cunho estritamente pessoais, como tática ultrapassada para desqualificar outros saberes, vc poderia ao menos fazer uso da boa ética e expressar os limites pessoais de cada humano e de cada fragmento disciplinar para fazer frente aos desafios atuais da hiper-complexidade que tomou conta do mundo conhecido.

As urgentes mudanças paradigmáticas que hoje são requeridas nas relações dos homo-sapiens/demens entre si e destes com os ecossistemas humanos e não-humanos estão na verdade e de fato delimitando o espaço e o tempo!

A "falácia" - já que gosta do termo - dos ambientalistas e ecologistas, desde a década de 60, alertando sobre o descaso com a biosfera, que já valeu a morte de muitos ativistas, o descaso de muitos "cientistas" e o desespero de muitos "inocentes", ainda vai dar muito "pano pra manga", todos participaremos deste espetáculo impensável tempos atrás!!

O AQUECIMENTO GLOBAL E AS MUDANÇAS AMBIENTAIS EM CURSO PARECE QUE JÁ ESTÃO IMPRIMINDO A CRISE NECESSÁRIA PARA FRAGILIZAR AS SUAS E TODAS AS DEMAIS CONVICÇÕES CIENTÍFICAS QUE NOS TROUXERAM TODOS ATÉ ESTE MOMENTO ÚNICO DA HISTÓRIA DA ESPÉCIE HUMANA!!

NÃO SE ESFORCE TANTO, WIDSON, TALVEZ NEM MESMO VC ESTEJA TÃO CONVENCIDO ASSIM DE SUAS PRÓPRIAS AFIRMATIVAS SOBRE O FILME - "QUEM SOMOS NÓS?"

8:29 PM  
Anonymous Anônimo said...

escrevo em relação aos ultimos comentários.

um filme cuja narradora alega receber o espírito de um guerreiro de um país que sabe deus se existiu deixa duvidas no seguinte sentido:
se ele pretende abraçar a ciencia, devemos nos questionar que tipo de comprometimento com a ciencia tem essa pessoa que alega receber um espírito (logo, nisso ela pressupõe que espíritos existem, coisa que ciencia alguma provou - alias acho que quem deveria provar sao os que alegam, mas isso é outra história) e que tal espírito é de um determinado continente tão real quanto Asgard.
mas se isso nao é suficiente para desconfiar do filme todo, vamos em frente.
um filme que tratando de ciencia
alega que todas as células do corpo possuem consciencia, que o homem é capaz de sintetizar todas as proteinas necessarias para sua sobrevivencia, que o corpo humano é composto de 90% (ou mesmo que aproximadamente 90%) de água, não merece credibilidade porque tais ERROS e INVERDADES são tão pertinentes que comprometem toda a credibilidade do resto das alegações. nao precisa ser formado em faculdade alguma para reconhecer que essa alegações sao absurdas, qualquer livro de biologia de ensino médio é suficiente para responder sobre proteinas e porcentagem de agua no corpo, por exemplo.
é como tentar confiar num filme sobre religiões que, sem mais nenhuma explicação, afirma que Jesus Cristo nasceu na região do Canadá.
Tal erro é referente a um assunto tão básico que leva a seguinte conclusão: se na mais simples citação ele peca, como podemos ter alguma garantia de que o resto está isento de erro? se no mais simples assunto há equivocos, que dirá nos mais complexos!!!
some isso ao histórico dos "cientistas" e a seita de Ramtha, e tem-se a total descredibilidade do filme. qualquer uso das informações dele não devem passar do ambito de filosofia pessoal de auto-ajuda e simpatia. nao sou dono de verdade alguma mas é muito claro que as alegações "cientificas" do filme não são de confiança, para nao dizer outra coisa.

e francamente, pensamentos que influenciam a composição quimica da agua.........

9:14 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Guilherme,

Sobre a parte 1 do seu comentário, convido-o a ler o meu próprio comentário que escrevi como resposta à questões semelhantes às suas. Está lá na seção de comentários na primeira parte do artigo.

Só acrescento que as críticas ao filme não se resumem a uma guerra de títulos. Se assim fosse, seria ganha com muito mais facilidade, já que o filme é execrado pela maioria da comunidade científica internacional.

Quanto à segunda parte do seu comentário, acho que você deve ler com mais atenção à segunda parte do meu artigo. Você verá que, cientificamente, é insustentável defender os argumentos deste filme.

Para saber o que eu li e o que eu não li para escrever esse artigo, por favor aguarde o final da trilogia, quando trarei as referências bibliográfias que usei.

Widson

11:13 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Luiz Felipe,

Eu responderia com prazer o seu comentário se tivesse entendido minimamente o que você quis dizer...

De tudo, o que eu menos entendi foi como o aquecimento global, previsto desde a década de 70 pela ciência, fragiliza as convicções científicas.

Widson

11:19 PM  
Anonymous Anônimo said...

As pessoas tem o direito de acreditarem no que quiserem, mas no momento em que elas afirmam "acredito em X E a ciência comprova isto" eu quero mesmo é verificar se isto procede ou não. SE alguém quer acreditar em um espírito lemuriano, tudo bem, problema delas, mas se o referido espírito diz que a Física Quântica corrobora a sua visão de mundo, não deveríamos sondar o quanto isto é verdadeiro (ou não)? Se a ciência é tão ruim assim, por que os diretores do filme tem toda esta necessidade de recorrer à mesma na tentativa de fortalecer seus argumentos?
Tony

5:50 PM  
Anonymous Anônimo said...

O aquecimento global foi comprovado cientificamente, doravante os cuidados e ações feitas em relação a tal são politicas e filosóficas, não sendo da responsabilidade dos cientistas.O que eu mais gosto de ver é esses comentarios, de que nunca leu nem livros cientificos nem livros exótericos, e saem acreditando em quem tem mais titulos academicos, se fosse assim um ganhador de um Premio Nobel era o dono da verdade e devia reger o mundo...

11:40 PM  
Anonymous Anônimo said...

perdão os erros de portugues, escrevi estupefato com tais comentarios...

11:43 PM  
Anonymous Anônimo said...

ao final de tudo, todos aqui esqueceram, a primeira frase do filme, e do livro de muitos dos cientistas que participaram do mesmo. "física quantica é a física das possiblidades". isso já diz muito, há tantas possibilidades de você acrediar nisso ou não. Afinal esse é o papel da "esquerda" questionar, sempre foi assim na ciencia. Ou ainda acreditariamos nas teorias creacionistas...
Mas fora isso, devo parabenizar seu blog e sua escrita. Claro que discordo do seu ultimo texto, realemnte um guia cético demais,cabeça fechada, você não faz ideia de como esse filme mudou minha vida, me interessei pelo assunto e fui atras mesmo, e sabe, acredito, ainda mais, que sou eu que faço minha realidade.
E sobre a agua por rapaz ai de cima: pesquise um pouco mais porque é comprovado!
Abraço
Thais

12:26 PM  
Anonymous Anônimo said...

Se tu fazes tua realidade ou não, não cabe a mim julgar, mas querer comprovar tua tese cientificamente por meio da fisica quantica é absurdo.Eu respeito todas crenças desde de que não entrem no campo cientifico, que hoje mais do que nunca, tem de ser preservado(se o filme lhe fez bem, que ótimo).Alem do mais, a fisica das possibilidades como tantas outras frases do filme, é uma falacia, comprada a ''tudo é relativo''...

5:53 PM  
Blogger Carlos Cunha said...

Eu quero um pouco da maconha que o Luiz Felipe fumou!!!

11:09 PM  
Blogger Frederico Bittencourt said...

Widson, que tal algum dia desses abordar a Cientologia?

11:12 AM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Oi Frederico,

Já escrevi alguma coisa sobre a cientologia. Veja aqui: http://dragaodagaragem.blogspot.com/2006_02_01_archive.html

11:19 AM  
Blogger Ron Jeremy said...

bah! eu bem que queria saber onde que "comprovaram" esse experimento dos pensamentos que mudam as moléculas da água.

por favor, me ajudem a entender como é que, no auge da era da informação, as pessoas buscam cada vez mais viver fora do mundo real.

hoje em dia, meu poder de pesquisa aumentou exponencialmente. será que as fantasias também aumentaram nessa proporção? parece ser exatamente o caso desse filme canastrão

10:39 AM  
Anonymous Anônimo said...

"E sobre a agua por rapaz ai de cima: pesquise um pouco mais porque é comprovado!"
Bom, a tal água deve mesmo funcionar. A questão é se ela funciona MELHOR que um placebo em estudos duplo-cego.
"você não faz ideia de como esse filme mudou minha vida".
Muitos filmes e livros mudam a vida das pessoas (nem sempre pra melhor, infelizmente). Fico feliz que tenha mudado a sua Thais, mas isso não quer dizer que o filme seja honesto. Acho que é isso o que está em discussão aqui.
Tony

3:45 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro Físico,

Só uma pergunta: acha que a ficção científica tem grande impacto/importância na ciência? Eu acho que não, o que penso é que acontece o contrário: a ciência é que tem grande impacto na ficção científica.

Gostaria de obter a sua opinião sobre este assunto.

Atentamente,

Mário Andrade – Estudante de Física

12:03 AM  
Anonymous Anônimo said...

Quando é a previsão para proxima parte do guia? Obrigado.

2:43 AM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Oi Matheus,

A terceira parte está demorando mais porque nesta parte o filme trata principalmente de biologia, não de física quântica, e esta não é minha praia. Por isso precisei estudar mais. Além disso passei as últimas duas semanas finalizando dois novos artigos para o Projeto Ockham.

Mas falta pouco agora. Acho que dentro de mais uma semana eu publico.

Widson

9:56 AM  
Anonymous Anônimo said...

Que bom, pois sou frequentador do Projeto Ockham e gostaria de parabeniza-lo por tal trabalho.Até mais.

12:32 AM  
Blogger Pedro Abdalla said...

belíssimo post sem dúvida! parabéns!
acredito que o filme não deva ser tão desvendado dessa forma, não acho que deve-se encara-lo de forma tão empírica, afinal, tanto as pessoas que fizeram o filme, quanto as que gostaram dele, não necessitam de comprovações empíricas, científicas para formar suas crenças... isso é para alguns apenas...
você é cético, tem uma bela visão científica das coisas, parabéns por isso!

12:47 PM  
Anonymous Anônimo said...

Primeiramente meus parabéns dedicar tanto tempo a algo que lhe trás muita satisfação. É notável tal evidência.

Em segundo, lamento pelas pessoas que não assistiram o filme e dizem que vão passar longe, se deixando influenciar em um único primeiro momento. Me faz pensar que se assistissem o filme sairiam por aí imaginando que poderiam "andar sobre a água".

Assim como questionei boa parte das afirmações ditas no filme, questiono muitas das tuas. Mas acima de tudo, achei um bom filme, pois traz uma idéia escondida a tona. Tudo bem. Algumas realmente são tolas e infantis. Mas encerro este post com uma situação (teórica) e com algumas perguntas que resumem:

A e B são fisicamente exatamente iguais, exceto pelo modo de pensar.
A e B disputam uma corrida.
Quem vence? O que pensar que pode se superar tirando forças não sabe onde; aquele que acredita que pode vencer? Ou o que pensa que vai haver um empate pois são exatamente iguais fisicamente?

ps.: alguém já foi curado por Reiki aqui? como a ciência (você dono do blog) explica isso? Porque 3 doutores em medicina não souberam me explicar.

Novamente, Parabéns.

10:03 PM  
Blogger Unknown said...

Renato,

Alegações de cura existem em toda técnica de medicina alternativa. Uma vez foi uma mulher no Jô Soares dizendo que teve sua vida transformada quando passou a beber um copo de urina por dia. E aí, algum cientista pode explicar?

Sobre as pessoas que deixaram de ver o filme, eu também lamento. Perderam momentos de muita diversão.

7:22 PM  
Anonymous Anônimo said...

"A e B são fisicamente exatamente iguais, exceto pelo modo de pensar."
Levando sua afirmação ao pé da letra: Se A e B são "fisicamente iguais", isso não significaria que seus cérebros são exatamente idênticos(com todas as suas sinapses, todos os neurotransmissores etc)? É possível ter dois cérebros EXATAMENTE idênticos e uma "maneira de pensar" diferente?
Tony

4:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Por favor, publique o restante do Guia!
Gostei muuuitoo!
beijos!

8:55 PM  
Anonymous Anônimo said...

De Paulo Mendes:

widson, parabens pelo seu trabalho, de facto o documentário é de suspeitar emalguns apectos(o erro de comparar uma partícula subatômica a um corpo massivo, dizer que em vários laboratórios objetos bastante grandes para serem vistos à olho nú foram vistos, o facto de ter manipulado algumas contribuições de alguns participantes).

MMMAAASSS quando você percebe pouco de português já que não sabe o que são figuras de estilo, quando comenta a primeira e a segunda cena, por amor de deus mas alguém disse o contrário de si?

Continuando A CRITICA DA SUA CRITICA ao documentário...

Na terceira cena ela diz "uma história maravilhosa QUE ACREDITO ser verdadeira", e nota-se também que medicina não é o seu forte.

Na cena da bola sólida cometeu o mesmo erro que nas duas primeiras criticas.

No comentário seguinte diz você "Que tipo de casa seria aquela construída com tijolos etéreos dispostos a vários metros uns dos outros que nem ao menos se tocam!?", mais uma vez se verifica que não percebe nada de medicina quando diz "Mas a casa existe, nós A VEMOS e ela NÃO É de fumaça". Você equece-ce que estamos limitados ao que os nossos sentidos nos transmitem.

Mas valeu o esforçoe espero pela terceira parte, se calhar o objecivo do filme é por-nos a pensar sobre isto e ele contem uma compilação de descobertas muito importantes na área da BIOLOGIA,

Ciência é isto questionar e testar para comprovar.

PS: ri-me bué com o titulo, "O GUIA CÉTICO para assistir a “What the Bleep do We Know?"

6:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

Poxa Widsor, muito prazer!

Não sou cética mas tb não sou estúpida. Querer acreditar em 'energias' boas, ou como queira nominar, não tem contra indicação nenhuma. Eu posso lhe dizer que meditar, por exemplo, me faz um bem incrível! Posso não levitar (ainda rsrs)e como me sinto bem com isso acho que já está ótimo não acha?! É por isso que penso disso tudo mas realmente a história dos 'Clipper Ships' foi demais! hahaha O que nos diriam os pobre coitados se pudessem? Um belo 'bleep' com certeza!!! Não entendo NADA de física quântica mas estou me interessando mais em pelo menos ler a respeito. Possivelmente por conta desse filme (que idiota ou não já despertou algo de positivo em mim). Adorei seu blog, embora te ache meio radical em alguns comentários,mas sem dúvidas as coisas que escreve são ótimas! Li quase o blog todo (aaaaaaaarf!)de tanto que gostei e pretendo acompanhar a partir de agora. Aliás, quando sai o resto sobre o filme?
Abraços e parabéns! Adorei seu senso de humor!
Danielle

5:37 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Não sou cética mas tb não sou estúpida. Querer acreditar em 'energias' boas, ou como queira nominar, não tem contra indicação nenhuma. Eu posso lhe dizer que meditar, por exemplo, me faz um bem incrível!

Ora, não tenho nada contra a meditação... certamente meditar não está no mesmo nível de levitar!

A terceira parte está no forno, mas estou viajando a trabalho então deve demorar um pouco ainda.

{}
Widson

10:43 PM  
Anonymous Anônimo said...

Com certeza, no nível e empírico, esse filme não faz nenhum sentido. No entanto, a física quântica quem criou não foi qualquer um, e sim, grandes mentes. Uma coisa é a física clássica, e outra é a quântica. Você não encontra explicações para na física newtoniana para as teorias de Einstein, que são provadas por A + B. Como o efeito placebo é explicado? Nem os cientistas sabem. Por que a física clássica não se comporta da mesma maneira quando se trata de partículas? Não se sabe. A própria UNICAMP perguntou isso em uma de suas questões em um de seus vestibulares, numa questão de resistência elétrica do ouro, ou seja, além da nossa física, há muitas coisas a se descobrir, e a quântica é uma ciência séria. O teletransporte ja é uma realidade para alguns átomos, e, para exemplificar, se você teletransporta um átomo de cálcio (um dos que já dão para ser teletransportados) para algum lugar X, aquilo que está em X NÃO é o mesmo átomo, e sim outro estado quântico do átomo. Isso é só perguntar para qualquer um. Aquele caras chamados às vezes de loucos, alguns Shamans, conseguiram dar nó em cientistas, pois a "magia" deles realmente funciona, e os cientistas provaram isso, mas não sabem o por quê.

Cuidado com as novidades da ciência. Gosto muito do site Projeto Ockham, mas acho que em algumas situações deveria se ter um certo cuidado para se falar. É apenas uma sugestão. Assim como é difícil imaginar 4 dimensões no universo, 11 é pior ainda. O que não se pode é falar que as teorias de Hawking estão erradas porque Newton não as explicas. Muita água ainda irá correr.

5:16 PM  
Anonymous Anônimo said...

a coisa mais maravilhosa da física quântica é que ninguém entende ela direito, então pode-se explicar tudo com ela, porque ninguém vai compreender mesmo, mas vão te achar o sabichão. hehehe.
Nós céticos precisamos de mais atualizações neste blog, pra nos defender dos malditos místicos quânticos de plantão.
Abraços

10:01 AM  
Anonymous Anônimo said...

"Como o efeito placebo é explicado? Nem os cientistas sabem."
[Resposta a Rafael]
Certamente não existe ainda uma explicação consensual sobre o efeito placebo, mas já existem algumas hipóteses que foram validadas empiricamente que, se ainda não explicam completamente, acrescentam bastante sobre o assunto. Existe um texto interessante sobre o assunto que vc pode obter em formato pdf., basta pesquisar no Google Acadêmico: "Placebo - compreender a cura pelo nada", publicada na Revista Portuguesa de Psicossomática. Existem outros artigos na mesma revista.
Abraço,
Tony

12:17 PM  
Anonymous Anônimo said...

agradeço em nome dos "sem-cultura", dos "sem-informação", dos "sem-noção", e dos "sem-outras coisas....", o tempo gasto para nos dar um pouco de conteúdo crítico como "a ciência vista como uma vela no escuro".
o que mais me diverte são os comentários sobre Jucelino. bom, e aquela do pequi, nossa, sem comentários!
esse seu blog faz parte do meu "favoritos".
espero as novas postagens.

10:32 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eu resumiria "Quem Somos Nós" numa imagem: éguas fantasiadas de mulas-sem-cabeça, que tentam convencer uma platéia de burros que eles podem se transformar em unicórnios se acreditarem nisso.

8:10 PM  
Blogger Alexandre said...

Eu tô a fim ver esse filme. Deve ser bem engraçado...

4:20 PM  
Blogger Unknown said...

Olá!,Widson,gostei da forma como se expressa,porque acredita no que esta escrevendo,portanto é congruente é bem didático e escreve corretamente.Gostei de vc,acho a sua intensão positiva.
Em um dado instante vc diz que começou a ler e não terminou muitos livros.Minha sugestão,para isso,é que termine as leituras e se preciso releia e só então emita sua opinião, deixando bem claro,para todos, que se trata de sua opinião ou de pesquisas científicas e não a verdade em si,
pois esta está bem longe,tanto de algumas explicações suas ou de algumas pesquisas científicas.Eu fico esperto e não acredito em tudo que leio e ouço.
Abrs.

11:07 AM  
Anonymous Anônimo said...

Assisti ao filme, fiquei impressionada. Fiquei ainda mais impressionada com este guia para céticos. Mas............o link pra terceira parte do guia não está funcionando!!!!! Fiquei com a leitura pela metade e estou p. da vida! quero terminar de ler o artigo!
Enviem o link pra mim por favor!!!!
Terceira parte em diante!
Meu e-mail é: desouzatatiana@yahoo.com (sem br)!
Brigadão!

10:06 AM  
Blogger Erlon said...

Oi Widson,

apenas por mera curiosidade, gostaria de saber a sua formação, pois você versa bem sobre ciência...

Sobre o filme, não me sinto no direito de fazer um julgamento muito severo porque, sinceramente, cochilei em certas partes do filme (:$) ! Contudo assisti ao filme sem levá-lo a sério, e o achei muito curioso... Na verdade acho que ele apresenta alguns conceitos de física quântica de maneira alegórica, como fez Robert Gilmore em seus livros, o que não deixa de ser interessante. Em resumo, vejo o filme como uma extrapolação da "verdade científica" atual e não julgo chegar ser um acinte. Contudo, acho que vou assistir novamente, com um olhar mais crítico.

Por fim, você menciona em certa resposta que foi convidado a palestrar na UFRGS. Gostaria apenas de saber se você conhece o curso ministrado lá sobre

"A prova científica da existência de Deus"
. Alguma opinião a respeito?

Até mais!

12:58 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Erlon, sou engenheiro metalúrgico, ex-professor do IME, com mestrado em ciências dos materiais.

Quanto ao curso ainda não conheço mas fiquei curiosíssimo! vou pesquisar.

Valeu
Widson

6:51 PM  
Blogger chicoary said...

Dei uma lida em 'A prova científica da existência de Deus'. Puro dogma apesar de querer se socorrer numa demonstracao pseudo-cientifica. No final sempre decai em afirmacoes exaltadas e dogmaticas tipicas dos cultos religiosos. Nao entendo porque esta perene enfase nos 'procedimentos cientificos' quando o que se quer e' negar o valor da ciencia. Na verdade ha' uma grande incompreensao de ma'-fe' sobre os metodos e sobre o objeto da ciencia. O despeito em relacao 'a ciencia e' que ela e' muito decepcionante, apesar dos feitos tecnologicos que a embutem mas nao a transparecem, enquanto que a religiao e' profusamente recheada de promessas de maravilhas que vao ao encontro e aprazem nossa parte do intelecto infantilmente esperancosa. (Desculpem a falta de acentos. Estou com dificuldades com um teclado 'estrangeiro')

12:04 AM  
Blogger Bráulio Campos said...

Olá Widson, excelente blog. Esse é um ótimo trabalho para a divulgação da ciência, de que tanto a sociedade precisa. Adorei a crítica sobre o documentário e muitas pessoas acreditam fielmente que a ciência tem alguma coisa com misticismo etc. Já foi lançado nos EUA segundo documentário do What the Bleep do We Know e também está entrando em cena um outro documentário chamado The Secret, que prega o misticismo misturado com ciência e está nos cinemas. A cada dia que passa as pseudociências ganham mais força, é uma lástima.

Grande Abraço,
E continue com esse extraordinário trabalho sobre a divulgação da ciência.

12:39 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro

É tudo muito hilário. Mas o que me surpreende mesmo é a abrangência que este assunto tem tomado. Penso que daqui a pouco não me surpreenderei se escutar a física quântica discutida em algum bolicho (como se chama boteco na minha região) em meio a uma dose ou outra de canha.
O que parece claro é a necessidade (antiga eu diria) de buscar uma alternativa aceitável dentro do que somos para o que desconhecemos. A observação da vida e das coisas me leva a pensar que o que procuramos é equilíbrio - razão/sentimento; existência/motivo; corpo/alma; matéria/espirito - entre tantos conceitos propostos, alguns com mais ou menos fundamento, mais ou menos engraçados. E o interessante disso tudo é que (não vai me chamar de canastrão) trata-se de uma questão meramente pessoal. O que eu penso, o que eu acho, o que sinto, o que sou é fruto do que trago na bagagem. Alguém falou sobre o quanto o filme modificou sua vida... é isso. Só isso!!! O resto é, na minha opinião de leigo, papo acadêmco.

Um grande abraço a todos.

Ewerton

1:06 AM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Alguém falou sobre o quanto o filme modificou sua vida... é isso. Só isso!!! O resto é, na minha opinião de leigo, papo acadêmco.

Mais ou menos... Isso é uma das coisas que estou incluindo na conclusão da terceira parte do artigo.

Valeu
Widson

1:30 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro Widson

A importância do teu trabalho é indiscutível. Desmerecer a discução acadêmica seria uma negação da existência uma vez que o questionamento é a base do crescimento e da evolução do homem.
Digo isto apenas para esclarecer a última frase, pois parece claro que entendestes ao que minha observação se referia.

Um grande abraço e parabéns.

Ewerton

3:55 AM  
Anonymous Anônimo said...

P.S.: a prósito, estou curioso pela esperada última parte de tuas observações...

Ewerton

3:58 AM  
Anonymous Anônimo said...

“Ao afirmar que não se pode assumir nenhum conhecimento como definitivo o filme prepara o caminho para a visão alternativa do mundo que será apresentada a seguir. É um truque velho.

O problema deste argumento está no conceito de “conhecimento verdadeiro”. Para a ciência um conhecimento é “verdadeiro” enquanto for capaz de explicar os fenômenos observados na natureza, nada mais. “O problema deste argumento está no conceito de “conhecimento verdadeiro”. Para a ciência um conhecimento é “verdadeiro” enquanto for capaz de explicar os fenômenos observados na natureza, nada mais.”

Simplesmente o que a afirmação coloca é que muitas vezes os conhecimentos apenas servem para levar a outros. E que de repente alguma descoberta pode revelar uma visão ALTERNATIVA da realidade. VOCÊ enxerga isso como um truque para que as pessoas acreditem no que eles colocam, quando na verdade, pode ser que só queriam mostrar que o homem ainda não sabe de tudo.


“Esta é uma história inventada, provavelmente dentro da seita Ramtha, para impressionar discípulos pouco espertos. E que história absurda! Imaginem um beduíno do deserto que nunca viu nada além de camelos em toda a sua vida de repente deparando-se com homens brancos flutuando à meia altura do solo e deixando velozmente atrás de si uma nuvem de areia! E os animais? Eles também precisaram se acostumar com as tecnologias do homem moderno antes de serem capazes de vê-las? Quanto tempo um chimpanzé precisou olhar para uma banana frita invisível antes de poder realmente comê-la?”

As vezes não para impressionar, mas para passar uma mensagem. E não se pode fazer essas comparações. Se os beduínos já viram camelos ele já associam a imagem dos homens brancos à eles, como um outro tipo de camelo, por exemplo. Assim como um chimpanzé que já viu uma fruta, associar algo em sua cabeça (até mesmo um controle remoto) e, como uma fruta, pegar e comer. Os homens inventaram a tecnologia. Já para os índios, os navios eram como algo inimaginável assim como é a quarta e a enésima dimensão para os homens, que se não fosse comprovada matematicamente, se não houvesse conhecimento sobre o assunto, ele nunca teria condição de ver. (Perceba que mesmo sabendo que existe ele não consegue ver nem imaginar.)

“Só porque no nível subatômico os átomos não se tocam isso não quer dizer que as coisas não se tocam aqui em cima. Ocorre apenas que o que chamamos de tocar aqui é diferente de “tocar” na escala atômica. É apenas uma questão de linguagem.”

A sim... Parece que agora sim você entendeu o que ele queria dizer com a afirmação 1. Ou será que não? Ele quis dizer tocar EM UM NÍVEL SUBATÔMICO.

“Mas se isso é verdade por quê ninguém nunca viu uma carta ao mesmo tempo com a face para cima e para baixo? Uma das explicações propostas para o enigma, proposta na década de 20 com o nome de interpretação de Copenhagen, é que quando um observador vê a carta pela primeira vez ele força a natureza a escolher entre um dos estados quânticos possíveis. A natureza então escolhe aleatoriamente entre os estados “carta com face para cima” e “carta com face para baixo”. Isso é chamado de colapso da função de onda e é o nascedouro de todo o papo sobre consciência no qual se baseia "Quem Somos Nós?".

Até hoje a superposição quântica nunca foi observada em objetos maiores do que algumas dezenas de átomos e há bons motivos para acreditar por que nunca será, conforme veremos. Por isso a analogia das bolas de basquete que Morpheuzinho quica com a força do pensamento é tão enganosa.”

Repetindo: Você já viu a quarta dimensão? E a enésima? Como engenheiro deve ter estudado Álgebra Linear e entende do eu estou falando.


“Agora as coisas ficam sérias e o filme mostra suas garras esotéricas.”

“As pessoas que admiram este filme pelo seu lado mais auto-ajuda costumam tomar esta afirmação de maneira frouxa, quase metaforicamente.”

“Antes de mais nada a física quântica nada diz sobre isso e qualquer extrapolação do mundo atômico para o mundo macroscópico é um exercício falacioso. Além disso, por detrás do agradável conceito de que o mundo é fisicamente configurado pela força do pensamento se esconde uma egoísta e terrível idéia: a de que o sofrimento não passa de um hábito de pensamento.”

Meu Deus! Mas o antes do filme começar eles colocaram uma apresentação falando de que através do AVANÇO da física quântica poderiam religião e ciência caminhar lado a lado novamente! Já era de se esperar algo exotérico. E de uma maneira que além de tudo se aproxima de muitas religiões. Só pra não ficar vago, o que será que esse argumento tem a ver com o espiritismo de Allan Kardec?

“Experiências recentes realmente mostraram que fótons e pequenos agrupamentos de átomos podem estar em dois lugares ao mesmo tempo. Isso é de fato impressionante e confirma esplêndidamente a teoria quântica.”

Ponto para o filme.

“Contudo até o presente momento nenhuma experiência foi feita mostrando objetos visíveis a olho nú em dois lugares ao mesmo tempo.”

Não sei se é verdade, mas ponto pra você. Tanto procurou erro que encontrou um equívoco. Será que esse seu ceticismo te deixa descontrolado quando você se depara com algo que não consegue explicar e te faz ficar procurando erros e erros e furos??? Loucura!!! Calma. Isso é bom e produtivo, mas também pode te levar ao erro e fazer mal.

“Em outras palavras, a própria natureza faz o papel de observador.”
Sim, mas a questão que eles levantam e que deve ser provada é a de que a sua mente pode excercer o papel no lugar da natureza. Ela possui mais força do que imaginamos. É ISSO que eles querem passar.

“O que o físico John Hagelin não disse no filme é que o crime diminuiu 18% em relação ao que ele previu que subiria se os meditadores não tivessem meditado.

Funciona assim: você prevê, através de um modelo que considera, além de estatísticas pregressas da criminalidade, dados como a temperatura e flutuações no campo magnético da Terra, que a criminalidade subirá, digamos, 30% no verão. Mas enquanto o grupo de meditadores recita seus mantras, em vez de 30% a criminalidade aumenta apenas 15%. Desta maneira você pode dizer que a criminalidade foi 50% menor do que você previu que seria.

No final das contas o que interessa para os moradores da cidade de Washington é que, com meditadores ou sem meditadores, no ano de 1992 a criminalidade lá atingiu o terceiro valor mais alto de sua história (quando consideradas as taxas de homicídio).

Não é a toa que uma pesquisa deste gabarito tenha merecido o prêmio igNobel, uma paródia do prêmio Nobel...”

Cara... Eu sou simplesmente faço, estudo Estatística há 4 anos. E sei que isso está correto. Eles estariam errados se não calculassem dessa forma. Só resta saber se como eles modelaram (se foi feito corretamente) para dar uma nota 10 no projeto. E mais, se no ano a criminalidade atingiu o terceiro maior valor da sua história, e no verão quando foi feito o grupo de meditação as taxas caíram, além de reforçar a idéia de prever através de um modelo, reforça a idéia de que realmente funcionou.

Para terminar e com relação à primeira parte desse seu “Guia”, onde você afirma que os produtores pertencem a tal seita e cada um tem suas loucuras, imagina o que você diria dos Iluministas se fosse da época hein? E dos gênios renascentistas? Não que os produtores são gênios, nada disso. Mas que muito cara bom que contribuiu muito com a ciência, foi um louco na vida pessoal isso ninguém pode negar e nem se precisa citar. E muitos dos revolucionários também foram execrados pela comunidade científica da época.

Além disso, só pra reforçar o que a Thaís falou, existe muita coisa inexplicável. O ser humano está longe de saber e conhecer tudo. É algo que nunca acontecerá.

Foi mal por repetir muito o seu texto de novo e pelo enorme comentário, mas são as discussões que nos fazem crescer, certo???

Aguardo.

9:46 PM  
Anonymous Anônimo said...

INFIÉIS!!!!!
NÓS OS CAVALEIROS QUÂNTICOS DE LEMÚRIA, MONTADOS EM NOSSOS CORCÉIS DE SUPER CORDAS NOS JUNTAREMOS AOS DEFENSORES DO SHAMAN SCHROEDINGER, O QUE ASCENDEU À 11° DIMENSÃO E TODOS, SOB O COMANDO DA MULA SEM CABEÇA E DA VACA SEM CABAÇO, REDUZIREMOS A PROBABILIDADE DA EXISTÊNCIA DOS CÉTICOS A ALGO MENOS QUE ZERO. O AQUECIMENTO GLOBAL É O HÁLITO DA NOSSA FÚRIA!!!!!!! A VERDADE TEM DONO E É NOSSA! NÓS A COMPRAMOS ATRAVÉS DO JORNAL PRIMEIRA MÃO! ARREPENDEI-VOS CÃES DE DESCARTES!

9:31 AM  
Blogger DAVID said...

obrigado windson, pois por qse 3 horas eu acreditei e testei as ideias do filme, ate que a minha euforia pos exoterismo, pseudo cientifico, desceu a niveis de questionamento e me fizeram procurar saber mais a respeito dos conceitos da fisica quantica, e cheguei ate seu blog, agradeco de meu amago a sua contribuicao altruista e publica para que menos idiotas como eu sejam enganados e ludibriados por uma propaganda que se passa, e eficazmente poderia dizer, por uma documentario cientifico. obrigado mais uma vez!

11:03 PM  
Anonymous Anônimo said...

Fico feliz em ter tido acesso a este GUIA.
Pude perceber, coisa que já não via ha muito tempo, que graças a curiosidade humana e principalmente a determinação de muitos "soldados", a ciência, como método, continua sendo muito bem defendida. Parabéns!
Por outro lado, em alguns momentos me pareceu muito mais um ato de protesto por apropriação indevida, algo como "com que direito eles utilizam distorcidamente minhas grandes teorias, estes charlatões".
Voltando no tempo (sic), em alguns momentos tive a sensação de estar lendo um texto da Santa Inquisição MODERNA, só que desta vez liderada pelos PAPAS E PADRES DA CIÊNCIA. Em alguns comentários inclusive, o filme é caracterizado quase que como coisa do "diabo", do qual alguns agora querem manter distância, graças a DEUS.
Mas voltando à ciência, eu reconheço, é claro, que estes PAPAS e PADRES modernos, os cientistas, não são charlatões, pois as suas crenças e métodos se transformam em "milagres" para as massas, presentes, na forma de tecnologia, em todas as áreas da existência humana. Isto também muito bem citado nos comentários.
Portanto, para a massa dos descamisados, como sempre foi e será, o melhor milagreiro vira autoridade (pajés, xamãs, curandeiros, padres, cientistas, etc).
Não há duvida quanto a eficácia do método científico.
Mas ele não passa de mais uma religião na história humana.
E neste sentido, quero esclarecer, me refiro ao "método científico". E a consequência histórica desta nova religião, pasmem os democratas e defensores do livre pensamento, foi o mergulho da humanidade dentro da maior "ditadura" que este planeta já assistiu.
A pluralidade foi extinta.
São duas perguntas que precisam inquietar as mentes do futuro:
1. Será o método científico eficaz para lidar com todas as dimensões do Universo?
2. Existiram ou poderão vir a existir outros métodos capazes de gerar conhecimento?
A presunção histórica da ciência, melhor dizendo, dos cientistas, no meu entender, foi supor que a sujeição da totalidade do Universo e seu desvelamento através do método científico, era apenas uma questão de tempo.
E foi justamente esta presunção que levou a humanidade ao estado deplorável em que se encontra.
Desqualificando tudo, a ciência empobreceu a existência humana.
Voltando ao filme, acho que devemos perdoar a utilização das teorias científicas, mesmo que distorcidamente, por aqueles que buscam resgatar ou mesmo criar algo de "novo" no cenário da existência humana.
É certo que esta busca, compartilhada por cada vez maior número de pessoas, é feita de forma meio confusa, assim como no filme. Mas o fato é que a religião CIÊNCIA, está perdendo fiéis. Isto é inegável. A tal ponto e isto é o que me impressionou no filme, que ele foi criado e dirigido por alguns "PAPAS (GENERAIS) AMERICANOS", pasmem, alguns de alta patente - PhD's. Mas certamente, dirão, a exemplo dos sargentos controladores de vôo do Brasil, eles são traidores. Não reconheceram os princípios do militarismo: hierarquia e disciplina (similares aos princípios das instituições religiosas).
Apesar de todo entusiasmo com o presente GUIA, tenho certeza de esta é uma guerra de mídia, voltada apenas para o grande público leigo. Afinal, é conduzida por SOLDADOS (PADRES) brasileiros, sem as mesmas patentes.
Tenham certeza de que lá na MATRIZ, nos altos escalões, os GENERAIS (PAPAS)traidores, com razão, já foram julgados culpados pelos crimes que cometeram, tendo sido certamente excomungados, para alívio da comunidade. EM OUTROS TEMPOS, TERIAM SIDO QUEIMADOS VIVOS!!!

10:49 AM  
Anonymous Anônimo said...

A ciência não é de forma alguma dona da verdade, mas tudo que conquistamos utilizando a ciência foi porque utilizamos seus métodos. A astrologia, por exemplo, não é ciência, o que não quer dizer que seja certa ou errada ou boa ou ruim, apenas não se encaixa nos parâmetros do que os cientistas classificam como ciência. Partindo disto, me causa calafrios ver pessoas sem a mínima qualificação em física quântica banalizar seus conceitos de forma errônea. Divulgação científica, explicar conceitos para leigos é outra coisa, bem diferente do que misturar fatos científicos com conjecturas com objetivos desconhecidos. O filme é interessante, bem feito, mas usa tanto a ciência como o misticismo de maneira não sérias, que só servem no final das contas para deturpá-los. Física Quântica não é para leigos, assim como cirurgia cardíaca ou construção de pontes. Cada obra da mente humana tem seu espaço independente. O misticismo quando é explicável pela ciência, deixa de ser misticismo e vira ciência o que não o faz melhor ou pior.

11:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro Euler, você tem razão, o problema atual, e esta é a questão, é que todo conhecimento que se pretende verdadeiro, necessita da chancela "científico" para ser levado a sério. Um dos textos deste blog, inclusive, aborda a invasão das pseudociências nas Universidades Brasileiras, qualificando-a como algo absurdo. E realmente é um absurdo. Mas ao mesmo tempo é sintomático, ou seja, demonstra claramente que o homem moderno incorporou a noção de que o que não é científico, não tem valor e não é sério. E como a Universidade foi e ainda é o berço dos "conhecimentos válidos", uma legião de admiradores do método, mas atuantes em áreas que não se sujeitam a ele, tentam desesperadamente validar suas "pseudociências" dentro das próprias Universidades. Mas este movimento é histórico, e incentivado pela própria ciência, pois esta era a promessa e a esperança de todos, ou seja, a sujeição de todo conhecimento humano ao método científico. A Psicologia, por exemplo, luta há muito tempo para alcançar o "status" de conhecimento científico, assim como a Sociologia e até mesmo a Economia, como vocë sabe. Mas fora algumas áreas, com destaque justamente para a física, foco do filme, poucas outras se sujeitaram, com sucesso pleno, ao método científico. E olha que este esforço para "enquadramento" histórico do saber humano foi extremamente louvável e necessário. É um esforço que já dura mais de 100 anos, tendo ocupado boa parte do trabalho diário de milhares de intelectuais pelo mundo. E para nós leigos, nestes mais de 100 anos, restou aguardar a redenção da humanidade. Oxalá ela tivesse acontecido, mas não aconteceu. E agora? Se a ciência nos deu carros, internet, lua e marte, telefonia celular, a cura do câncer, enfim, o mundo inimaginável da tecnologia, mas por outro lado, não conseguiu nos tirar da barbárie, a ponto de estarmos caminhando para nossa própria potencial destruição, pelas profundas alterações que causamos ao planeta, o que é que nos resta? Qual a saída? Eu sei que os cientista dirão o que sempre disseram, ou seja: uma coisa é o conhecimento científico, outra totalmente diferente é o uso que dele é feito. Mas eu refuto esta tese, voltando a afirmar que foi justamente a ciência, na pretensão da universalidade do seu método que desqualificou conhecimentos que poderiam ter feito a diferença no destino da humanidade.
É verdade que o filme tenta traduzir para nós leigos, um pouco da física qüântica, mas isto, ao contrário do que você afirma, não é feito por "pessoas sem a mínima qualificação". Apesar de execrados pela comunidade científica (e para entender este processo vale a pena ler o livro ESTRUTURA DAS REVOLUÇÕES CIENTÍFICAS - Thomas Kuhn), a maioria dos participantes do filme é conhecedora do assunto. Mas o fato mais importante não reside na tentativa, bem sucedida ou não, de tentar traduzir a física quântica para leigos. O fato principal do filme, reside na apropriação, esta sim traduzida com todo seu impacto para os leigos, de uma verdade que abalou a própria ciência, a saber, QUE NO NÍVEL QUÂNTICO O OBSERVADOR FAZ A DIFERENÇA. Esta é a tese central do filme, apropriada indevidamente e expandida distorcidamente, mas agora com ares de verdade científica, o que tem revoltado a comunidade científica. Mas este é o jogo, apenas relembrando, de que é levado a sério apenas o conhecimento que se baseia no método científico. Portanto, em jogo onde a "canelada" é permitida, esta certamente foi muito boa.
E para aprofundarmos um pouco mais a inserção e colocação do filme, temos que nos perguntar sobre o público alvo do filme? Certamente não é a maioria da população, principalmente a brasileira que já frequentava e continua frequentando as centenas de igrejas que prosperam pelo país, para o bem de seus bispos (sic), continua visitando benzedeiras, curandeiras, e centros de candomblé, estes especializados em ações a distância, ou seja, quânticos ha muito tempo.
O público alvo do filme é outro, ou seja, a massa dos que fazem a engrenagem do mundo girar. É a classe média americana, européia e também brasileira. E é para esta que o "aval" da chancela científica causa impacto. E no filme ela, até bem produzido, a sopa é apresentada com excelente sabor, com todas as variáveis bem reunidas. E vamos concordar: todos nós, pelo menos inicialmente, fomos tocados pelo filme. Não é a toa que sucitou tamanha reação de amor e ódio.
E agora, apesar de ter-se utilizado de conceitos da física quântica, distorcidamente ou não, o filme decola em sua tese principal: VOCÊ É DONO DO SEU DESTINO!
Quando eu vi o filme, me surpreendi positivamente com a colocação da tese, justamente por ser um filme americano. O impacto que esta tese pode ter sobre o homem atual é absurdamente grande, muito maior do que podemos imaginar. Por outro lado, o filme não conseguiu dar uma direção ao futuro. E eu me perguntei: o que eles farão com esta batata quente na mão? Como é que a cultura americana vai lidar com esta possibilidade? Fiquei curioso, aguardando os desdobramentos: e foi aí que eu pude ter acesso a dois outros filmes, "DOWN THE RABBIT HOLE" e recentemente um outro, com título traduzido como "O SEGREDO". O Rabbit Hole não acrescentou muita coisa ao primeiro, provavelmente apenas mais alguns milhões de dolares, mas O SEGREDO, no meu entender, enveredou pelo caminho do besteirol americano, abrindo espaço para mais uma nova fábrica de fazer dinheiro.
Mas nem tudo está perdido. Existem outras possibilidades de desenvolvimento da tese apresentada pelo filme. Eu conheço outra, muito interessante, coisa para um próximo comentário....
Walter

8:10 AM  
Anonymous Anônimo said...

Caro Widson, mas uma vez vc degrada a imagem dos produtores do filme, e se vc está preso apenas a matemática, então é bom saber que eles poderiam te processar, usando o Direito, um ramo das ciências humanas que talvez vc não conheça, pois é, poderiam te processar por danos morais e materiais, vc os calunia e difama.
Ah, não é só ciências exatas que faz ciência não, também existem as humanas e as biológicas.
A verdade é apenas um ponto para quem a ver. Pontanto não há um ser vivente que seja dono de uma verdade absoluta.
Ah, a base da humanidade não é a tecnologia, é a vida. As relações da vida. A tecnologia é apenas uma ferramenta em favor da nossa sociedade. Pouco interessa para um doente terminal de câncer toda a tecnoligia do mundo, nessa hora ele vai precisar de amor, atenção, de espiritualidade. Será que vc tem capacidade de entender isso.
Eu sou atéia aos moldes cristãos, mas eu sou espiritualizada, e respeito o trabalho de cada pessoa. O filme não ofendeu ninguém. Talvez ele apenas seja um pouco romântico, mas Rosseau também era, e nem por isso perdeu sua credibilidade.
Enfim, baixa a bola, lembre-se que todo o arrogante pede redenção no fim da vida.
A gente não sabe nada sobre a vida. Todo dia aprendemos um pouquinho. Seja humilde. Faça ciência para melhorar a humanidade, não para destrui-la.

Mirtilene

11:28 AM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Além disso, só pra reforçar o que a Thaís falou, existe muita coisa inexplicável. O ser humano está longe de saber e conhecer tudo. É algo que nunca acontecerá.

(...)

Foi mal por repetir muito o seu texto de novo e pelo enorme comentário, mas são as discussões que nos fazem crescer, certo???


Olha, Anônimo... apesar do tamanho do seu texto ele foi muito vazio. Dizer que "eu (...) estudo Estatística há 4 anos. E sei que isso está correto." não pode querer dizer muita coisa não é verdade? E eu não consigo responder a um argumento deste tipo a não ser pedindo pra ver seu boletim... :-)

Sim, existe muita coisa inexplicável. Ainda bem, se não os cientistas perderiam seus empregos!!

1:11 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Não há duvida quanto a eficácia do método científico.
Mas ele não passa de mais uma religião na história humana.


É isso o que não entendo de quem mete o pau na ciência. Uns dizem que o conhecimento científico não é confiável por que muda com o passar do tempo, outros dizem que a ciência é tão dogmática quanto a religião. Ou seja, pra uns a ciência muda demais, para outros de menos...

São duas perguntas que precisam inquietar as mentes do futuro:
1. Será o método científico eficaz para lidar com todas as dimensões do Universo?
2. Existiram ou poderão vir a existir outros métodos capazes de gerar conhecimento?


Meu amigo, se alguma mente do futuro se inquietar por uma dessas duas perguntas será por pura ociosidade... as respotas já se sabe há tempos e são:

1. Não. A ciência nunca nem ao menos se propôs a isso.
2. Sim. O método científico não é perfeito nem definitivo, mas é o melhor que temos por agora.


A presunção histórica da ciência, melhor dizendo, dos cientistas, no meu entender, foi supor que a sujeição da totalidade do Universo e seu desvelamento através do método científico, era apenas uma questão de tempo.

Nisso você tem razão.

E foi justamente esta presunção que levou a humanidade ao estado deplorável em que se encontra. Desqualificando tudo, a ciência empobreceu a existência humana.

Entendi... você é um nostálgico do tempo em que não havia energia elétrica, tratamento de água, as doenças proliferevam por que ninguém sabia da importância da higiene pessoal e que uma cárie ou uma unha encravada poderiam infeccionar até matá-lo.

Se você tem mais de 30 anos e ainda por cima sabe ler agradeça ao "empobrecimento" que a ciência trouxe ao homem.

Agora se você se refere ao especulativo campo espiritual, no tempo em que a superstição reinava ao lado da religiosidade e havia uma seita, cristã ou não, em cada esquina, a vida humana valia muito menos do que hoje; pessoas como eu e você poderiam estar encarceradas pelo resto da vida por um motivo banal qualquer ou acotovelando-se numa arena para assistir outros seres humanos serem devorados vivos por leões. Pessoalmente acho que nossos reality shows melhoraram um bocado...

Widson

1:21 PM  
Blogger O Globetrotter das Estrelas said...

Bem, não vou tecer comentários sobre o filme e/ou sobre os opositores dele, a única questão que eu quero colocar é a seguinte se realmente for idiotice ou uma panacéia tentar criar um vínculo entre misticismo e ciência, fato que que parece ser a principal polêmica deste blog, e tomando como base o excelente trabalho de Fritjot Capra, nominado O TAO DA FÍSICA, expeculo que misticos famosos como buda, mahavir, lao tse, krishna todos de pelo menos 600 A.C. eram na verdade Físicos Quanticos, e o estudo de Física Quantica na verdade se desdobra desde tempos imemoriais...

10:35 PM  
Blogger O Globetrotter das Estrelas said...

Eu acho que a questão básica deste filme é um problema mais de base psicológica que científica. Atentem para o seguinte: há alguns séculos atrás as leis de Newton eram consideradas as leis ultimas da natureza, porque eram capazes de explicar todos os fenômenos conhecidos até então, ninguém seria capaz de discordar da visão de mundo newtoniana, porque sua validade era aplicada na prática. E ninguém se lembrava dos conceitos bizarros e estranhos sobre o mundo ditos a milhares de anos pelos avatares hindus ou pelos mestres taoistas pobre deles. então os cientístas utilizando um método que tem coroado todos os ramos da ciência de exito por todos os tempos que seria "dividimos um fenomeno inteiro e complexo em diminutas partes pequenas e fáceis de entender e assim então compreendemos o fenômeno inteiro" tentaram entender de que a matéria realmente é feita. se o mundo subatômico (estudado pela física quantica)fosse semelhante ao que se conhecia da física classica de Newton eu tenho certeza que nenhum cientista, absolutamente nenhum cientista diria que a física quantica não fosse o caminho mais adequado para compreensão de mundo e diriam as leis de Newton seriam não só as leis ultimas da natureza como também do universo, mas infelizmente a natureza puxou o tapete deles hehehe, a física quantica confirmou a visão de mundo dos avatares hindus e mestres taoistas (que mundo estranho esse não?!) e não a de Newton... Então o que fazem os cientistas agora, tentam denegrir a física quantica e os cientistas quem tomam em consideração a visão de mundo proposta por ela dizendo que o mundo microscópico não tem nada a ver com o macroscópico e assim por diante (ou seja renegando o próprio método que sempre coroou a ciência de êxito)... Bah! e os cientistas ainda querem que levemos a sério suas teses e trabalho.

6:57 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro Widson. Nem vou me dar ao trabalho de debater com vc, visto que lí acima argumentos com os quais concordo plenamente, mas qd vc usa de ironias, sarcásmos, etc., para responder aos que lhe são contrários, vc deixa claro a sua prepotência, intolerância. Vc se transformou numa máquina que não sente, talvez nem ame.
Me identifico com o que Mirtilene escreveu acima.
Seja humano.

Arnaldo

6:26 PM  
Anonymous Anônimo said...

"(em certas circunstâncias os núcleos de dois atómos podem realmente encostar um no outro até se fundir, como acontece no interior das estrelas e na bomba atômica)"

Mano nao é por nada naum, mas na bomba atomica os atomos sofrem fissao(quebra)... Na bomba de hidrogenio que eles sofrem fusao, assim como nas grandes estrelas(sol...)
obs: Eu, Edward sou o pai na bomba H.
tchau...

1:56 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Obrigado Edward,

O correto é bomba de hidrogênio em vez de bomba atômica mesmo...

Minha esposa, que é física, já tinha me apontado o erro, mas nem tempo de atualizar velhos posts eu tenho...

9:34 AM  
Anonymous Anônimo said...

Ótimo o blog e ótimo o artigo sobre o filme. Na minha cidade (Araçatuba, SP) o filme causou furor (para meu desespero) entre a turma holístico/meditativa/...
Como tenho uma coluna sobre divulgação científica no jornal local, escrevi este artigo (ver abaixo). Se tivesse lido este blog antes, teria me ajudado mais.
Aqui vai então (ah!, por favor, não vamos deixar o ockham morrer!)

CIÊNCIA
Quem somos nós?
Roelf Cruz Rizzolo
roelf@anatomiafacial.com

Publicado originalmente no jornal Folha da Região, Araçatuba, terça-feira, 7 de novembro de 2006



Um tempo atrás, alguns amigos me recomendaram assistir ao filme "Quem somos nós?". Afirmaram terem ficado extremamente impressionados com a beleza, mensagem, e com a facilidade com que assuntos complexos sobre neurociência e mecânica quântica eram abordados.
Como sou fã da divulgação científica fiquei curioso, embora a afirmação de um deles que o filme mostrava como a mecânica quântica dava suporte a algumas teorias místicas, me deixou desconfiado. Mas em nome da curiosidade científica fui atrás, do filme e da opinião dos cientistas sobre ele. Pesquisei demoradamente. Visitei sites sérios na área de neurociência e física. Li a opinião de vários pesquisadores e professores.

O resultado? Bem, confesso que raras vezes observei uma unanimidade tão grande sobre um assunto. Na melhor das hipóteses, o filme está cheio de erros.

Mas para a maioria dos cientistas das áreas envolvidas trata-se de uma deliberada tentativa de falsear e distorcer dados científicos para nos convencer sobre as opiniões místico-religiosas defendidas (e comercializadas!) pelos produtores do filme.

Ante a possibilidade de ser lançada uma versão ampliada desse "documentário", achei que seria importante mostrar estas informações aos leitores.

Para ser objetivo, tentarei listar os erros e distorções que o filme comporta. (...) Entre os erros menos graves podemos citar:

- O filme menciona que nosso corpo contém 90% de água. Errado. O recém-nascido tem aproximadamente 78%, homem adulto 60% e mulher 55%. Há variações individuais (obesos têm menor porcentagem que magros, etc.)

- O filme menciona que nosso corpo produz 20 aminoácidos. Errado. Produzimos 12. Os 8 restantes são aminoácidos essenciais e devem ser incorporados por meio da dieta.
- A animação que mostra a comunicação entre os neurônios está errada. Os neurônios não se comunicam por meio de correntes elétricas e sim através de neurotransmissores químicos liberados nas sinapses. Essa diferença é fundamental. É do equilíbrio desses neurotransmissores que depende o funcionamento cerebral e nosso comportamento.

A lista de "pequenos" erros é bem maior. Porém, vamos agora aos disparates.

- O filme menciona que os primeiros nativos americanos não seriam capazes de ver as caravelas de Colombo porque a caravela estaria fora do "paradigma" cerebral. Isto é uma besteira. E é um engodo já que distorce conceitos cuidadosamente definidos pela neurociência como sensação e percepção para defender o indefensável. Os nativos já tinham canoas. Acreditar que colocar uma vela sobre a canoa a tornaria invisível é de dar risada. A informação é inventada. Não consta nos diários de Colombo e informações detalhadas sobre essas tribos (Arawaks ou Aruaques) desapareceram até da tradição oral.

- O filme quer nos fazer acreditar por meio de um dos seus "cientistas", Masaru Emoto, que a formação de cristais de gelo é influenciada por palavras específicas escritas em papel e fixadas no recipiente. Por exemplo, ao escrever "amor" formam-se cristais com belas formas. Ao escrever "eu quero matar você" a delicada estrutura cristalina se desarranja.

Para os cientistas, um absurdo total. Argumentam que Emoto conhecia previamente as palavras e procurou intencionalmente os cristais apropriados entre os milhões que são formados.

O experimento nunca pôde ser repetido em nenhum laboratório do mundo. O Ph.D. de Emoto foi concedido por uma universidade não credenciada nos Estados Unidos. James Randi, aquele que desafiou nosso homem do "ra", Thomaz Green Morton, a reproduzir frente às câmeras seus fenômenos paranormais, ofereceu um milhão de dólares para que Emoto repetisse o experimento sob controle científico. Emoto não apareceu até agora (nem Morton).

Tenho que truncar a lista por aqui. Não posso falar do "efeito Maharishi", onde através da meditação transcendental coletiva os índices de violência teriam diminuído em Washington.

Apenas comento que o autor desse "experimento", John Hagelin (que aparece no filme), foi honrado pela comunidade científica pelo prêmio Ig-Nobel em 1994. Assim, seu estudo está ao nível dos prêmios concedidos este ano, como por exemplo, "Porque pica-paus não têm enxaqueca?".

Finalmente, chama a atenção que boa parte dessas informações "científicas" são comentadas por uma senhora loira com acento estranho. Ela parece possuir conhecimentos infindáveis sobre mecânica quântica e neurociência. Ao final do "documentário" descobrimos que essa "cientista" é, na realidade, Ramtha, o espírito de um guerreiro de Atlântida morto há 35.000 anos, "canalizado" pela dona de casa americana J Z Knight, que na realidade nasceu Judith Darlene Hampton em uma cidadezinha de Novo México, que hoje abriu uma lucrativa escola mediúnica (Ramtha School of Enlightenment), na qual boa parte dos "cientistas" consultados neste filme trabalha. Coincidência, não?

Enfim, leitor, não perca seu tempo. Gastar 90 minutos ouvindo Ramtha e seus amigos irá deixar você com muito tédio, muito mal informado e, pelo menos, R$ 5 mais pobre.

Roelf Cruz Rizzolo é professor de Anatomia Humana da Unesp, câmpus de Araçatuba, e escreve neste espaço quinzenalmente.

11:28 AM  
Anonymous Anônimo said...

"THE SECRET" SERIA UMA SEQUÊNCIA DE "QUEM SOMOS NÓS" ?
O problema de criticar The Secret é ter que ler o livro! Pai, afasta de mim esse cálice!

6:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

Carlos disse...
Eu quero um pouco da maconha que o Luiz Felipe fumou!!!

É da lata!

6:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Rafael disse...
Com certeza, no nível e empírico, esse filme não faz nenhum sentido. No entanto, a física quântica quem criou não foi qualquer um, e sim, grandes mentes. Uma coisa é a física clássica, e outra é a quântica. Você não encontra explicações para na física newtoniana para as teorias de Einstein, que são provadas por A + B. Como o efeito placebo é explicado? Nem os cientistas sabem.


Rafael. Mais abaixo dou minha opinião leiga sobre as "brigas das físicas" que você comenta. Sobre o efeito placebo, a ciência tem uma boa idéia de como funciona. Inicialmente você tem que lembrar que teu córtex cerebral controla através de conexões nervosas o hipotálamo. O córtex cerebral gerencia tuas respostas conscientes e parte das inconscientes. O hipotálamo controla o sistema nervoso autônomo. Essa via de controle não apenas é capaz de explicar as doenças psicossomáticas mas também o efeito placebo, a “anestesia” das cirurgias espíritas, entre outras coisas. Essas vias (entre outras) são responsáveis pela liberação de substâncias químicas, as quais podem fazer muita muita coisa. Pode ser, claro, que existam outras explicações. Em ciência estamos sempre confirmando resultados iniciais. Verdades absolutas só na bíblia e similares

3:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ah, não é só ciências exatas que faz ciência não, também existem as humanas e as biológicas.

Amigos, não há contradições entre as ciências exatas e as biológicas.

3:10 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eu sou atéia aos moldes cristãos, mas eu sou espiritualizada, e respeito o trabalho de cada pessoa. O filme não ofendeu ninguém.

Só o bom senso. Para quem gosta, por favor, não deixem de comprar os maravilhosos produtos à venda na Ramtha School of Enlightenment (http://ramtha.com/html/rse-store/default.stm) . Seus espiritualizados donos ficarão muito felizes com vossa cotribuição!

3:11 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ronaldo disse...
"dividimos um fenomeno inteiro e complexo em diminutas partes pequenas e fáceis de entender e assim então compreendemos o fenômeno inteiro"


Ronaldo, o Reducionismo que você alude foi (e é) muito importante para entender certos fenômenos (aliás, nada mais reducionista que a física quântica). Para estudar o coração, por exemplo, precisamos conhecer muito bem suas células, valvas, sistema de condução elétrico. Esse conhecimento poderá salvar tua vida um dia. Mas nenhum cientista acredita que o coração é a soma de suas células. O coração é um órgão que sofre influências de vários outros órgãos (cérebro, rins, etc.) que por sua vez sofrem a influência do cérebro, que por sua vez sofre a influência do engarrafamento na Avenida Paulista. Como você vê, a ciência é tão holística quanto reducionista. Mas o importante para o cientista não é ser holista ou reducionista, e sim utilizar todas as ferramentas disponíveis para responder as dúvidas que nos cercam sobre o mundo natural.

3:15 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ronaldo disse...
Então o que fazem os cientistas agora, tentam denegrir a física quantica e os cientistas quem tomam em consideração a visão de mundo proposta por ela dizendo que o mundo microscópico não tem nada a ver com o macroscópico e assim por diante (ou seja renegando o próprio método que sempre coroou a ciência de êxito)... Bah! e os cientistas ainda querem que levemos a sério suas teses e trabalho.


Nossa Ronaldo, que viajada! Não sou físico, mas é justamente graças à existência do método científico que podemos descobrir que Newton não explicava tudo (teve algum dia essa intenção? Os cientistas não a têm). È justamente porque ciência não é religião (e Newton não é o Papa) que as teorias de Newton foram testadas. A ciência adora “detonar” teorias científicas bem estabelecidas. Mas não é maldade ou inveja. Faz parte do método científico (comprovação, um cara chanado Popper explicou isto muito bem). A teoria de Newton funcionou (e funciona! Ainda hoje colocamos satélites em órbita, em parte, graças a ela) muito bem para explicar nosso mundo do dia-a dia. É uma física muito intuitiva. Quando você caiu do berço começou a aprender. Já Einstein e outros, se perguntaram “mas o que acontece com a física de Newton com objetos de massa enorme ou que se movimentem à velocidade da luz? Contas... Experimentos... E não é que não funcionava? Muito feliz da vida, Einstein postulou suas teorias da relatividade. Só que, outros cientistas (veja Ronaldo, todos cientistas!) se perguntaram. E o que acontece com as teorias de Einstein no mundo das sub-partículas atômicas? Contas... Experimentos... E para desespero de Einstein (pelo menos Newton tinha morrido antes, Einstein não!) sua teoria não funcionava NESSE MUNDO SUBATÔMICO. Nascia então a mecânica quântica. Veja Ronaldo, cada uma dessa teorias funciona em seu nível. A charlatanice é transportar a mecânica quântica (das partículas sub-atômicas) para nosso mundo macroscópico. Nem os neurotransmissores estão no nível de ação da mecânica quântica! Achar que graças à mecânica quântica podemos com nossa mente alterar a realidade física é uma tolice. O Físico/guru que diz isso no filme deveria fazer um experimento muito simples: ficar na frente de um trem. Se ele conseguir, com seu prodigioso poder mental, se transformar em energia quântica ou coisa parecida, o trem atravessará seu corpo sem problemas. Na teoria isso é possível. Muito drástico? OK. Pede para ele dar um milhão de marteladas no dedo (nada muito forte..., deixar cair um martelo sobre seu dedo desde uma altura de 20 cm). Como, segundo ele, a realidade não passa de uma probabilidade controlada pela mente, pelo menos uma vez em um milhão o martelo atravessará o dedo sem problemas. Você não acha? Se ele conseguir isso na frente do Randi, ganhará ainda 1.000.000 de dólares que, com sua grande magnanimidade, doará a alguma instituição de caridade.

3:22 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ronaldo disse...
Bem, não vou tecer comentários sobre o filme e/ou sobre os opositores dele, a única questão que eu quero colocar é a seguinte se realmente for idiotice ou uma panacéia tentar criar um vínculo entre misticismo e ciência, fato que que parece ser a principal polêmica deste blog, e tomando como base o excelente trabalho de Fritjot Capra, nominado O TAO DA FÍSICA,


Ronaldo. Se você assistiu ao Roda Viça com o com o Capra, terá notado seu desesperado intento de fugir do assunto “Tao da Física”. Mas, encurralado, teve que admitir que as idéias contidas no livro refletiam o pensamento que ele tinha nos 60/70. As previsões da sua “Nova Física” não se confirmaram, e ele agora se dedica a causas ambientais. Ainda bem!

3:30 PM  
Blogger O Globetrotter das Estrelas said...

roelf cr
nunca disse que concordei com as ídeias do filme, nem acho que a mente pode manipular a realidade, meu comentário diz respeito ao que eu acho que é a principal polêmica, que seja qualquer tipo de vinculo da ciência com o misticismo. o que eu ví principalmente na primeira parte deste comentário foram apenas formas de denegrir ou desmerecer o ultimo. confesso que não tenho acompanhado as recentes descobertas na área da física quantica, gostaria de me inteirar melhor sobre este assunto, mas se por acaso eles tiverem descoberto que os opostos não são mais complementares, se descobriram alguma partícula que tem existência independente do todo e que não seja completamente dependente da interação com outros sistemas, se descobriram que a matéria não está diretamente vinculada ao campo, se descobriram que neste nível algum vestígio em que o tempo tem algum comportamento que se possa se chamar causa e efeito claramente. e se descobriram o "observador" rs. por favor não deixe de me avisar, por que só assim a obra o tao da física deixa de ser válida como comparação de paralelos entre a metaforização científica neste nível e as filosofias do oriente.

8:36 PM  
Blogger O Globetrotter das Estrelas said...

roelf cr
usando suas palavras
(...) Como você vê, a ciência é tão holística quanto reducionista.(...)
(...)A charlatanice é transportar a mecânica quântica (das partículas sub-atômicas) para nosso mundo macroscópico(...)
bem o que eu tenho que dizer sobre isso "contraria sunt complementa"

em relação a sua primeira frase que você contradisse logo em seguida sim concordo plenamente, e é por isso que não podemos dizer simplesmente que este (mundo macroscópico conhecido, onde vigoram as leis da mecânica clássica do sr newton) não tenha nenhuma relação com o mundo subatômico, e nem podemos toma-lo simplesmente a partir do que sujere o mundo subatômico, neste prisma nem estão certos os cientistas que fizeram o filme, e nem os que criticam porque cada um esta escolhendo um extremo.

9:21 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ronaldo, não é minha intenção te convencer e nada. Apenas a título de esclarecimento, o “holismo” ao qual me refiro na ciência, diz respeito à óbvia relação dos níveis moleculares, celulares, teciduais, orgânicos, sistêmicos, individuais e sociais. Não há contradição. A ciência estuda as moléculas formadoras dos canais de sódio na membrana celular assim como os efeitos que o estresse da nossa vida causa sobre eles (cuidado! Os canais de sódio, ou outros, são estruturas reais, não probabilísticas; se funcionam mal você morre). Agora, a charlatanice holística começa quando querem nos enganchar também às energias cósmicas (positivas, claro) que os “canalizadores” são capazes de “modular”, mediante a imposição de mão, cristais, etc., provocando "vibrações" cujas ressonâncias alcançam freqüências de cura ao atingir os chacras, promovendo assim o balanço harmônico do yin e do yang. É este o engodo, misturar definições cuidadosamente definidas pela física (vibrações, ressonância, freqüências, etc.) com temas do mundo da fé e da religião (energias "boas" e "ruins", chacras...). O dia que estas “energias” positivas foram comprovadas, assim como sua capacidade de interação com os sistemas orgânicas, a ciência incorporará este novo conhecimento, como o fez com descobertas mais perturbadoras, como a evolução, e esfericidade da Terra, a relatividade, etc. Como diz o Dawkins "Não há nenhum limite óbvio para a credulidade humana. Somos dóceis vaquinhas ingênuas, vítimas ávidas dos curandeiros e charlatões que mamam e engordam às nossas custas. Há uma verdadeira fortuna à espera de quem quer que se disponha a prostituir a linguagem - e o milagre - da ciência".
Sobre o restante do teu texto não posso comentar, já que não entendi uma palavra sobre o que você quer dizer.

10:41 AM  
Blogger O Globetrotter das Estrelas said...

Roelf Cr
"Sobre o restante do teu texto não posso comentar, já que não entendi uma palavra sobre o que você quer dizer."
Bem vejo claramente que não leu a obra do capra e tão pouco conhece sobre as filosofias do oriente, isso que eu escreví que você não entendeu uma palavra, foram as conclusões que chegaram físicos notáveis como Heisenberg, Bohr, Oppenheimer entre outros sobre as descobertas da física quantica, que foram muito bem elucidadas na obra em questão, por isso como não estou muito atualizado, sobre as descobertas recentes, lhe questionei se alguma delas foi desmentida. estes conceitos são paralelos a muitas filosofias do oriente, mas isso não vem ao caso já que você não sabe de que estou falando.
Quanto o seu comentário sobre o capra, gostaria de dizer que provavelmente essa "nova física" que não se confirmou ele provavelmente estaria aludindo ao seguinte comentário que ele fez que realmente nunca vai acontecer, coisa que não tira nenhum crédito de sua obra, vamos ao comentário.
"(...) Considero a ciência e o misticismo como manifestações complementares da mente humana, de suas faculdades intelectuais e intuitivas. O físico moderno experimenta o mundo através de uma extrema especialização da mente racional; o místico, através de uma extrema especialização de sua mente intuitiva. As duas abordagens são inteiramente diferentes e envolvem muito mais que uma determinada visão de mundo físico. Entrentanto, são complementares, como aprendemos a dizer em Física. Nenhuma pode ser realmente compreendida sem a outra; nenhuma pode ser reduzida à outra. Ambas são necessárias, suplementando-se mutuamente para uma compreensão mais abrangente do mundo. Parafraseando um antigo provérbio chinês, os místicos compreendem as raízes do Tao mas não os seus ramos; os cientistas compreendem seus ramos, mas não as suas raízes. A ciência não necessita do misticismo e este não necessita daquela; o homem, contudo, necessita de ambos. A experiência profunda da mística é necessária para a compreensão da natureza mais profunda das coisas, e a ciência é essencial para a vida moderna. Necessitamos, na verdade, não de uma síntese, mas de uma interação dinâmica entre intuição mística e a análise científica"

1:34 PM  
Blogger O Globetrotter das Estrelas said...

Bem então voltamos à análise do filme, concordo que a principal falha do filme é traspor uma realidade (a do mundo subatômico) a uma outra onde ela não se aplica (mundo macroscópico), mas ele tem uma grande virtude que é nos apontar para um problema físico que poucos (a não ser os inteirados no assunto) estão cientes, de um lado temos uma realidade definida no mundo macroscópico e de outro uma realidade completamente distinta e "absurda" no nível subatômico, e não há encontro nenhum entre essas duas realidades, a mim claramente parece que temos um elo perdido. A argumentação simplista que claro, funciona em termos práticos de "cada macaco no seu galho" é muito comodista, é o mesmo que se sentar no sofá e dizer, sim nós temos uma percepção limitada da realidade, mas eu não me preocupo com isso. Acredito que talvez seja hora de começar a pensar sobre os problemas metafísicos decorrentes da falta desse elo, deste vinculo. E eu sinceramente acredito que ele esteja fora do âmbito da ciência.
Sim, a parte não é o todo e o todo não é a parte, mas o todo depende da parte assim como a parte depende do todo. Essa é uma argumentação muito simples e lógica que não ofende a inteligência de ninguém.

2:14 PM  
Anonymous Anônimo said...

Ronaldo. Ao dizer "não entendi uma palavra sobre o que você quer dizer" estava aludindo, de fato, a limitações minhas, não tuas. Não fique na defensiva, por favor.
Ronaldo. Ao dizer "não entendi uma palavra sobre o que você quer dizer" estava aludindo, de fato, a limitações minhas, não tuas. Não fique na defensiva, por favor. Não foi minha intenção te ofender.
Não posso, entretanto, deixar de reconhecer, pelo que você escreve (não te conheço, quem sabe você é um grande cientista e eu dou uma grande mancada), que você não entende muito bem o que é ciência. A ciência exige muita, mas muuuuuita intuição. Você acha que Darwin, Heisenberg, Bohr, Oppenheimer, Pasteur, Mendel e tantos outros, criariam alguma coisa sem intuição? Mente aberta é a primeira fase da elucubração científica, da geração de teorias. Pelo que eu sei, não existiriam teorias sem intuição. A teoria, entretanto, deve ser seguida pela hipótese, procura de evidências e confirmação. Caso contrário valeria tudo. Enfim, a diferença com os místicos é que essa mente aberta é seguida por um prudente ceticismo científico. Mente aberta sim, mas cuidado para que não caia o cérebro pela abertura (como diria o grande Carl)!

3:37 PM  
Blogger O Globetrotter das Estrelas said...

Bem respondendo a sua pergunta eu estudei física por algum tempo mas devido a circunstâncias pessoais infelizes não conclui o curso.
Ademais eu concordo que é necessário intuição, mas não unicamente. por que como bem disse não existem teorias sem intuição, mas por favor não negligencie um outro passo, a experimentação, do jeito que expõe as coisas dá a entender que tudo que disseram heisenberg, bohr e outros foi simplesmente teorias a partir de sua forte capacidade intuitiva, o que não se pode afirmar. sabes bem que a física quantica vale-se de inúmeros experimentos com alta energia. Depois tenta-se encaixar os resultados a um jargão matemático que descreva bem o que ocorreu no experimento, só a partir daí ocorre a metaforização do processo. disso ocorrem não só teorias, mas postulados e leis. por exemplo o principio da incerteza de Heisenberg, com o próprio nome diz, é um princípio, ou seja já ultrapassou o status de teoria, é uma realidade que se verificou não mais um insight intuitivo. Sim, a ciência precisa da intuição, mas não se esqueça que ela tem outras ferramentas como a experimentação e a matemática, a partir disso necessita-se mais ainda que intuição, uma forte capacidade dedutiva. tenho certeza que este cientistas zelosos usaram de todas essas ferramentas.

6:11 PM  
Blogger O Globetrotter das Estrelas said...

E ainda há uma diferença crucial, o místico, pelo menos o que não é "charlatão", não precisa do "coletivo". a ciência sim precisa de ser entendida num coletivo. precisa de linhas escritas porque ela se trata de algo que não pode ser entendido a priori, precisa de metáforas para que assim possa ser passada de geração a geração através da cultura. A experiência mística é algo totalmente diferente é um fenômeno pessoal. que não necessariamente precisa ser posto em linhas escritas. A descrição metafórica de uma experiência mistica não é a principal tarefa e proposta do misticismo isso é um desenvolvimento completamente secundário, a principal proposta do misticismo é que você desfrute a experiência por si mesmo, uma experiência sua que não necessáriamente precisa ser condensada a metáforas. Assim o verdadeiro místico não quer lhe provar nada através de argumentos, mesmo porque nem todo conhecímento pode ser tangível ao processo racional, um exemplo prático disso, melhor do que eu lhe explicar que gosto tem uma fruta seria que você a experimentasse por sí, não é mesmo? então esta essa tal de "mente aberta" não é no sentido que você aceite qualquer coisa por pura crença, mas sim para que você experiencie por sí mesmo. outro exemplo prático, se eu digo que certa fruta é saborosa, não é para que você acredite em mim ou não, mas é mais um convite para você experimentá-la, se você não tiver a "mente aberta" não acreditará em mim e não experimentará a fruta. É assim que as coisas funcionam no oriente... bem diferente daqui.

1:11 AM  
Anonymous Anônimo said...

Céticos Hardcore...
não vêem o que está bem na sua frente...

6:51 PM  
Blogger Cristiana Passinato said...

OLá,
Vi o filme, achei confuso até pra mim, que sou química e que não entendo muito de física e mto menos de física quântica, apesar de sentir que há algo na abordagem e muito do que se pode ver de outro ângulo, acreditar é diferente de provar, até onde podemos ver, inclusive acredito que o filme seja bacana pra quebra de paradigmas, somente.
Gostei no tocante da ciência diferente da que é mostrada, de forma setorizada, nos mostrando que realmente temos que ver o todo, a engrenagem, e não dissociar as coisas, pois o mundo não é feito dessa forma.
Mas no que diz respeito à ciência, achei que misturou-se demais o exoterismo com a física quântica e pra quem não conhece nem um e nem outro, fica complicado de assimilar.
No todo, é como disse, no mínimo quebrei alguns paradigmas.
Sobre o que foi colocado no blog, gostei das leituras, são colocações pertinentes, mas como pensadores críticos que são os moderadores desse blogger, talvez queiram que não aceitemos a tudo de forma única e nem incontestável, certo?
Um abraço,
Cristiana Passinato

2:41 PM  
Blogger Ron Jeremy said...

Roelf CR said...

Carlos disse...
Eu quero um pouco da maconha que o Luiz Felipe fumou!!!
É da lata!


Geeeeenial! fazia anos que eu não via essa. parabéns

e poucos sabem de onde veio isso :-)

2:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Esse filme é uma espécie de Sandy & Junior científico - um grande lixo, mas faz um sucesso danado.
O mais legal de tudo isso é o blog: caótico, confuso, ótimo. Ninguém sabe direito no que acredita. Depois de um tapinha na maconha do Luis Felipe, não existe melhor assunto pra se conversar.

4:23 PM  
Blogger Unknown said...

Este comentário foi removido pelo autor.

8:48 PM  
Anonymous Anônimo said...

desqualificar as pessoas que aparecem no filme não é suficiente para negá-lo. porque é tão difícil aceitar que a cada dia que passa a ciência comprova o que a espiritualidade já ensinou há muito tempo atrás?

8:51 PM  
Anonymous Anônimo said...

widson, talvez vc ainda não saiba, mas esse filme já mudou a sua vida, é só ver as horas contabilizadas em desacreditá-lo.
"paulo, paulo, porque me persegues?"

9:23 PM  
Anonymous Anônimo said...

acho que o padre quevedo achou um sucessor, que pena, um já era suficiente

10:12 PM  
Anonymous Anônimo said...

Widson, meus parábens pelo ótimo site, com tantas baboseiras na rede, sites como o seu são muito bem vindos.
Mas o que tenho a dizer é o seguinte:O problema não está no filme e sim nas pessoas que assistem, porque a maioria de nós já esta tão acostumado a aceitar como verdade tudo que é tido como "cientificamente comprovado", e não temos a mínima curiosidade de ver se é mesmo. Mas pensemos pelo lado bom, o filme é tão surreal que talvez as pessoas procurem saber mais sobre os assuntos abordados e acabem se deparando com a verdade, em livros, sites ou na escola mesmo. Por que a maioria dos professores de exatas (não que os outros não saibam, mas digo eles porque são da área) sabe que não é verdade. E assim desenvolvendo sua cultura.

No mais, muito obrigado pela atenção.

Sugestão: para aquela palavra "debunker", não sei se você encontrou uma que encaixe no contexto, mas eu sugiro "desmistificador". Talvez sirva.

1:45 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Sugestão: para aquela palavra "debunker", não sei se você encontrou uma que encaixe no contexto, mas eu sugiro "desmistificador". Talvez sirva.

Oi Nasser,

Obrigado pelos comentários e pela sugestão. "Desmitificador" não é exatamente o mesmo que debunker mas serve bem.

Valeu
Widson

12:40 PM  
Anonymous Anônimo said...

Olá, Widson. Parabéns pelo trabalho. Só uma ressalva:

Quando o John Hagelin frala da meditação em Washington, ele se refere ao ano de 93, e não 92. E de 25%, não 18%.

Um abraço.

3:38 PM  
Anonymous Anônimo said...

Principal mérito do filme: tornar a física quântica conhecida. Não entro no mérito se corretamente ou não. O fato é que a partir deste filme, surgiram levas de estudantes, especialistas, curiosos, palpiteiros da física quântica...
tem gente com curso superior, outros com curso não concluído, etc..o engraçado é que os verdadeiros cientistas, que verdadeiramente entendem do riscado, não tenham sido chamados a opinar ou não quiseram opinar...
Einstein quando precisou da quântica(para os íntimos...somos todos, né?) para desenvolver sua teoria, segundo sua biografia, não ficou lá muito feliz...seus críticos, então, nem se fala...
se para eles a "coisa" era/é um prato indigesto, imagine para nós, físicos de internet, de um livro ou outro...não fosse o filme grande parte dos experts aqui nem saberiam o qual são experts
existem contradições na própria crítica ao filme feita no blog: a única alternativa certa é "a bola está quase vazia" e ao mesmo tempo defende a ídeia de que a bola é solida...vai entender...
Sugestão façam um filme com as verdadeiras "descobertas" dos experts, ou consultem que é bom nisso é divulguem (se autorizado) os resultados...
no mais, é crítica (ainda que válida)sobre trabalho de quem teve coragem (dinheiro, sei lá) de realizar algo...lembrem-se: sem o filme, também não haveria comentários, polêmicas, descobertas, estudos, procuras

1:55 PM  
Anonymous Anônimo said...

Widson porque pessoas com PH, famosos, estudiosos, professores, enfim, pessoas entendidas no assunto estao mostrando a cara e a coragem neste filme, sabendo elas que podem serem contestadas por outros estudiosos do assunto?
Por dinheiro?

5:30 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Widson porque pessoas com PH, famosos, estudiosos, professores, enfim, pessoas entendidas no assunto estao mostrando a cara e a coragem neste filme, sabendo elas que podem serem contestadas por outros estudiosos do assunto?
Por dinheiro?


Outras perguntas iguais às suas:

Por que estas pessoas estão fazendo esses livros tão ruins sobre códigos, sociedades secretas que nunca existiram e teorias da conspiração envolvendo a Igreja Católica, sabendo que vão ser contestadas por outros estudiosos? por dinheiro?

Por que estas pessoas "entendidas no assunto" estão mostrando a cara e a coragem, ensinando a ganhar dinheiro sem fazer esforço e prometendo curas milagrosas? Por dinheiro?


Sim. Por dinheiro. Muito dinheiro.

[]s
Widson

5:52 PM  
Anonymous Anônimo said...

Olha eu dou voto de confiança em vc Widson, voce parece ser uma pessoa bem realista. O filme fala o que as pessoas querem ouvir, mas por outro lado se agente fosse viver só do que a ciencia pode provar, morreríamos em vida sem sonhar, porque o sonho ainda nem aconteceu está só dentro da nossa cabeça e muita gente ao nosso redor diz " quanto mais alto voa, maior é queda","pobre só vai para frente quando leva uma topada" se agente for se deixar influenciar... Quando pensamos com coerencia e temos um objetivo que ao cérebro dos outros seja impossível, mas para o sonhador convicto nao! porque aquilo parece tao claro dentro da mente, derrepente as chances aparecem e mais cedo ou mais tarde o sonho è realizado, entao será que os pensamentos realmente nao determinam o nosso tipo de vida? Eu tenho convicçao que sim. Eu nao entendo nada de física, química, sou sei usá-las já prota, sou leiga Widson. O filme e o livro "O segredo" pegaram os mesmos temas, mas todos nós já tivemos a experiencia do sonhar, acreditar, perssistir e realizar isso se chama fé, desde que o mundo é mundo que ela existe. "Essas pessoas aí na mídia" agora querem convencer voce que a fé pode ser palpável e tocada e manipulada e tem uma cartilha de como usá-la, se voce compra o livro e o filme voce tem acesso mais rápido e seguro, mas nao é assim. A fé é algo particular, intimo de cada um, assim como os seus sonhos.

8:46 AM  
Anonymous Anônimo said...

meu caro wid , legal sua visao , concordo com os aspectos apelativos do filme , mas ele é um sucesso porque fala ao coração das pessoas, 99% das pessoas se sentem confortaveis ao ve-lo porque mostra um mundo paralelo profundo e gerador desta realidade, o que é um fato pl
elas teorias de fisicas mais modernas certo? Imagino que voce seja mmuito cetico e jovem o que é muito bom, mas tem uma coisa importante para voce "de que o sofrimento não passa de um hábito de pensamento" por mais impossivel que isso seja é verdade... todo sofrimento advem da visao turva da realidade...( Buda) quando vcoe piza num caco de vidro, isso parece improvavel né? mas porque vcoe pisou no caco de vidro? esta é a questão fundamental a ser respondida.Boa sorte e continue com seu otimo trabalho! Nao se feche para aqulio que não podemos explicar ainda , mas sabemos ser verdade.abraços

11:52 AM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Jairo,

Na terceira parte do artigo eu respondo alguma coisa sobre essa sensação positiva que o filme causa.

De resto acho que você também não vai gostar muito do Guia Cético sobre O Segredo.

[]s
Widson

12:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

O segredo é ser feliz com nossas própias limitações, sabendo ou não disso continuamos vivendo numa era de trevas, mesmo quando a luz depende de nossos dedos para iluminar a sala de jantar.

"É do difícil e do impossivel que nasce o inacreditável"

A ignorancia nos coloca em uma situação muito confortável perante os bit's, criador e criatura confundem-se no mesmo laptop.
A luz na tua retina saiu de uma ideia ou de um tubo de raios catódicos?Que por sua vez saiu de uma conjectura cientifica tamben chamada idéia , porém materializada
atraves de mãos humanas.
Tenho receio que não entendam o que escrevo, mas meus dedos teclam sem tocar nada.
Teclar e teclar e....
Ops.! Isso não é hora de desiludir os crentes , nem tampouco os sábios.
Olhamos para cima e vemos o céu atraves do Google e as galácias tornam-se distantes e distantes e....Lá vai distante nisso.
Olhamos no microscópio uma infinidade de descobertas ainda não descobertas e assim distantes e distantes e ...Vamos nós distantes da nossa casa, nossos amores, nossos pais e filhos.
Ipod pra cá, itune prá lá.E se passaram anos sem motivações reais de humanidade e crença.
Crença na tecnologia?Crença na Metafisica?Crença na imortalidade?

Não. Crença na educação, que pode fazer igualdade humanitária uma das maiores descobertas do século atual.
Mais disso e menos crimes,invejas,desempregos,robôs automatos humanoides que vegetam em seus empregos de estatistica e grana.
Sem educação não há amor.E sem amor
não há criação.

3:50 AM  
Blogger Unknown said...

não fui obrigado a assistir esse filme uma só vez, mas duas para minha tristeza, hehehe
filme ridiculo

6:56 PM  
Anonymous Anônimo said...

Lí os comentários postados e acredito que se o autor deste blog for inteligente ele "disfarçar e ir saindo de fininho" (tirar estes comentários criticos do blog)
Carlos Lins

11:04 PM  
Anonymous Anônimo said...

"O GATO DE SCHRODINGER'S NÃO MIA, PORQUE ELE NÃO ESTÁ DENTRO DA CAIXA" --> faz uns 2 anos lí num blog um comentário absurdo sobre física quântica: o autor argumentava que os 7 principios herméticos do sábio egipcio Toth (Hermes Trismegisto) dava uma resposta clara sobre os princípios básicos (e profundos) da quântica.
Fiquei indignado. Furioso mesmo, visto que o cara que escrevia era um mistico. Explico: sou evangélico e contra os misticos, esotéricos, espiritas...
Depois fui lêr o CAIBALIOM onde se encontram estes 7 principios herméticos e fiquei maravilhado: alí estava a física quântica em toda sua plenitude, explicada de forma "simples" e sem a terminologia técnica dos cientistas das partículas mínimas (energia-vibração) no interior do á-tomo. "O Rotor Cósmico Do Uni-Verso" - Desde então (embora continue sendo evangélico) não sinto mais nenhum preconceito contra os misticos, embora a maioria só falem asneiras.
Isto não acontece com o autor deste blog e seus colaboradores. Ele é o dono da verdade; escreveu "Finis-eu-sei-tudo" em sua mente "científica" e jamais aprenderá coisa alguma. O curioso é que o filme que ele ataca mostra exatamente erste tipo de mente egocentrista e vazia.

7:59 AM  
Anonymous Anônimo said...

Bem, essa eterna guerra entre os físicos "tradidionais", os quânticos, os esotéricos, os astrônomos, os astrólogos, etc.
Todos se dizem possuidores da verdade... Quanta arrogancia!

Parece até um ex-nazista, que serviu o exército de hitler e agora só porque usa um bonezinho vermelho, brada aos sete ventos ser a sua instituição a "dona da verdade absoluta"!

Quando vocês descerem um minuto do vosso pedestal do "conhecimento absoluto" e "meditar" um pouco sobre vosso corpo putrefacto, talvez sobre alguma coisa para alimentar o espírito.
Quanta arrogância!!!

12:54 AM  
Anonymous Anônimo said...

Não terminei de ler ainda mas já vou comentar....Em um trecho de sua explicação vc diz que "aqui em cima as coisas se tocam (se referindo aos átomos)e que no nível subatômico eles raramente se tocam, só quando há uma fusão. Mas você deve concordar comigo que se um átomo não se toca no nível subatomico ele também não se toca "aqui em cima". Átomo é um átomo em qualquer lugar. Me explique uma coisa: do que é feito um átomo? Do que é feito os prótons , os neutrons , os elétrons e o núcleo dos átomos? Aguardo respostas.

9:58 AM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Não terminei de ler ainda mas já vou comentar....Em um trecho de sua explicação vc diz que "aqui em cima as coisas se tocam

É porque você não terminou de ler ainda que não entendeu. Eu explico que quando uma pessoa te toca, os átomos da pele dela não tocam os átomos da sua pele. A sensação de tato que você tem vem da repulsão eletrostática entre os átomos da mão e da pele.

[]s

1:19 PM  
Anonymous Anônimo said...

Assisti ao filme(visto que não é um documentário)e tive gratas surpresas a respeito do conteúdo deste. Concordo com suas colocações no que diz respeito a "mitificação" de supostos conhecimentos científicos, a edição do filme é tendenciosa sobre este assunto e fica óbvio a utilização dos discursos como base de uma tese de "auto-ajuda". Porém me pergunto até onde sua análise também não é tendenciosa, mesmo evocando teorias e conceitos tecno-científicos.

Você citou uma parte do filme em que um cientista afirma a "não-eternidade" ou a "pseudo-certeza" da verdade em qualquer civilização, entretanto sua crítica sobre este trecho é vazia demais. Algumas partes do filme não estão necessariamente relacionadas à física quântica, mas também à filosofia. Michel Foucalt em seu livro "A arqueologia do saber" disserta acerca da possibilidade de inexistência da verdade, entendendo as concepções de verdade como épicas, cada tempo possui sua verdade. Os filósofos contemporâneos sabem da importância do trabalho de Foucalt e acreditam na sua validade, porém continuam buscando uma "verdade", porque sem ela a filosofia perderia o sentido. Foucalt "indicou de forma hipotético-dedutiva"(para não dizer "provou"), que a verdade morre e renasce, porém sem reencarnação. A idéia de Foucalt é praticamente um consenso, mas ela preturba demais os filósofos para ser aceita totalmente.

No trecho que você citou o cientista convoca a história como uma possível "premissa" para entendermos essa concepção de fugacidade da verdade, e eu, como historiador que sou, posso dizer que a convocação é válida, pois, a verdade é tão mortal quanto os homens que as propagam.

Suas concepções cartesianas da verdade reduz até informações e uma possível indagação provinientes do filme como "irracionais", assim você está desconsiderando a frase que citou, "quem diz que entende física quântica não sabe nada de física quântica". Desconsiderando todas as promiscuidades do filme, existe algo de bom nas informções e principalmente no exercício de indagação que o filme nos traz. Como diz um físico no filme: "o interessante da vida não é a certeza e sim o mistério", "física quântica é a física das possibilidades".

Por isso meu caro e leitores desse blog antes de pensar numa repulsa definitiva sobre esse filme e suas informações, deveríamos pensar no que há de construtivo sem precisar classificá-lo como uma obra de arte magnífica. Até porque para quem já assistiu "ponto de mutação" percebe que muitas informações de "quem somos nós" condizem com as obtidas no pensamento de Frijot Capra e Bernet Capra.

4:31 AM  
Blogger Widson Porto Reis said...

Caro Anônimo,

Você fala de filosofia enquanto eu falo de ciência. A filosofia não é verificável, a ciência é.

O eu pretendo ter demonstrado nos meus artigos é somente o seguinte: o quanto a ciência no filme é maliciosamente deturpada em prol de uma agenda mística. Deixei as análises filosóficas para vocês, das ciências humanas.

Por exemplo, um dos exercícios filosóficos que você pode tentar fazer em casa é demonstrar como a "verdade" Força é igual a Massa vezes Aceleração é uma "verdade" mortal como os físicos que as propagam. Lembre-se do que eu disse no artigo sobre o que significa uma "verdade" para a ciência.

Por fim quando o físico diz no final do filme que "o interessante da vida não é a certeza e sim o mistério" ele disse uma das únicas coisas corretas de todo o filme. O mistério é o que move os cientistas, não a certeza. O dia em que estiverem certos de tudo, os cientistas estarão sem emprego...

[]s
Widson

5:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

...é constrangedor! Este confuso e absurdo "teorema-teatral" a saber: o crítico militar de cinema comenta -- os recrutas bajuladores aplaudem.
Posteriormente alguns comentários de
pessoas (que não leram a 1ª parte da baboseira) comentam.
Finalmente, outros, que não sabem que estão sendo enrolados, nem conhecem o Widson, criticam...arre!

11:43 PM  
Anonymous Anônimo said...

"Todos que acreditam conhecer quântica não sabem nada sobre quântica, e quem tenta explicar quântica em blog, atacando filmes, evidentemente precisa de tratamento psiquiátrico"

10:43 PM  
Anonymous Anônimo said...

O moço do boné diz: "Aqui Ramtha, o espírito lemuriano... etc"
****Bom não sabia que a tal loira do filme é vidente (ou sei lá, o que) mas ela está certa na sua explanação. Uma pessoa sob estado de hipnose induzido (alpha) é capaz de detalhar todas as notícias, propagandas etc, com um simples passar de um jornal aberto (rápidamente) a sua frente.
Pobre UFRGS com um professor deste.

10:43 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

"Pobre UFRGS com um professor deste."

Alguém ficou bastante incomodado com as minhas críticas ao filme e, como de praxe, ataca a pessoa e não os argumentos.

A partir de agora vou apagar os seus comentários que fizerem alusão a mim.

[]s
Widson

12:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

Li o livro de Ramtha "El Plano Sublime" - É uma obra fantástica.
Se vc deseja fzr download deste e outros livros de Ramtha digite no Google: www.snips.com > Ramtha(en español).
Creio que esta é a melhor maneira (democrática) de vc ter uma visão microscópica do assunto em questão.

8:56 AM  
Anonymous Anônimo said...

Ainda estou na metade da leitura e já gostaria de deixar algumas idéias. Penso que da mesma maneira que você aponta as falhas na colocação do documentário, essas falhas ocorrem no seus próprios argumentos. Talvez seja pela questão da linguistica que traz em sua base essa dificuldade. Sou bem cético em relação a tudo até em relação aos céticos... Então gostaria de deixar alguns poucos pensamentos. Todo o conhecimento que existe, e suas expressões quais sejam da maneira que conhecemos foi criado pelo Homem. Logo, o homem pensa,e este pensar já se torna uma existência por si mesmo (imaginária/representativa/linguagem), que seja objetiva ou subjetiva. Então é assim, cada um cria um universo de entendimento que queira, e por que não ele exista. Certo, entendo que alguns direcionam para seus pontos de vista e para manipularem os outros... Gostaria de alertá-lo que "insconscientemente" vc acabe fazendo o mesmo caminho... mas talvez essa contradição da nossa limitada forma de comunicação nos leve a isso... Temos que avançar realmente muito... e se utilizam uma leitura poética e esotérica sobre a física para que o homem se liberte das amarras da verdade hipócrita da elite, que seja cientifica e outras...não vejo nada demais nisso... Vamos aí voltar lá em Heráclito,Pitágoras... e mesmo no meio do caminho encontrar Papus, Nietzsche...Herbart entre muitos da elite e anonimos como Yo!!! Namastê !!!

12:36 AM  
Anonymous Anônimo said...

[sarcastic] Vcs não entendem nada... 'espírito lemuriano' é pq ela viu mto Madagascar... deve entrar em sintonia com algum lêmure... :) [/sarcastic] Esse filme é um insulto...

9:58 PM  
Anonymous Ronaud said...

Estou voltando a ler suas "críticas cinematográficas" depois de meses da primeira lida.

Sabe, há uma frase fantástica que me norteia quanto a esses assuntos: "As pessoas acreditam no que que preferem que seja verdade."

É bem assim comigo, pela segunda vez releio seus textos, e quanto mais leio, mais creio que independente das bobagens que falam no filme, tudo isso é muito possível. Sabe por que? Pois a própria conversa científica em relação à física quântica está cada vez mais "esotérica". "Olhos do observador definem posição da carta" "A própria natureza faz papel de observador" Como se a própria natureza tivesse a consciência de quem observa, etc.

É pra enrolar a cabeça de qualquer um...

Mas parabéns ao seu trabalho, está excelente, ao que se propôs.

7:27 PM  
Anonymous Priscilla Rebelo said...

Parabéns pelo seu trabalho, estava pesquisando resenhas do filme, acabei vendo seu blog, lí e achei super interessante. E concordo plenamente com tudo qe escreveu, assim qe ví o filme na universidade (qe a professora passou) achei uma babozeira, mto mais quando fala a respeito da religião, dizendo qe Deus era culpado de tal maneira de nossas decisões, fiquei revoltada, pois sou mto católica. E agora tive qe fazer um trabalho sobre o tal filme, infelizmente não tiveram mais o qe fazer quando criaram essa história do filme : "Quem somos nós? "
abraços :*

8:08 PM  
Anonymous Anônimo said...

Meu Deus!Todos Voces!querendo ser os "filósofos!" os "Donos Da Razão!" só ha uma palavra que eu diria para todos voces: "RELAXEM!" nao fikem se preocupando com kem fez o que e de q forma foi feita!Aprendam à absorver o que há de bom nas coisas!é um tal de um kerendo ser mais "inteligente" que o outro q chega a dar nojo!RELAXEM PESSOAL!A vida é bela e ninguem aqui precisar ficar kerendo aparecer mais do que o outro pq todos podemos!
Um Abraço!

7:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

Essa crítica ao filme não leva a lugar nenhum, vc presta um excelente deserviço a sociedade, por aqui tem um monte de puxa saco, você é o dono da verdade na verdade vc está é morto, a ciência é limitada ao nível macroscópco, nunca loucos como vc encontrará a sonhada subpartícula fundamental a qual explica todas as outras, o acelerador de partículas do CERN é uma perca de tempo, discutir com alguém como vc também é perca de tempo, se o mundo que é controlado por pessoas que domina a física de newton, a tecnológia dos semi-condutores que tanto vc defende, está caminhando para uma catastrofe ambiental, vc cientistas/materialistas são irresponsáveis com o planeta, assim como os hipócritas daqui desse blog, todos vcs cientistas são escravos do poder econômico não são melhor em nada que aqueles que prega em nome do dinheiro. Abraços, nada pessoal.

4:39 AM  
Anonymous Anônimo said...

Porra, pra um físico "fodalhão", se é meio Zé Mané...

Separar o microscópico do macroscópico é um absurdo completo... Claro que eles tem comportamentos diferentes, mas eles de fato são a mesma coisa. Afinal, algo se torna macroscópico à partir de quantos Mols de matéria? Macroscópico é um conceito filosófico, não é um número ou uma constante...


"Faissavor"...

12:10 AM  
Anonymous Hikari said...

De fato, o mundo ficou infinitamente melhor depois q a Ciência botou abaixo os místicos religiosos.

Se os místicos, ainda hoje, precisam recorrer a mentiras deslavadas, meias verdades e verdades distorcidas pra se fazer convencer e receber seu dinheiro sujo, é pq eles sabem muito bem estarem errados, naum é uma simples falta de intelecto q afeta eles. Criticam a Ciência por consumir recursos, mas esses recusos são adquiridos de forma honesta e infinitamente melhor gastos do q o estelionato e a farra de artigos de luxo q ocorre entre os místicos.

Interessante q ao criticar a Ciência eles sempre usam essas conversas fiadas, e ainda por cima recorrem a descobertas da própria Ciência como armas contra ela, mas nunca citam as reais limitações q a Ciência tem. Pra mim tudo indica q vai depender mais uma vez dos cientistas pra eles próprios reconhecerem essas limitações e desenvolver formas de superá-la-lhás e aperfeiçoar a Ciência, pq dos místicos (tanto os burros qt os cínicos) é q naum vai vir.

Esse filme esclarece de forma simples e ilustrativa algumas características interessantes da Física Quântica pra leigos completos (leia-se místicos), mas como tá sendo demonstrado eles misturam informações verídicas com uma inundação de mentiras cretinas. O diferencial deles é q isso foi muito bem feito. Mas tanto uma mentira dita 100 vezes como uma mentira bem bolada, sempre nunca passarão de mentiras.

4:50 PM  
Anonymous Anônimo said...

Parabés! Seu blog é praticamente um Serviço de Utilidade pública!(bem que não fui com a cara daquela mulher desde o começo do filme...rs... vai ver meu "santo não bateu com o dela"...rsrs... mas, profundamente esclarecedor. Abraços e obrigada!

1:25 PM  
Anonymous Anônimo said...

Uma grande contribuição a favor daqueles que buscam a verdade.
Ao mesmo tempo desmascara os espertalhõe/charlatões de plantão.
Muito bom.

2:48 PM  
Blogger Carla Santos said...

Obrigada, obrigada, obrigada! Meu marido estava procurando um documentário na Netflix e quando começou a assistir esse filme, logo vi que tinha caroço nesse angu, a cada afirmação de um comentarista do filme, meu estômago sofria uma pontada, pedi licença e joguei o nome do filme no google, apareceram várias referências em portais esotéricos o que para mim já foi um forte indício de maracutaia, chegaram a criar uma tese favorável, do Núcleo de Estudos Religião e Sociedade, claro, sobre ele na PUC, até que achei seu blog, foi o suficiente para esclarecer minhas dúvidas. Abraços.

12:52 PM  
Blogger marcosaks said...

Antes de expressar minha opinião, gostaria que o autor colocasse seus créditos. Quem é, onde é formado e se possível colocar se possui trabalhos científicos relacionados a fisica quântica (não jornalísticos).
Acho uma grande perda de tempo fazer algum comentário sem saber previamente sobre os dados do autor.
A internet é a mídia mais democrática do planeta onde pessoas que possuem conhecimentos sólidos sobre alguma coisa expõem suas idéias. o E as que não sabem absolutamente nada sobre alguma coisa postam suas idéias como se dele soubessem.

Então, caro widson,aguardo que coloque suas informações. Aliás não foi isso que cobrou dos autores do filme?
Então fico aguardando para debater algo sobre o assunto.

12:05 PM  
Blogger Widson Porto Reis said...

@marcoaks Depois de ver o seu post naquele pseudoblog de administração não posso deixar de concordar inteiramente com você. Realmente tem muita gente que não sabe absolutamente nada de coisa alguma e mesmo assim posta como se soubesse.

Valeu

1:57 PM  

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